Legado Roubado — George G. M. James

 

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Biografia

Dr. George G. M. James e o legado roubado do povo Africano

 

“O termo filosofia Grega, para começar, é um equívoco, pois não há tal filosofia em existência.”

O Dr. George Granville Monah James nasceu em Georgetown, Guiana, América do Sul. Filho do reverendo Linch B. e Margaret E. James. George G. M. James alcançou os graus de Bacharel em Artes, Bacharel em Teologia e Mestrado em Artes pela Universidade de Durham na Inglaterra e foi um candidato lá para o grau de Doutor em Letras. Ele conduziu pesquisas na Universidade de Londres e fez trabalho de pós-graduação na Universidade de Columbia onde leu para seu Ph.D. Dr. James alcançou um certificado de ensino no Estado de Nova York para ensinar matemática, Latim e Grego. James mais tarde serviu como professor de Lógica e Grego na faculdade Livingston, em Salisbury, Carolina do Norte por dois anos, e, eventualmente, lecionou na Universidade de Arkansas, Pine Bluff.

O Dr. James foi o autor do amplamente divulgado Legado Roubado: Os Gregos Não Foram Os Autores da Filosofia Grega, Mas as Pessoas do Norte de África, Comumente Chamados de Egípcios — um texto polêmico originalmente publicado em 1954 e reeditado várias vezes desde então. O Professor William Leo Hansberry revisou o Legado Roubado no Jornal de Educação Negra [Journal of Negro Education] em 1955, e notou que:

“Em Legado Roubado, um autor com uma paixão pela justiça e a verdade defende uma tese surpreendente da qual a maioria dos leitores do pequeno volume — Helenófilos em particular — irá, sem dúvida, discordar totalmente. Nesta obra, o Professor James se atreve a afirmar e trabalha para provar, entre outras coisas, que “os Gregos não foram os autores da filosofia Grega”, que a “então-chamada filosofia Grega” foi baseada a principio sobre idéias e conceitos que foram emprestados sem reconhecimento — de fato “roubados” — dos antigos Egípcios por alguns Gregos desobedientes e desonestos.

Legado Roubado foi escrito durante a permanência do Dr. James na Universidade de Arkansas em Pine Bluff. Até hoje, não há, nem mesmo uma cópia do livro na biblioteca da Universidade. Não há nenhuma estátua ou busto do Dr. James no campus. Não há nenhuma placa do Dr. James decorando as paredes do campus. Não há, nem mesmo um certificado que note a existência do Dr. James ou mesmo que ele viveu. Isto em uma Faculdade historicamente Preta!

A trágica morte do Dr. James, sob circunstâncias misteriosas, supostamente, veio logo após a publicação de Legado Roubado. Até a data, nenhuma biografia significativa de James foi apresentada.

 

 

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                                        ÍNDICE
INTRODUÇÃO

(a) Características da Filosofia Grega;

(b) Os objetivos do Livro

PARTE I

CAPÍTULO I

FILOSOFIA GREGA É FILOSOFIA EGÍPCIO ROUBADA

1. Os ensinamentos dos Mistérios Egípcios alcançaram outras terras séculos antes de alcançar Atenas;

  1. A autoria das doutrinas individuais é extremamente duvidosa;
  2. A cronologia dos Filósofos Gregos é mera especulação;
  3. A compilação da história da Filosofia Grega foi o plano de Aristóteles executado por sua escola.CAPÍTULO II

    A CHAMADA-FILOSOFIA GREGA ERA ESTRANHA PARA OS GREGOS E SUA CONDIÇÃO DE VIDA

    O período da Filosofia Grega (640-322 a.C.) foi um período de guerras internas e externas e era inadequado para a produção de filósofos.

                                                     CAPÍTULO III

 

A FILOSOFIA GREGA FOI FRUTO DO SISTEMA DE MISTÉRIO EGÍPCIO

1. A teoria Egípcia de salvação tornou-se o objetivo da Filosofia Grega;

  1. Circunstâncias da identidade entre os sistemas Egípcio e Grego são mostrados;
  2. A abolição da Filosofia Grega com os Mistérios Egípcios os identifica;
  3. Como o Continente Africano deu sua cultura para o mundo ocidental.CAPÍTULO IV

    OS EGÍPCIOS EDUCARAM OS GREGOS

    1. Os efeitos da Conquista persa;

  4. Os efeitos da conquista do Egito por Alexandre, o Grande;
  5. Os egípcios foram os primeiros a civilizar os Gregos;
  6. Alexandre visita o Oráculo de Amon no oásis de Siwah.CAPÍTULO V

    OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS E OS ENSINAMENTOS QUE LHES SÃO ATRIBUÍDOS

     

  7. Os anteriores filósofos Jônicos e suas doutrinas;
  8. Pitágoras e suas doutrinas;
  9. Os filósofos Eleáticos e suas doutrinas.
  10. Os posteriores filósofos Jônicos e suas doutrinas;
  11. Resumo das conclusões sobre os filósofos Pré-Socráticos e a
    história das quatro qualidades e quatro elementos.

(a) As doutrinas dos primeiros Jônicos, os Eleáticos e os posteriores filósofos Jônicos e Pitágoras são rastreados para a sua origem Egípcia;

(b) A doutrina das Quatro Qualidades e Quatro Elementos é rastreada para sua origem Egípcia;

(c) O Plágio demonstrou ser uma prática comum entre os filósofos Gregos que tomaram emprestado de um e outro, mas principalmente de Pitágoras que obtivera suas idéias dos Egípcios;

(d) A doutrina do Átomo [Atom] por Demócrito é rastreada para sua origem Egípcia, assim como o seu grande número de livros. Ele ensinou nada novo.

CAPÍTULO VI

OS FILÓSOFOS ATENIENSES

1. SOCRATES

  1. Sua Vida: (a) Data e local de nascimento; (b) Sua situação econômica e personalidade; (c) O seu julgamento e morte;
    (d) A tentativa de Críton para contrabandear-lo para fora da prisão;
    (e) Fédon descreve a cena final antes de sua morte.
  2. Doutrinas: As doutrinas sobre

(a) O Nous;
(b) O Sumo Bem;
(c) Os opostos e harmonia;
(d) A imortalidade da alma e
(e) O Auto-conhecimento.

  1. Resumo das conclusões:

(a) As doutrinas de Sócrates são rastreadas para a sua origem Egípcia, como ele ensinou nada novo;
(b) A importância da conversa de despedida de Sócrates com seus alunos e amigos é estabelecida.

2. PLATÃO

(I) Sua infância;
(II) Suas viagens e academia;
(III) Seus escritos em disputa;
(IV) Suas doutrinas.

  1. A teoria das idéias e sua aplicação aos fenômenos naturais, incluindo

(a) o real e o irreal;
(b) o Nous e
(c) criação.

  1. As doutrinas éticas relacionadas à

(a) o bem maior;
(b) definição de virtude e;
(c) as virtudes cardeais.

  1. A doutrina do Estado Ideal cujos atributos são comparados com os atributos da alma e da justiça.

(V) Resumo das conclusões:

(a) As doutrinas de Platão são rastreados para a sua origem Egípcia, como ele ensinou nada novo;
(b) Magia é mostrada como sendo a chave para a interpretação da religião e da filosofia antiga;
(c) A autoria dos seus livros é contestada por estudiosos modernos, e os historiadores antigos negam sua autoria da República e Timeu;
(d) A alegoria de o cocheiro e cavalos alados é atribuída a sua origem egípcia.

3. ARISTÓTELES

(I) (a) Sua infância e formação;
(b) Sua própria lista de livros;
(c) lista de livros por outros;

(II) As doutrinas;

(III) Resumo das conclusões.

A — As doutrinas são rastreadas para a sua origem Egípcia, como ele ensinou nada novo;
B — (1) A biblioteca de Alexandria foi a verdadeira fonte do grande número de livros de Aristóteles; (2) A falta de uniformidade entre a lista de livros aponta para a autoria duvidosa;
C — As discrepâncias e dúvidas nesta vida.

                                          CAPÍTULO VII

O CURRÍCULO DO SISTEMA DE MISTÉRIO EGÍPCIO

1. A educação dos Sacerdotes Egípcios, segundo as suas ordens;

  1. A formação dos Sacerdotes Egípcios em:

(a) As Sete Artes Liberais;
(b) Sistemas secretos de línguas e simbolismo matemático;
(c) Magia.

  1. Uma comparação do currículo do Sistema de Mistério Egípcio com a lista de livros supostamente elaborada pelo próprio Aristóteles. CAPÍTULO VIII

    A TEOLOGIA MENFITA É A BASE DE TODAS AS DOUTRINAS IMPORTANTES DA FILOSOFIA GREGA

    1. (a) A história, descrição e texto completo da Teologia Menfita são dados e o assunto é dividido em três partes;
    (b) O texto da primeira parte é seguido pela filosofia que a primeira parte ensina;
    (c) O texto da segunda parte é seguido pela filosofia que a segunda parte ensina;
    (d) O texto da terceira parte é seguido pela filosofia que a terceira parte ensina.

    2. A Teologia de Menfita é mostrada como sendo a fonte do conhecimento científico moderno;

(a) A identidade da criação da Enéada com a Hipótese Nebular e;
(b) A identidade do Deus Sol Atom com o átomo da ciência.

3. A Teologia Menfita abre grandes possibilidades para a investigação científica moderna:

(a) O conceito Grego do átomo é mostrado como sendo errôneo;
(b) Com a nova interpretação do átomo a Teologia Menfita oferece um vasto campo de segredos científicos ainda a ser descobertos.

PARTE II

CAPÍTULO IX

REFORMA SOCIAL ATRAVÉS DA NOVA FILOSOFIA DE REDENÇÃO AFRICANA

1. REFORMA SOCIAL

  1. O conhecimento de que o Continente Africano deu à civilização as Artes e Ciências, Religião e Filosofia está destinado a produzir uma mudança na mentalidade de ambos Brancos e Pretos.
  2. Há três pessoas no drama da Filosofia Grega:

(a) Alexandre, o Grande;
(b) A Escola de Aristóteles e;
(c) O Antigo Governo Romano, que são responsáveis ​​por uma falsa tradição sobre a África e sobre a situação social dos seus povos;

(3) Ambas as pessoas brancas e Pretas são vítimas comuns de uma falsa tradição sobre a África e este fato faz de ambas as raças parceiros na solução do problema da reforma racial.

(4) Os métodos sugeridos para reforma racial:

(a) Reeducação de ambos os grupos por ampla divulgação mundial da contribuição de África para a civilização;
(b) O abandono da falsa adoração do intelecto Grego;
(c) Atenção especial deve ser dada à re-educação de missionários e uma constante exigência feita por uma mudança na política missionária.

2. A NOVA FILOSOFIA DA REDENÇÃO AFRICANO

  1. Uma declaração e explicação da nova filosofia de Redenção Africana são feitas;
  2. As pessoas negras devem cultivar métodos de contra-ação contra:

(a) A falsa adoração do intelecto Grego;
(b) A literatura e exibição missionárias e;
(c) deve exigir uma mudança na política missionária.

Apêndice

Notas

Índice

 

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INTRODUÇÃO

CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA GREGA

 

O termo filosofia Grega, para começar, é um equívoco, pois não há tal filosofia em existência. Os antigos Egípcios desenvolveram um sistema religioso muito complexo, chamado os Mistérios, que também foi o primeiro sistema de salvação.

Como tal, ele considerava o corpo humano como uma prisão da alma, que poderia ser libertada de seus impedimentos corporais, através das disciplinas das Artes e Ciências, e desenvolvida a partir do nível de um mortal para aquele de um Deus.  Esta era a noção de Sumo Bem [Summum Bonnum] ou Bem Maior, por qual todos os homens devem aspirar, e também se tornou a base de todos os conceitos éticos. O Sistema de Mistério Egípcio era também uma Ordem Secreta, e a adesão era adquirida por iniciação e uma promessa de sigilo. O ensino era graduado e entregue por via oral para o Neófito; e nestas circunstâncias de sigilo, os Egípcios desenvolveram sistemas secretos de escrever e ensinar, e proibiram seus Iniciados de escrever o que tinham aprendido.

Depois de quase cinco mil anos de proibição contra os Gregos, eles foram autorizados a entrar no Egito com o propósito de sua educação. Em primeiro lugar, através da invasão Persa e em segundo lugar, através da invasão de Alexandre, o Grande. A partir do Sexto Século a.C., portanto, com a morte de Aristóteles (322 a.C.) os Gregos tiveram a melhor de suas chances para aprender tudo o que podiam sobre cultura Egípcia; a maioria dos alunos recebeu instruções diretamente de Sacerdotes Egípcios, mas após a invasão por Alexandre o Grande, os templos e bibliotecas Reais foram saqueados e pilhados, e a escola de Aristóteles converteu a biblioteca de Alexandria em um centro de pesquisa. Não é de admirar, então, que a produção do número inusitadamente elevado de livros atribuídos a Aristóteles tenha se provado uma impossibilidade física, para qualquer único homem dentro de um tempo de vida.

A história da vida de Aristóteles tem feito a ele muito mais mal do que bem, uma vez que evita cuidadosamente qualquer declaração sobre a sua visita ao Egito, quer por sua própria conta ou em companhia de Alexandre o Grande, quando ele invadiu o Egito. Este silêncio da história lança, de uma só vez, dúvidas sobre a vida e as realizações de Aristóteles. Ele, é dito ter passado 20 anos sob a tutela de Platão, que é considerado como um Filósofo, no entanto, ele graduou-se como o maior dos Cientistas da Antiguidade. Duas perguntas podem ser feitas:

(a) Como Platão poderia ensinar Aristóteles o que ele próprio não sabia?

(b) Por que Aristóteles passaria 20 anos com um professor de quem ele não poderia aprender nada?

Este pedaço da história parece incrível. Mais uma vez, a fim de evitar suspeitas sobre o extraordinário número de livros atribuídos a Aristóteles, a história nos diz que Alexandre o Grande, deu-lhe uma grande soma de dinheiro para conseguir os livros. Aqui, novamente, a história parece incrível, e três declarações devem ser feitas aqui:

(a) A fim de comprar livros sobre ciência, eles têm de ter estado em circulação, de modo a permitir a Aristóteles obtê-los.

(b) Se os livros estavam em circulação antes de Aristóteles comprá-los, e como ele não é suposto ter visitado o Egito de todo, então, os livros em questão devem ter sido circulados entre os filósofos Gregos.

(c) Se circularam entre os filósofos Gregos, então podemos esperar que o assunto de tais livros tenha sido conhecido antes da época de Aristóteles, e, conseqüentemente, ele não poderia ser creditado nem com a sua produção, nem com a introdução de novas idéias de ciência.

Outro ponto de interesse considerável para ser contabilizado foi a atitude do governo Ateniense para esta então-chamada Filosofia Grega, a qual era considerada de origem estrangeira e tratada em conformidade. Apenas um breve estudo da história é necessário para mostrar que os filósofos Gregos eram cidadãos indesejáveis, que durante todo o período de suas investigações foram vítimas de perseguição implacável, nas mãos do governo Ateniense. Anaxágoras foi preso e exilado; Sócrates foi executado; Platão foi vendido como escravo e Aristóteles foi indiciado e exilado; enquanto o mais antigo de todos, Pitágoras, foi expulso de Crotona na Itália. Podemos nós imaginar os Gregos fazendo uma tal sobrevolta, como reinvindicando os próprios ensinamentos que eles tinham no início perseguido e abertamente rejeitado? Certamente, eles sabiam que estavam usurpando o que nunca tinham produzido, e à medida que entramos passo a passo em nosso estudo, mais nós vamos descobrir evidências que nos levam à conclusão de que os filósofos Gregos não foram os autores da filosofia Grega, mas os Sacerdotes e Hierofantes Egípcios foram. Aristóteles morreu em 322 a.C. não muitos anos depois de ter sido auxiliado por Alexandre o Grande para obter a maior quantidade de livros científicos das Bibliotecas e Templos Reais do Egito.
Apesar, porém, de tão grande tesouro intelectual, a morte de Aristóteles marcou a morte da filosofia entre os Gregos, que não parecem possuir a habilidade natural para o avanço dessas ciências.
Conseqüentemente a história nos informa que os Gregos foram obrigados a fazer um estudo de Ética, que eles também tomaram emprestado do Egípcio “Summum Bonum” ou maior bem.
Os dois outros Filósofos Atenienses devem ser mencionados aqui, quero dizer, Sócrates e Platão; que também se tornaram famosos na história como filósofos e grandes pensadores. Todo menino de escola acredita que, quando ele ouve ou lê a prescrição “conhece a ti mesmo”, ele está ouvindo ou lendo palavras que foram proferidas por Sócrates. Mas a verdade é que os Templos Egípcios carregavam inscrições na parte externa dirigidas aos neófitos e entre elas estava a prescrição “conhece a ti mesmo” [“Know Thyself”]. Sócrates copiou estas palavras dos Templos Egípcios, e não foi o autor. Todos os templos de mistérios, dentro e fora do Egito carregavam tais inscrições, assim como os boletins semanais de nossas Igrejas modernas.

Da mesma forma, todo menino de escola acredita que quando ele ouve ou lê os nomes das quatro virtudes cardeais, ele está ouvindo ou lendo nomes de virtudes determinadas por Platão. Nada tem sido mais enganoso, pois o Sistema de Mistério Egípcio continha dez virtudes, e a partir desta fonte Platão copiou o que tem sido chamado de quatro virtudes cardeais, justiça, sabedoria, temperança e coragem. Na verdade, é surpreendente como, durante séculos, os Gregos tem sido elogiados pelo Mundo Ocidental por realizações intelectuais que pertencem, sem dúvida, aos Egípcios ou os povos da África do Norte.
Outra característica notável da filosofia Grega é o fato de que a maioria dos filósofos Gregos usaram os ensinamentos de Pitágoras como seu modelo; e, conseqüentemente, eles não introduziram nenhuma novidade no campo da filosofia. Incluídas no sistema Pitagórico encontramos as doutrinas de (a) Opostos (b) Harmonia (c) Fogo (d) Mente, uma vez que ela é composta de átomos de fogo, (e) Imortalidade, expressa como transmigração das almas, (f) O Summum Bonum ou o propósito da filosofia. E estas, claro, são refletidas nos sistemas de Heráclito, Parmênides, Demócrito, Sócrates, Platão e Aristóteles.

A próxima coisa que é peculiar sobre a filosofia Grega é a sua utilização na literatura. O Sistema de Mistério Egípcio foi a primeira Ordem Secreta da História e a publicação de seus ensinamentos era estritamente proibida. Isto explica por que Iniciados como Sócrates não se comprometeram em escrever sua filosofia, e porque os Babilônios e os Caldeus que estavam intimamente associados a eles também se abstinham de publicar esses ensinamentos.

Nós podemos ao mesmo tempo ver como era fácil para uma nação ambiciosa e até mesmo invejosa reivindicar um corpo de conhecimentos não escrito que os faria grandes aos olhos do mundo primitivo. O absurdo, no entanto, é facilmente reconhecido quando lembramos que a língua Grega foi usada para traduzir vários sistemas de ensinamentos que os Gregos não poderiam ter sucesso na reivindicação. Tais foram a tradução de Escrituras Hebraicas para o Grego, chamada Septuaginta; e a tradução dos Evangelhos Cristãos, Atos e as Epístolas, em Grego, ainda chamados de o Novo Testamento Grego. Somente a filosofia não escrita dos Egípcios traduzida para o Grego que encontrou com tal destino tão infeliz: um legado roubado pelos Gregos.
Por conta dos motivos já expostos, tenho sido obrigado a lidar com o assunto deste livro, na forma como tem sido tratada a saber:

(a) com uma freqüência de repetição, porque é o método da filosofia Grega, usar um princípio comum para explicar várias doutrinas diferentes, e

(b) a citação e análise de doutrinas, porque é o objeto deste livro estabelecer a origem Egípcia e isso não pode ser feito de forma satisfatória se as doutrinas não forem apresentadas.

A Filosofia Grega é uma espécie de um drama, cujos atores principais foram Alexandre o Grande, Aristóteles e seus sucessores na escola peripatética, e o Imperador Romano Justiniano. Alexandre invadiu o Egito e capturou a Biblioteca Real de Alexandria e a saqueou. Aristóteles fez uma biblioteca de sua propriedade com livros saqueados, enquanto sua escola ocupou o prédio e usou-o como um centro de pesquisa. Finalmente, o Imperador Romano Justiniano aboliu os Templos e escolas de filosofia, ou seja, um outro nome para os Mistérios Egípcios que os Gregos reivindicaram como seu produto, e por conta do que, eles tem sido falsamente elogiados e homenageados por séculos pelo mundo, como os seus maiores filósofos e pensadores.

Esta contribuição para a civilização foi realmente e verdadeiramente feita pelos Egípcios e o Continente Africano, mas não pelos Gregos ou o Continente Europeu.
Às vezes nos perguntamos por que as pessoas de ascendência Africana se encontram na tal situação social que se encontram, mas a resposta é simples o suficiente. Se não fosse por esse drama da filosofia Grega e seus atores, o Continente Africano teria tido uma reputação diferente, e teria gozado de um status de respeito entre as nações do mundo. Esta posição infeliz do Continente Africano e seus povos parece ser o resultado de falsa representação [misrepresentation] sobre a qual a estrutura do preconceito racial foi construída, ou seja, a opinião histórica mundial de que o Continente Africano é atrasado, que seu povo é atrasado, e que sua civilização é também atrasada.

Por fim, a desonestidade no movimento da publicação de uma filosofia Grega, torna-se muito evidente, quando nos referimos ao fato de que, chamar propositadamente o teorema do quadrado da hipotenusa de o teorema de Pitágoras, tem escondido a verdade durante séculos do mundo, que deveria saber que os Egípcios ensinaram a Pitágoras e aos Gregos, a matemática que eles sabiam.

Quero mencionar aqui que, entre os muitos livros os que eu achei úteis no meu trabalho atual estão “The Adventure of Intellectual Man” [“A Aventura Intelectual do Homem”]  e “The Egyptian Religion” [“A Religião Egípcia” ] pelo professor Henri Frankfort e “The Mediterranean World in Ancient Times” [“O Mundo Mediterrâneo na Antiguidade“], pela Professora Eva Sandford.

George G. M. James

 

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                   OS OBJETIVOS DO LIVRO

O objetivo do livro é estabelecer melhores relações raciais no mundo, revelando uma verdade fundamental sobre a contribuição do Continente Africano para a civilização. Deve-se ter em mente que a primeira lição em Ciências Humanas é tornar um povo consciente de sua contribuição para a civilização; e a segunda lição é ensinar-lhes sobre outras civilizações. Por esta divulgação da verdade sobre a civilização de povos individuais, um melhor entendimento entre eles, e uma avaliação correta do outro deve seguir. Esta noção é baseada sobre a noção do Grande Mestre [the Great Master Mind]: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
Conseqüentemente, o livro é uma tentativa de mostrar que os verdadeiros autores da filosofia Grega não foram os Gregos; mas sim as pessoas do Norte de África, comumente chamadas de os Egípcios; e o louvor e honra falsamente dado aos Gregos durante séculos pertence ao povo do Norte da África, e, portanto, ao Continente Africano. Conseqüentemente, este roubo do legado Africano pelos Gregos levou à opinião mundial errônea de que o Continente Africano não fez nenhuma contribuição para a civilização, e que as suas pessoas são naturalmente atrasadas. Esta é a deturpação [misrepresentation] que se tornou a base do preconceito de raça, que afetou todas as pessoas de cor.

Durante séculos, o mundo tem sido enganado sobre a fonte original das Artes e Ciências; durante séculos Sócrates, Platão e Aristóteles tem sido falsamente idolatrados como modelos de grandeza intelectual; e durante séculos o continente Africano tem sido chamado de o Continente Escuro [Dark Continent], porque a Europa cobiçou a honra de transmitir ao mundo, as Artes e Ciências.

Estou feliz por ser capaz de trazer esta informação para a atenção do mundo, de modo que, por um lado, todas as raças e credos podem conhecer a verdade e libertar-se desses preconceitos que corromperam as relações humanas; e, por outro, que as pessoas de origem Africana podem ser emancipadas de sua servidão de complexo de inferioridade, e entrar em uma nova era de liberdade, na qual eles se sentirão como homens livres, com plenos direitos humanos e privilégios.

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                                PARTE 1

 

 

                              CAPÍTULO I:

Filosofia Grega é Filosofia Egípcia Roubada.

1. Os Ensinamentos dos Mistérios Egípcios Alcançaram Outras Terras Muitos Séculos Antes de Alcançar Atenas.

DE ACORDO com a história, Pitágoras, depois de receber a sua formação no Egito, voltou à sua ilha natal, Samos, onde ele estabeleceu sua ordem por um curto tempo, após o qual ele migrou para Crotone (540 a.C.), no sul da Itália, onde sua ordem cresceu para enormes proporções, até sua expulsão definitiva daquele país. Também nos é dito que Tales (640 a.C.), que também tinha recebido a sua educação no Egito, e seus associados: Anaximandro e Anaxímenes eram nativos da Jônia, na Ásia Menor, que era um reduto das escolas dos Mistérios Egípcios, que eles levaram a cabo.

[Sandford’s The Mediterranean World, p. 195–205].

Similarmente, somos informados de que Xenófanes (576 a.C.), Parmênides, Zeno e Melissus também eram nativos da Jônia e que eles migraram para Eleia na Itália e se estabeleceram e espalharam os ensinamentos dos Mistérios.

Da mesma forma, somos informados de que Heráclito (530 a.C.), Empédocles, Anaxágoras e Demócrito também eram nativos da Jônia que estavam interessados em física. Assim, ao rastrear o curso da então-chamada filosofia Grega, vemos que os estudantes Jônicos após a obtenção de sua educação a partir dos sacerdotes Egípcios retornaram à sua terra natal, enquanto alguns deles migraram para diferentes partes da Itália, onde eles se estabeleceram.

Conseqüentemente, a história deixa claro que os vizinhos ao redor do Egito tinham todos se tornado familiarizados com os ensinamentos dos Mistérios Egípcios muitos séculos antes dos Atenienses, os quais em 399 a.C. condenaram Sócrates à morte (Zeller’s Hist. of Phil., p. 112; 127; 170–172) e, posteriormente, levaram Platão e Aristóteles a fugir de Atenas para salvar suas vidas, porque filosofia era algo estranho e desconhecido para eles. Por esta mesma razão, seria de se esperar tanto dos Jônicos quanto dos Italianos exercerem a sua reivindicação da filosofia, uma vez que esta entrou em contato com eles muito antes do que fez com os Atenienses, que foram sempre os seus maiores inimigos, até a conquista do Egito por Alexandre, que deu a Aristóteles o livre acesso à Biblioteca de Alexandria.

Os Jônicos e Italianos não fizeram nenhuma tentativa de reivindicar a autoria da filosofia, porque eles estavam bem cientes de que os Egípcios eram os verdadeiros autores. Por outro lado, após a morte de Aristóteles, seus alunos Atenienses, sem a autoridade do Estado, comprometeram-se a compilar uma história da filosofia, reconhecida na época como a Sophia ou Sabedoria dos Egípcios, que havia se tornado corrente e tradicional no mundo antigo, compilação esta, porque foi produzida pelos alunos que haviam pertencido à escola de Aristóteles, que a história posterior tem erroneamente chamado de filosofia Grega, a despeito do fato de que os Gregos eram os seus maiores inimigos e perseguidores, e haviam persistentemente tratado-a como uma inovação estrangeira. Por esta razão, a então-chamada filosofia Grega é filosofia Egípcia roubada, a qual primeiro se espalhou para a Jônia, seguindo depois para a Itália e depois para Atenas. E é preciso lembrar que, neste período remoto da história da Grécia, ou seja, de Tales até Aristóteles 640 a.C. — 322 a.C., os Jônicos não eram cidadãos Gregos, mas à princípio súditos Egípcios e posteriormente súditos Persas.

[Zeller’s Hist. of Phil.: p. 37; 46; 58; 66–83; 112; 127; 170172.]
[William Turner’s Hist. of Phil.: p 34; 39; 45; 53.]
[Roger’s Student Hist. of Phil.: p. 15.]
[B. D. Alexander’s Hist. of Phil.: p. 13; 21.]
[Sandford’s The Mediterranean World p. 157; 195–205.]

Um breve esboço do antigo Império Egípcio também deixará claro que a Ásia Menor ou Jônia era a antiga terra dos Hititas, os quais não foram conhecidos por qualquer outro nome nos dias antigos.

De acordo com Diodoro e Mâneton, Sumo Sacerdote no Egito, duas colunas foram encontradas em Nysa, Arábia; uma da Deusa Isis e outra do Deus Osíris, na última das quais o Deus declarava que ele tinha levado um exército para a Índia, para as fontes do Danúbio, e, tão longe quanto o oceano. Isto significa, naturalmente, que o Império Egípcio, em uma data muito precoce, incluía não apenas as ilhas do mar Egeu e a Jônia, mas também se estendia para as extremidades do Oriente.

Nós também somos informados de que Senusert I, durante a 12ª dinastia (ou seja, cerca de 1900 a.C.) conquistou a inteira costa marítima da Índia, além do Ganges até o oceano Oriental. Ele também disse ter incluído as Cíclades e uma grande parte da Europa em suas conquistas.

Em segundo lugar, as “Cartas de Amarna” encontradas nos escritórios governamentais do Rei Egípcio, Iknaton [Aquenáton], testemunham o fato, de que o Império Egípcio havia se estendido ao oeste da Ásia, Síria e Palestina, e que durante séculos o poder Egípcio havia sido supremo no mundo antigo. Isto foi na 18ª Dinastia, ou seja, por volta de 1500 a.C.

Também nos é dito que, durante o reinado de Tuthmosis III, o domínio do Egito estendia-se não apenas ao longo da costa da Palestina, mas também desde Núbia até ao Norte da Ásia.

(Breadsted’s Conquest of Civilization p. 84; Diodorus 128; Manetho; Strabo; Dicaearchus; John Kendrick’s Ancient Egypt vol. I).

2. A Autoria das Doutrinas Individuais é extremamente duvidosa.

Quando se tenta ler a história da filosofia Grega, descobre-se uma ausência completa de informações essenciais sobre o início da vida e a formação dos então-chamados filósofos Gregos, de Tales até Aristóteles. Nenhum escritor ou historiador professa saber nada sobre sua educação inicial. Tudo o que nos dizem sobre eles consiste em:

(a) uma data e local de nascimento duvidosos
(b) suas doutrinas; mas o mundo é deixado para adivinhar quem eram e de que fonte obtiveram sua educação inicial, e seria naturalmente de se esperar que homens que subiram para a posição de um Professor, entre parentes, amigos e associados, seriam bem conhecidos, não somente por eles, mas por toda a comunidade.

Ao contrário, homens que poderiam muito bem ser colocados entre os primeiros Professores da história, que haviam crescido desde a infância até à idade adulta, e haviam ensinado alunos, são representados como desconhecidos, sem quaisquer vestígios domésticos, sociais ou educacionais iniciais.

Isto é inacreditável, e ainda assim é um fato que a história da filosofia Grega apresentou ao mundo um número de homens sobre cujas vidas ela sabe pouco ou nada; mas espera que mundo aceite-os como os verdadeiros autores das doutrinas que são alegadas como sendo deles.

Na ausência de provas essenciais, o mundo hesita em reconhecê-los como tal, porque a verdade de toda esta questão de filosofia Grega aponta para uma direção muito diferente.

O livro sobre a natureza intitulado peri physeos foi o nome comum sob o qual estudantes Gregos interessados no estudo-da-natureza escreveram. A cópia mais antiga, é dito, remonta ao século VI a.C. e é costume referir-se aos restantes do peri physeos como os Fragmentos. (William Turner’s History of Philosophy p. 62).
Nós não acreditamos que genuínos Iniciados produziram o livro sobre a natureza, uma vez que isto era contrário às regras dos Mistérios Egípcios, em conexão com o qual as Escolas Filosóficas conduziam seu trabalho. O Egito era o centro do corpo de sabedoria antiga, e conhecimentos religiosos, filosóficos e científicos difundiram-se para outras terras através de estudante Iniciados. Tais ensinamentos permaneceram por gerações e séculos sob a forma de tradição, até a conquista do Egito por Alexandre o Grande, e o movimento de Aristóteles e sua escola para compilar ensinamento Egípcio e reivindicá-lo como filosofia Grega. (Ancient Mysteries by C. H. Vail p. 16.)

Conseqüentemente, como uma fonte de autoridade de autorias, o peri physeos, é de pouco valor, se for de algum, uma vez que a história menciona apenas quatro nomes como autores do mesmo, isto é, Anaximandro, Heráclito, Parmênides, Anaxágoras; e pede ao mundo para aceitar sua autoria da filosofia, porque Teofrasto, Sexto, Proclus e Simplício, da escola de Alexandria, é dito, preservaram pequenos restos dele (os Fragmentos). Se o peri physeos é o critério para a autoria da Filosofia Grega, então, ele fica muito aquém de seu propósito, uma vez que apenas quatro filósofos são alegados por terem escrito este livro e terem fragmentos de seu trabalho. De acordo com essa idéia todos os outros filósofos, que não conseguiram escrever o peri physeos e ter os restos dele, também não conseguiram escrever filosofia Grega. Esta é a reductio ad absurdum a qual o peri physeos nos leva.

As escolas de filosofia, Caldéias, Gregas e Persas, eram parte do antigo Sistema de Mistério do Egito. Elas eram conduzidas em sigilo de acordo com as exigências da Osiríaca, cujos ensinamentos se tornaram comuns a todas as escolas. De acordo com as demandas de sigilo, a escrita e publicação de ensinamentos eram estritamente proibidos e, conseqüentemente, Iniciados que haviam progredido satisfatoriamente na sua formação, e haviam avançado para o grau de Mestre ou Professor, abstinham-se de publicar os ensinamentos dos Mistérios ou filosofia.

Conseqüentemente qualquer publicação da filosofia não poderia ter saído da pena dos próprios filósofos originais, mas de qualquer de seus amigos mais próximos que conheciam seus pontos de vista, como no caso de Pitágoras e Sócrates, ou de pessoas interessadas que fizeram um registro daqueles ensinamentos filosóficos que haviam se tornado opinião popular e tradição. Não é de admirar, então, que, na ausência de autoria original, a história teve de recorrer à estratégia de aceitar a opinião de Aristóteles como a única autoridade para determinar a autoria da filosofia Grega (Introduction to Alfred Weber’s History of Philosophy). É por estas razões que grande dúvida rodeia a então-chamada autoria Grega da filosofia. (William Turner’s History of Philosophy p. 35; 39; 47; 53; 62; 79; 210–211; 627. Ancient Mysteries by C. H. Vail p. 16. Theophrastus: Fragment 2 apud Diels. Introduction to Alfred Weber’s History of Philosophy.)

3. A Cronologia de Filósofos Gregos é mera especulação.

A História não sabe nada sobre o início da vida e formação dos filósofos Gregos e isso é verdade não apenas para os filósofos pré-socráticos, mas também para Sócrates, Platão e Aristóteles, que aparecem na história em torno da idade de dezoito anos e começam a ensinar aos quarenta.

Como um corpo de homens que eram indesejáveis para o Estado, (personae non gratae) e foram, conseqüentemente, perseguidos e levados a ocultação e sigilo. Sob tais circunstâncias, eles não mantiveram nenhum registro de suas atividades e isso foi feito, a fim de ocultar a sua identidade. Após a conquista do Egito por Alexandre o Grande, e a apreensão e saque da Biblioteca Real de Alexandria, o plano de Aristóteles para usurpar filosofia Egípcia, foi posteriormente levado a cabo por membros de sua escola: Teofrasto, Andrónico de Rodes e Eudemus, que logo se viram confrontados com o problema de uma cronologia para a história da filosofia.
(Introduction of Zeller’s Hist. of Phil. p. 13).

Durante todo este esforço tem havido muita especulação sobre a data de nascimento de filósofos, sobre quem o público sabia muito pouco. Já no terceiro século a.C. (274-194 a.C.) Eratóstenes, um Estóico elaborou uma cronologia dos filósofos Gregos e, no segundo século antes de Cristo (140) Apollodorus também elaborou outra. O esforço continuou e, no primeiro século a.C. (60-70 a.C.) Andrónico, o décimo-primeiro Chefe da escola Peripatética, também elaborou outra.

Esta dificuldade continuou durante os primeiros séculos, e chegou até o presente momento, pois parece que todos os escritores modernos sobre filosofia Grega não chegam a acordo sobre as datas que devem ser atribuídos à natividade dos filósofos. A única exceção parece ocorrer com referência aos três filósofos Atenienses, ou seja, Sócrates, Platão e Aristóteles, a data de cujas natividades se acredita ser certa, e concernente à qual há um consenso geral entre os historiadores.
No entanto, quando lidamos com os filósofos pré-Socráticos, somos confrontados com a confusão e incerteza, e alguns exemplos podem servir para ilustrar a natureza não confiável da cronologia dos filósofos Gregos.

(1) Diógenes Laércio coloca o nascimento de Tales em 640 a.C., enquanto a História da Filosofia de William Turner coloca como 620 a.C.; aquela de Frank Thilly em 624 a.C.; aquela de A.K. Rogers no início do Sexto Século a.C.; e aquela de W. G. Tennemann em 600 a.C.

(2) Diógenes Laércio coloca o nascimento de Anaximenes em 546 a.C.; enquanto W. Windelbrand coloca-a no Sexto Século a.C.; aquela de Frank Thilly em 588 a.C.; a de B. D. Alexander em 560 a.C.; enquanto que a de A.K. Rogers, no Sexto Século a.C.

(3) Parmênides é creditado por Diógenes como tendo nascido em 500 a.C.; enquanto Fuller, Thilly e Rogers omitem a data de nascimento, porque eles dizem que é desconhecida.

(4) Zeller coloca o nascimento de Xenófanes em 576 a.C.; enquanto Diógenes fornece a data 570 a.C.; e a maioria dos outros historiadores declara que a data de nascimento é desconhecida.

(5) Com referência a Xeno, Diógenes que não sabe a data de seu nascimento, diz que ele floresceu entre 464-460 a.C.; enquanto William Turner coloca-a em 490 a.C.; assim como Frank Thilly e B. D. Alexander; enquanto Fuller, A.K. Rogers e W.G. Tennemann declaram-na ser desconhecida.

(6) Com referências a Heráclito, Zeller faz as seguintes suposições:
se ele morreu em 475 a.C. e se ele tinha sessenta anos quando ele morreu, então ele deve ter nascido em 535 a.C.; semelhantemente Diógenes supõe que ele floresceu entre 504-500 a.C.; e enquanto William Turner coloca seu nascimento em 530 a.C.; Windelbrand coloca-o em 536 a.C.; e Fuller e Tennemann declaram que ele floresceu em 500 a.C.

(7) Com referência a Pitágoras, Zeller que não sabe a data de seu nascimento supõe que ocorreu entre os anos 580-570 a.C.; e, enquanto Diógenes também supõe que ocorreu entre os anos 582-500 a.C.; William Turner, Fuller, Rogers, e Tennemann declaram que é desconhecida.

(8) Com referência a Empédocles, enquanto Diógenes coloca seu nascimento em 484 a.C.; Turner, Windelbrand, Fuller, B.D. Alexander e Tennemann colocam-no em 490 a.C.; enquanto A.K. Rogers e outros declaram que é desconhecida.

(9) Com referência a Anaxágoras, enquanto Zeller e Diógenes colocam seu nascimento em 500 a.C.; William Turner, A.G. Fuller, e Frank Thilly concordam com eles, enquanto Alexander coloca-o em 450 a.C. e A.K. Rogers e outros declaram que é desconhecido.

(10) Com referência a Leucipo, todos os historiadores parecem ser da opinião de que ele nunca existiu.

(11) Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) são os únicos três filósofos cujas datas da natividade e cuja morte não parecem ter levado a especulações entre os historiadores; mas a razão para essa uniformidade é provavelmente pista para o fato de que eles eram Atenienses e haviam sido indiciados pelo Governo Ateniense que teria naturalmente os investigado e mantido um registro de seus casos. (A. K. Roger’s Hist. of Phil. p. 104).

N.B.

Deve ser notado a partir do precedente estudo comparativo da cronologia dos filósofos Gregos que

(a) a variação de datas aponta para especulação

(b) os filósofos pré-Socráticos eram desconhecidos por serem estrangeiros ao Governo Ateniense e provavelmente nunca existiram

(c) segue-se que ambos os filósofos pré-Socráticos, juntamente com Sócrates, Platão e Aristóteles foram perseguidos pelo Governo Ateniense por introduzir doutrinas estrangeiras em Atenas.

(d) Em conseqüência destes fatos, qualquer reivindicação posterior pelos Gregos pela propriedade ou autoria das mesmas doutrinas que eles haviam rejeitado e perseguido, deve ser considerada como uma usurpação.

4. A compilação da História da Filosofia Grega foi o plano de Aristóteles Executado pela sua escola.

Quando Aristóteles decidiu compilar uma história da Filosofia Grega ele deve ter dado a conhecer os seus desejos aos seus alunos Teofrasto e Eudemus: pois logo após ele ter produzido a sua metafísica, então Teofrasto o seguiu publicando dezoito livros sobre as doutrinas dos físicos. Da mesma forma, depois de Teofrasto ter publicado suas doutrinas dos físicos, Eudemus produziu histórias separadas de Aritmética, Geometria, Astronomia e também de teologia. Este foi um início surpreendente, por causa do grande número de livros científicos, e da ampla gama de assuntos tratados. Esta situação tem justamente despertado a suspeita do mundo, uma vez que questiona a origem desses trabalhos científicos.

Uma vez que Teofrasto e Eudemus eram estudantes sob Aristóteles ao mesmo tempo, e uma vez que a conquista do Egito por Alexandre o Grande, tornou a Biblioteca Egípcia de Alexandria disponível para os Gregos para a pesquisa, então, deve-se esperar que os três homens, Aristóteles, que foi um amigo próximo de Alexandre, Teofrasto e Eudemus não só fizeram uma pesquisa na Biblioteca Alexandrina no mesmo momento, mas também devem ter-se ajudado nos livros, o que lhes permitiu seguir um ao outro tão de perto na produção de trabalhos científicos (William Turner’s Hist. of Phil. p. 158–159), os quais não eram senão uma porção do espólio de guerra retirado da biblioteca ou compilações destes. (Note que as obras de Aristóteles revelam os sinais de tomação de notas [anotações] e que Teofrasto e Eudemus foram alunos freqüentando a escola de Aristóteles, ao mesmo tempo). William Turner’s Hist. of Phil. p. 127.

Justo aqui pode ser bom mencionar os nomes dos alunos de Aristóteles que tomaram parte ativa na promoção do movimento para a elaboração de uma história da filosofia Grega:

(a) Teofrasto de Lesbos 371-286 a.C., que sucedeu a Aristóteles como chefe da escola peripatética. Como em outros lugares mencionados, ele é dito ter produzido dezoito livros sobre as doutrinas dos físicos. Quem eram esses físicos? Gregos ou Egípcios? Apenas pense nisso.

(b) Eudemus de Rodes, um contemporâneo de Teofrasto com quem também freqüentou a escola de Aristóteles. Ele é dito ter produzido histórias da aritmética, geometria, astronomia e teologia, como mencionado em outros lugares. Qual foi a fonte dos dados sobre as histórias destas ciências, as quais devem ter tomado a qualquer nação milhares de anos para se desenvolver? Grécia ou Egito? Apenas pense nisso.

(c) Andrónico de Rodes, um Eclético da escola de Aristóteles e editor de suas obras (70 a.C.).

As obras destes homens, juntamente com a metafísica de Aristóteles, que continham um resumo crítico das doutrinas de todos os filósofos anteriores, parecem formar o núcleo de uma compilação do que tem sido chamada, a história da filosofia Grega (Zeller’s Hist. of Greek Phil.: Introduction p. 7 – 14).

O próximo movimento foi a organização de uma associação chamada “O estudo erudito dos Escritos de Aristóteles”, cujos membros eram Teofrasto e Andrónico, que eram ambos intimamente ligados com a escola de Aristóteles. A função desta associação era identificar a literatura e as doutrinas da filosofia com seus então-chamados respectivos autores, e, a fim de realizar isso, os alunos da escola de Aristóteles e seus amigos foram encorajados a entrar em uma pesquisa sobre as obras de Aristóteles e escrever comentários sobre elas.

Além disso, a Associação Erudita também incentivou a pesquisa para a recuperação do que foi chamado Fragmentos ou restos de um livro, que é suposto ter uma vez existido, e ter levado o título comum de “Peri Physeos“, isto é, a respeito da natureza.

Aqui, novamente, quem saiu em busca do “peri physeos” ou de seus restos foram os alunos da escola de Aristóteles e seus amigos: mas os seus esforços para estabelecer a autoria foi um fracasso.

(a) Teofrasto encontrou apenas duas linhas do peri physeos, supostas de terem sido escritas por Anaximandro.

(b) Sexto e Proclus do Século Quinto d.C., e Simplício do Século Sexto d.C. são ditos terem encontrado uma cópia do “peri physeos” suposta por ter sido produzida por Parmênides.

(c) Além disso, o nome de Simplício também está associado com uma cópia do “peri physeos”, que é suposta por ter sido produzida por Anaxágoras.

Tanto para o “peri physeos e os Fragmentos”, quanto para a tentativa da “Associação Erudita” para o estudo das obras de Aristóteles; a qual falhou devido a falta de provas, como tem sido apontado em outros lugares.

A recuperação de duas cópias e duas linhas do “peri physeos” não é a prova de que todos os filósofos Gregos escreveram “peri physeos”, ou mesmo de que os nomes atribuídos a eles foram os seus autores de boa fé. Certamente parece que o objetivo da Associação Erudita era bater o ritmo e a dança próprios de Aristóteles. Foi idéia de Aristóteles compilar uma história da filosofia, e foi a escola de Aristóteles e seus ex-alunos que realizaram a idéia, dizem-nos.

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CAPÍTULO II:

 

A então-chamada Filosofia Grega Era Alheia aos Gregos e Suas Condições de Vida.

1. O Período da Filosofia Grega (640-322 a.C.) Foi Um Período de Guerras Internas e Externas, e Foi, Portanto, Inadequado Para a Produção de Filósofos.

A HISTÓRIA sustenta o fato de que a partir do tempo de Tales, até o tempo de Aristóteles, os Gregos foram vítimas de desunião interna, por um lado, enquanto por outro, eles viviam em constante medo de invasão dos Persas que eram um inimigo comum para as cidades-estados.

Conseqüentemente, quando eles não estavam lutando uns com os outros eles se encontravam ocupados lutando contra os Persas, que logo os dominaram e se tornaram seus senhores. A partir do Século Sexto a.C. o território a partir da costa da Ásia Menor até o Vale do Indo uniram-se sob o poder único da Pérsia, cujo território central, Irã, tem sobrevivido como uma unidade nacional até os dias atuais. A Expansão Persa era como um pesadelo para os Gregos que temiam os Persas por conta de sua marinha invulnerável, e organizaram-se em ligas e confederações, a fim de resistir a seu inimigo.

(C. 12 P. 195; Sandford’s Mediterranean World)

 

Existem três fontes que lançam luz sobre as condições caóticas e problemáticas deste período da história Grega.

(A) As Conquistas Persas
(B) As Ligas e
(C) as Guerras do Peloponeso.

A. As Conquistas Persas

Após os Persas conquistarem os Jônicos (possivelmente antigos Hititas), e tornarem-lhes seus subordinados, Polícrates (539-524 a.C.) apoderou-se da Ilha de Samos e fez dela uma cidade famosa.
(Sandford’s Mediterranean World c. 9).

Entre 499 e 494 a.C. os Jônicos revoltaram-se contra os Persas, que os derrotaram em Lade, enquanto Chipre e Mileto também foram capturadas. (Sandford’s Mediterranean World c. 12).

No verão de 490 a.C. Forças Gregas e Persas reuniram-se em Maratona, mas depois de uma luta mão-à-mão, ambos os beligerantes retiraram-se, apenas para preparar forças mais poderosas, a fim de renovar o conflito. Assim, após dez anos terem decorrido, uma Liga Helênica foi organizada contra os Persas, e o Rei Espartano Leônidas foi enviado com um exército para manter a passagem das Termópilas, até que a frota ganhasse uma vitória decisiva. (C. 12, P. 202; Sandford’s Mediterranean World).

Assim, durante o mês de agosto de 481 a.C. navios Persas sob o comando de Xerxes ancoraram no golfo de Pagasae, enquanto os Gregos ancoraram ao largo do Cabo Artemísio. Ambos os lados aguardavam uma oportunidade favorável para atacar. Os Persas começaram a forçar a passagem, enquanto simultaneamente um dos seus destacamentos secretamente foi auxiliado por um traidor Grego, ao longo de uma passagem íngreme de montanha para a parte traseira da posição Grega. Tendo sido pegos de surpresa, os guardas Gregos imediatamente retiraram-se sem resistência. Os Espartanos que estavam guardando Termópilas foram todos mortos e a passagem foi capturada pelos Persas.
(Sandford’s Mediterranean World C. 12 P. 202).

Tendo sido derrotados nas Termópilas, os Gregos retiraram-se para Salamina, onde mais uma vez eles se encontraram em uma batalha naval com os Persas. Era final de setembro de 481 a.C., e o resultado foi a destruição gratuita de navios em ambos os lados, sem qualquer decisão. Ambos os beligerantes se retiraram: Os Persas para a Tessália, e os Gregos para Attica.
(Sandford’s Mediterranean World C. 12 P. 203).

Com o persistente objetivo de liberdade da dominação Persa, Atenas, juntamente com as cidades da ilha e costa (do Egeu e da Jônia) renovou a sua resistência ao domínio Persa. Esta foi a confederação de Delos, que realizou vários combates navais, mas com pouco ou nenhum sucesso.

Em 467 a.C. a batalha do Rio Eurimedonte foi travada e perdida com um grande número de navios. Dezoito anos depois (449 a.C.), outro confronto naval ocorreu ao largo da ilha de Chipre, mas novamente sem decisão, e, conseqüentemente, a soberania Persa sobre os Gregos permaneceu.

(Sandford’s Mediterranean World C. 12 P. 205).

Enquanto isso, a Esparta, sob os termos do Tratado de Mileto (413 a.C.), obteve subsídios da Pérsia, para a construção naval, na condição que ela reconhecia a soberania Persa sobre os Jônicos e seus aliados. Isso foi feito por Esparta como uma ameaça às ambições Atenienses.

No entanto, não foi muito tempo depois do Tratado de Mileto que os Gregos se submeteram à autoridade e domínio dos Persas. Durante o inverno, 387-386 a.C., as cidades Jônicas individuais, assinaram os termos de paz do Rei Persa, e finalmente aceitaram o domínio Persa. Este Tratado foi negociado por um enviado Espartano que foi autorizado pelo Rei Persa para fazer cumprir as suas disposições.

(Sandford’s Mediterranean World C. 13 and 15, P. 225 and 255).

1. As Ligas

Além da resistência a um inimigo comum, os Persas, um estudo sobre a função das Ligas, revela a inimizade e espírito de agressão que eram característicos da relação que existia entre os próprios estados da cidade Grega.

Assim, em 505 a.C., os estados do Peloponeso assinaram tratados entre si, comprometendo-se a guerrear contra Esparta, que os havia absorvido sob a sua influência. Enquanto isso, Aristágoras reviveu a Liga Jônica (499-494 a.C.) para resistir à agressão Persa, e a amizade entre Atenas e Egina foi restaurada pela Liga Helênica (481 a.C.), que foi mais tarde convertida para a Confederação de Delos (478 a.C.), como mencionado em outros lugares. Da mesma forma, Tebas também caiu em conformidade com o temperamento geral da época e organizou a Liga da Beócia, uma federação de cidades-estados, para auto-proteção e agressão.
(Sandford’s Mediterranean World C. 9, P. 150; C. 12, P. 201).

Em 377 a.C. uma segunda Confederação Ateniense foi organizada, mas esta veio a frustrar os objetivos dos Lacedaemonianos e obrigá-los a respeitar o direito dos Atenienses e seus aliados. (Sandford’s Mediterranean World C. 15, P. 260). Da mesma forma, em 290 a.C., a Liga Etólia formada por Estados do centro da Grécia, ganhou o controle de Delfos, e freqüentemente violou direitos Acaios no Peloponeso, enquanto que em 225 a.C. Antígono Doson organizou outra Liga Helênica, com a finalidade de obstruir as ambições de Esparta e seus aliados Etólios.

(Sandford’s Mediterranean World C. 18, P. 317 and 319).

(W. H. Couch’s Hist. of Greece, p. 206–209, c. 11. Botsford & Robinson’s Hellenic Hist., p. 115– 121; 127–142. T. B. Bury’s Hist. of Greece, p. 216–229; 240–241; 259–269; 471472. The Tutorial Hist. of Greece by W. J. Woodhouse, c. 18, 20 and 21).

1. As Guerras do Peloponeso 460-445 a.C. e 431-421 a.C.

Devido às ambições de Atenas para dominar os Jônicos e outros povos vizinhos, Péricles lançou uma campanha de alianças e conquistas que se estendem da Tessália para Argos, e da Eubéia para Naupactus, Acaia e as principais ilhas do Mar Jônico.

Os resultados foram os seguintes:

(a) Atenas estabeleceu alianças com Beócia, Phocis e Locris, apesar da oposição de Esparta.

(b) Em 456 a.C. A Egina foi capturada e feita tributária.

(c) Em 450 a.C. Atenas falhou em sua tentativa de invadir a Corinto.

(d) Em 451, a amizade entre Atenas e Esparta foi restaurada por intermédio de Cimon, com a condição de que a aliança Ateniense com Argos foi dissolvida.

(e) Em 447 a.C. os Oligarcas exilados de Tebas derrotaram os Atenienses em Coronea, e restabeleceu a Liga da Beócia sob a liderança de Tebas.

(f) Em 445 a.C. o 30 anos de paz foi assinado e depois da revolta de Eubeia e Megara, Esparta invadiu Attica e Péricles pediu a paz. Atenas perdeu todas as suas participações continentais.
(Sandford’s Mediterranean World C. 13, P. 220).

A segunda guerra do Peloponeso (431-421 a.C.) como a primeira surgiu através de um espírito geral de rebelião entre as cidades-estado Gregas contra o imperialismo Ateniense, Esparta sendo o principal inimigo.

Os resultados foram os seguintes:

(a) Em 435 a.C., guerra entre Corcyra e Corinto, Corcyra sendo auxiliada por Atenas.

(b) Em 432 a.C.,

1) Atenas bloqueou Potidaea, porque ela se recusou a desmantelar seus Muros do Sul, e demitir seus Magistrados Coríntios.

(2) Megara foi excluída do mercado Grego, a fim de reduzi-la a sujeição.

(3) A Liga do Peloponeso planejou guerra contra Atenas e Beócia. Phocis e Locris foram lutar contra Atenas, Corcyra e alguns estados do Norte.

(c) Em 431 a.C.,

(1) Tebas atacou Plataea, e enquanto um exército do Peloponeso ocupou Attica, a frota Ateniense invadiu o Peloponeso.

(2) Péricles sendo incapaz de defender Attica transferiu adequadamente a população civil, a cada primavera, para a área entre os muros de Atenas e o Peiraeus. Entretanto, a frota Ateniense operou contra a Potideia, a costa do Peloponeso e o comércio Coríntio.

(d) Em 428 a.C.,

(1) Mitylene e todas as cidades de Lesbos se revoltaram.

(2) Um massacre brutal de Oligarcas teve lugar em Corcyra.

(e) Em 425 a.C.,

(1) Uma força Laconiana em Pylos foi capturada e um forte foi estabelecido através de Demóstenes e Cleon.

(2) Cythera e outras estações foram fortalecidas contra os Peloponesianos.

(3) Amphipolis foi capturada por Brasidas, um Espartano, que havia instigado rebelião entre os aliados de Atenas, e depois de Brasdias e Cleon terem sido mortos em batalha (422 a.C.), Atenas autorizou Nicias a pedir a paz. (Sandford’s Mediterranean World C. 13, P. 220–221).

É evidente a partir de um estudo das causas e efeitos das guerras do Peloponeso que

(a) Os Estados Gregos tinham inveja uns dos outros e

(b) O desejo por poder e expansão levou a constantes agressões e guerras entre si.

(c) A condição de guerra constante entre as cidades-estado era desfavorável para a produção de filósofos.

Antes de passar a considerar a minha próxima proposição eu gostaria de dizer que é uma verdade aceita que o desenvolvimento do pensamento filosófico requer um ambiente que seja livre de perturbação e preocupações. O período comumente atribuído a Filosofia Grega (ou seja, de Tales à Aristóteles) foi exatamente o oposto a um de paz e tranqüilidade, e, portanto, não poderia ser esperado para produzir filosofia. Os obstáculos contra a origem e o desenvolvimento da filosofia Grega, não eram apenas a freqüência de guerras civis; e a defesa constante contra agressão Persa; mas também a ameaça de extermínio do governo Ateniense, o seu pior inimigo.

D.  FILOSOFIA REQUER UM AMBIENTE ADEQUADO

Eu devo agora acrescentar a seguinte citação que retrata este período. “Pois, embora os males naturais que afligem a humanidade sejam muitos, nós mesmos temos adicionado a eles por guerras e conflitos civis contra uns aos outros, de modo que alguns têm sido injustamente condenados à morte em suas próprias cidades, outros para o exílio com suas esposas e filhos , e muitos foram obrigados, por causa do seu pão de cada dia, a morrer lutando contra seu próprio povo, por causa do inimigo”. (Isocrates).

(Botsford & Robinson’s Hellenic Hist., c. XIII. Couch’s Hist. of Greece, c. XXII. Bury’s Hist. of Greece, c. X. The Tutorial Hist. of Greece by W. J. Woodhouse, c. 27, 28 and 29).

 

 

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CAPÍTULO III:

 

A Filosofia Grega Era o Fruto do Sistema de Mistério Egípcio.

1. A Teoria de Salvação Egípcia Tornou-se o Propósito da Filosofia Grega.

A mais antiga teoria de salvação é a teoria Egípcia. O Sistema de Mistério Egípcio tinha como objetivo mais importante a deificação do homem, e ensinava que a alma do homem, se libertada de seus grilhões corporais, poderia permitir-lhe se tornar semelhante a Deus e ver os Deuses nesta vida e chegar à visão beatífica e manter comunhão com os Imortais (Ancient Mysteries, C.H. Vail, P. 25).

Plotino define esta experiência como a libertação da mente de sua consciência finita, quando se torna um e é identificada com o Infinito. Esta liberação era não só a libertação da alma de impedimentos corporais, mas também de toda a roda de reencarnação ou renascimento. Tratava-se de um processo de disciplinas ou purificação, para ambos o corpo e a alma. Uma vez que o Sistema de Mistério oferecia a salvação da alma, ele também colocava grande ênfase sobre a sua imortalidade. O Sistema Mistério Egípcio, assim como a Universidade moderna, era o centro da cultura organizada, e os candidatos entravam nele como a principal fonte de cultura antiga.

 

De acordo com Pietschmann, os Mistérios Egípcios tinham três graus de estudantes

(1) Os Mortais [The Mortals] ou seja, estudantes estagiários [probationary students] que estavam sendo instruídos, mas que ainda não tinham experimentado a visão interior.

(2) Os Inteligências [The Intelligences], ou seja, aqueles que tinham alcançado a visão interior, e tinham recebido mente ou nous e

(3) Os Criadores [The Creators] ou Filhos da Luz, que haviam se identificado com ou se unido com a Luz (ou seja, a verdadeira consciência espiritual).

W. Marsham Adams, em “The Book of the Master” [“Livro do Mestre”], descreveu estes graus como os equivalentes de Iniciação, Iluminação e Perfeição. Durante anos eles eram submetidos a exercícios intelectuais disciplinares, e ascetismo corporal com intervalos de testes e provas para determinar a sua aptidão para continuar para o mais sério, solene e terrível processo de Iniciação real.

Sua educação consistia não apenas no cultivo das dez virtudes, que eram feitas uma condição para a felicidade eterna, mas também das sete Artes Liberais que visavam libertar a alma. Havia também a admissão para os Grandes Mistérios, onde uma filosofia esotérica era ensinada para aqueles que tinham demonstrado a sua proficiência. (Ancient Mysteries C. H. Vail P. 24-25).

Gramática, Retórica, e Lógica eram disciplinas de natureza moral por meio das quais as tendências irracionais do ser humano eram purgadas, e ele era treinado para se tornar uma testemunha viva do Logos Divino. Geometria e Aritmética eram ciências do espaço transcendental e de numeração, a compreensão das quais fornecia a chave não só para os problemas do nosso ser; mas também para aqueles físicos, que são tão desconcertantes hoje, devido à nossa utilização dos métodos indutivos. A Astronomia lidava com o conhecimento e distribuição de forças latentes no homem, e o destino de indivíduos, laços e nações. Música (ou Harmonia) significava a prática viva da filosofia, ou seja, o ajuste da vida humana em harmonia com Deus, até que a alma pessoal tornasse-se identificada com Deus, quando iria ouvir e participar da música das esferas. Era terapêutica, e foi usada pelos Sacerdotes Egípcios na cura de doenças. Esta era a teoria Egípcia da salvação, através da qual o indivíduo era treinado para se tornar semelhante a deus, enquanto na terra, e ao mesmo tempo se qualificava para a felicidade eterna. Isto era conseguido através dos esforços do indivíduo, através do cultivo das Artes e Ciências, por um lado, e uma vida de virtude, por outro. Não havia mediador entre o homem e sua salvação como nós encontramos na teoria Cristã. Referência será novamente feita a estes assuntos, como parte do Currículo do Sistema de Mistério Egípcio.

Agora que já delineamos a teoria Egípcia de salvação e sua finalidade, vamos examinar a filosofia Grega e sua finalidade, a fim de descobrir se existe uma concordância entre os dois sistemas, ou não.


2. Circunstâncias da identidade entre os Sistemas Egípcio e Grego.

A. O Indiciamento e Acusação dos Filósofos Gregos.

O indiciamento e acusação dos filósofos Gregos é uma circunstância que é familiar a todos nós. Vários filósofos, um após o outro, foram indiciados pelo Governo Ateniense, sob a acusação comum de introduzir divindades estranhas. Anaxágoras, Sócrates, e Aristóteles receberam acusações semelhantes por uma ofensa semelhante. A mais famosa destas foi aquela contra Sócrates que diz o seguinte. “Sócrates comete um crime por não acreditar nos Deuses da cidade, e por introduzir outras novas divindades. Ele também comete um crime por corromper a juventude”. Agora, a fim de descobrir o que essas novas divindades eram, devemos voltar para a opinião popular que Aristófanes (423 a.C.) em As Nuvens, despertou contra ele. Ela segue da seguinte maneira: “Sócrates é um malfeitor, que se ocupa de investigar as coisas abaixo da terra e no céu, e que faz com que o pior pareça a melhor razão, e que ensina os outros estas mesmas coisas”.

(Apologia Platão C. 1–10; Aristophanes’ Frogs, 1071; Apology 18 B.C., 19 C. Apology 24 B).

É claro, então, que Sócrates ofendeu o governo Ateniense simplesmente porque perseguia o estudo da astronomia e provavelmente aquele da geologia; e que os outros filósofos foram perseguidos pela mesma razão. Mas o estudo da ciência era uma condição necessária para a adesão no Sistema de Mistério Egípcio, e seu objetivo era a libertação da alma dos dez grilhões corporais, e se os filósofos Gregos estudavam as ciências, então, eles estavam cumprindo uma condição necessária para a adesão no Sistema de Mistério Egípcio e seu propósito; fosse através do contato direto com o Egito ou suas escolas ou lojas fora do seu território.

B. Uma vida de Virtude era a Condição Requerida pelos Mistérios Egípcios como Mencionado em Outros Lugares.

As virtudes não eram meras abstrações ou sentimentos éticos, mas eram valores positivos e a virilidade da alma. Temperança significava o controle completo da natureza passional. Fortitude significava coragem tal que não permitisse que as adversidades nos desviassem do nosso objetivo. Prudência significava o profundo discernimento [deep insight] que convém à faculdade de Vidência [Seership]. Justiça significava a justiça inabalável de pensamento e ação.

Além disso, quando comparamos os dois sistemas éticos, descobrimos que o maior inclui o menor, e que ele também sugere a origem deste último. Nos Mistérios Egípcios o Neófito era obrigado a manifestar os seguintes atributos da alma: —

(1) Controle do pensamento e (2) Controle da ação, a combinação dos quais, Platão chamou de Justiça (isto é, a justiça inabalável de pensamento e ação). (3) Firmeza de propósito, que era equivalente à Fortitude. (4) Identidade com a vida espiritual ou os ideais mais elevados, o que era equivalente à Temperança um atributo alcançado quando o indivíduo tinha obtido a conquista sobre a natureza passional. (5) Evidência de ter uma missão na vida e (6) Evidência de um chamado para Ordens espirituais ou o Sacerdócio nos Mistérios: a combinação dos quais era equivalente à Prudência ou um profundo discernimento [deep insight] e sobriedade que convém à faculdade de Vidência [Seership].

Outros requisitos no sistema ético dos Mistérios Egípcios eram: —

(7) Liberdade de ressentimento, quando sob a experiência da perseguição e injustiça. Isto era conhecido como coragem.
(8) Confiança no poder do mestre (como Professor), e
(9) Confiança na própria capacidade para aprender; ambos atributos sendo conhecidos como Fidelidade.
(10) Prontidão ou estado de preparação [preparedness] para a iniciação. Sempre houve este princípio dos Antigos Mistérios do Egito: “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”. Isto era equivalente à uma condição de eficiência em todos os momentos pois menos do que isto apontava para uma fraqueza. Está agora bastante claro que Platão traçou as quatro virtudes cardeais a partir das dez Egípcias; e também que a filosofia Grega é a filha do Sistema de Mistério egípcio.

C. (i) Houve uma Grande Loja no Egito, que possuía Escolas e Lojas associadas no mundo antigo.

Havia escolas de mistério, ou o que nós comumente chamamos de lojas na Grécia e em outras terras, fora do Egito, cujo trabalho era feito de acordo com a Osiríaca, a Grande Loja do Egito. Essas escolas têm sido freqüentemente referidas como mistérios privados ou filosóficos, e seus fundadores eram Iniciados dos Mistérios Egípcios; o templo Jônico em Dídimos; a loja de Euclides em Megara; a loja de Pitágoras em Crotona; e o templo Órfico em Delfos, com as escolas de Platão e de Aristóteles. Conseqüentemente nós cometemos um erro quando supomos que os então-chamados filósofos Gregos formularam novas doutrinas de sua própria autoria; pois a sua filosofia tinha sido proferida pelos grandes Hierofantes Egípcios através dos Mistérios. (Ancient Mysteries C. H. Vail P. 59) Além do controle dos mistérios, a Grande Loja permitia um intercâmbio de visitas entre os várias lojas, a fim de garantir o progresso dos irmãos na ciência secreta.

Somos informados no Timeu de Platão, que aspirantes à sabedoria mística visitaram o Egito para a iniciação e foram informados pelos sacerdotes de Sais, “que vocês, Gregos, são apenas crianças” na Doutrina Secreta, mas foram admitidos à informação permitindo-lhes promover o seu avanço espiritual. Da mesma forma, somos informados por Jâmblico de uma correspondência entre Anebo e Porfírio, lidando com as relações fraternas, existentes entre as diversas escolas ou lojas de instruções em diferentes terras, como os seus membros visitavam, recebiam e atendiam um ao outro na ciência secreta, os mais avançados sendo obrigados a prestar assistência e instrução aos seus irmãos nas ordens inferiores. (Jâmblico: correspondência entre Anebo e Porfírio) (Timeu de Platão) (W.L. Wilmshurst on the meaning of Masonry).

Tendo afirmado que a Grande Loja de mistérios antigos era situada no Egito, com jurisdição sobre todas as lojas e escolas do mundo antigo, resta agora mostrar que tal Grande Loja, realmente e fisicamente existiu. Ao fazê-lo, são necessárias duas coisas: em primeiro lugar, uma descrição do templo Egípcio, do qual nossas modernas lojas de mistério (chamadas por diferentes nomes) são cópias e, segundo, uma descrição dos restos reais da Grande e Sublime Loja do Antigo Egito

C. (ii) Uma descrição do templo Egípcio.

Aqui Eu cito duas autoridades sobre o templo Egípcio, a primeira, C. H. Vail, em Ancient Mysteries (Mistérios Antigos) P. 159, que diz que “os templos Egípcios eram cercados com colunas referentes ao número das constelações e os signos do Zodíaco ou os ciclos dos planetas. E cada templo era considerado ser um microcosmo ou um símbolo do templo do Universo ou da abóbada estrelada chamada templo”. A autoridade seguinte é Max Muller, que em seu Egyptian Mythology (Mitologia Egípcia) P. 187-193, descreveu templos Egípcios como segue: —

“Templos Egípcios eram feitos de pedra, os pátios externos de tijolos de barro. largas estradas levavam aos templos para a conveniência de procissões, enquanto a entrada imediata era alinhada com estátuas, consistindo de esfinges e outros animais. A parede frontal formava duas altas torres como edifícios, chamados pilones [pylons], diante dos quais se situavam dois obeliscos em granito. Imediatamente após os pilones [pylons] vinha um grande pátio onde a congregação se reunia e observava os sacrifícios. Imediatamente ao lado da sala da congregação vinha o salão de sacerdotes, e imediatamente à seguir o salão dos sacerdotes vinha a câmara final, chamada de Ádito [Adytum], ou seja, o Santo dos Santos, que era penetrado apenas pelo Sumo Sacerdote. Este era o lugar do santuário e da morada do Deus.
Cada templo era uma reprodução do mundo. Os tetos eram pintados para representar o céu e as estrelas, enquanto o piso era verde e azul como os prados. Limpeza cerimonial era em todos os momentos imperativa, e as pessoas antes de entrar no templo deviam cuidadosamente purificar-se em um córrego próximo. Em tempos mais recentes, isto tornou-se uma cerimônia de aspersão com água benta antes de entrar no templo”.

É evidente a partir da descrição precedente que não só as modernas lojas maçônicas, são cópias do templo Egípcio, mas também as antigas, pois há identidade completa na sua decoração interna. Mas as lojas menores ou inferiores, incluindo aquelas fora do Egito, devem ter tido um corpo diretivo [governing body], e por isso agora, eu continuo a citar C.H. Vail, que em seu Ancient Mysteries [Mistérios Antigos], páginas 182 e 183, descreve completamente a localização e restos da famosa Grande Loja de Luxor, como segue:

C. (iii) A localização da Grande Loja Maçônica da Antiguidade.

“A uma curta distância de Dendera, agora chamada Alto Egito, está o grupo mais extraordinário de ruínas arquitetônicas apresentadas em qualquer parte do mundo, conhecido como os Templos da antiga cidade de Tebas. Tebas, em seu primor, ocupava uma grande área em ambos os lados do Nilo. Esta cidade foi o centro de uma grande nação comercial do Alto Egito épocas antes de Memphis ser a capital da segunda nação no Baixo Egito, e, por maiores que os monumentos arquitetônicos da última possam ter sido, aqueles da primeira os ultrapassaram. O retrato à lápis ou pincel pode transmitir apenas uma pálida idéia da cidade perfeita. Como a cidade está atualmente, é como uma cidade de gigantes, que depois de um longo conflito foram destruídos, deixando as ruínas de seus vários templos, como a única prova de sua existência.”

“O Templo de Luxor (foi neste templo que a Grande Loja de Iniciados sempre se encontrou), fica em uma plataforma elevada de alvenaria que cobre mais de dois mil pés de comprimento e mil pés de largura (note a forma oblonga, que se tornou o padrão para todas as lojas e igrejas no mundo antigo). Este [templo] é o que interessa os membros de todas as Antigas Ordens, especialmente, todos os membros daquelas Ordens que adoravam no Santuário do Fogo Secreto, mais do que talvez quaisquer outros, e fica na margem oriental do Nilo. Ele está em um estado muito arruinado; mas os registros dizem que a escala estupenda de suas proporções quase tira o sentido de sua incompletude. Até cerca de um quarto de Século atrás, a maior parte de suas colunas nas paredes interiores e exteriores tinha sido removida, após a queda, para uso em outros lugares. Este templo foi fundado pelo faraó Amenothis III, que construiu a parte sul, incluindo a pesada colunata com vista para o rio, mas a destruição infelizmente esconde esse fato.
A entrada principal do Templo olhava para o leste; enquanto as Câmaras Santas na extremidade superior da planície aproximavam-se do Nilo. Por mais poderoso que o Templo de Luxor foi, ele foi ultrapassado em magnitude e grandiosidade pelo de Karnak. A distância entre estas duas grandes estruturas era de uma milha e meia. Ao longo desta avenida estava uma dupla fila de esfinges, colocadas a 12 pés de distância, e a largura da avenida era de 60 pés. Quando em perfeito estado esta avenida apresentava a entrada mais extraordinário que o mundo já viu. Se tivéssemos o poder de figurar a partir do campo da imaginação as grandes procissões de Neófitos constantemente passando e tomando parte nas cerimônias de iniciação, seríamos incapazes de produzir a grandeza dos arredores, e a visão imponente de cores e magníficos ornamentos dos que tomavam parte. Nem podemos produzir a música que mantinha o grande número de pessoas em ordem de marcha constante. Bruta que podia ter sido para o ouvido cultivado do século 20. Mas, será que não poderia a força palpitante cantada por vozes reunidas no lapso de tempo, cuja história lança as aspirações mais profundas do coração humano, como a tendência de um grande rio, porque as grandes correntes da Lei Universal, transmitindo o desejo daquele Passado Sombrio, à medida em que avança os passos das páginas da história, escurecer com a idade? O Egito deve ter sido, quando esses templos foram construídos, uma nação marcial, pois registros de seus atos bélicos estão perpetuados em tabletes profundamente gravados que mesmo agora, excitam a admiração dos melhores Juízes de vestígios arqueológicos. Ela também era uma nação altamente civilizada, e de uma natureza que poderia suportar as despesas que sempre atendem à cultura das Artes. Ela superou, em sua arquitetura surpreendente, todas as outras nações que têm existido sobre a terra.”

Estou plenamente convencido por estas referências e citações que uma Grande Loja Egípcia de Antigos Mistérios, de fato, existiu a cerca de cinco mil anos atrás ou mais, nas margens do rio Nilo, na cidade de Tebas, e que esta era a única Grande Loja do Mundo Antigo cujas ruínas foram encontradas no Egito, e que ela era o órgão regulador que necessariamente controlava os Antigos Mistérios juntamente com as escolas filosóficas e Lojas menores onde quer que acontecesse de serem organizadas.

C. (iv) A reconstrução do templo de Delfos.

O templo de Delfos foi incendiado em 548 a.C. e foi o Rei Amasis do Egito, que o reconstruiu para os irmãos, com a doação de três vezes mais do que era necessário, no montante de mil talentos, e 50.000 libras de alume. De acordo com a informação em mãos, o templo tinha organizado os seus membros em uma Liga Anfictíônica [amphictyonic league] para proteção contra a violência política e outras formas de violência; mas eles eram muito pobres para levantar fundos suficientes a partir da filiação, e eles decidiram por uma contribuição pública dos cidadãos da Grécia.

Assim eles vagaram por toda a terra solicitando ajuda, mas falharam em seus esforços. Tendo decidido visitar os irmãos no Egito, eles se aproximaram do Rei Amasis, que, como Grão-Mestre, sem hesitar, se ofereceu para reconstruir o Templo, e doou mais de três vezes mais do que era necessário para o propósito.

N.B. Aqui seria bom notar que

(1) Os Gregos consideravam o Templo de Delfos como uma instituição estrangeira, daí

(2) Eles não eram simpáticos com relação à ele e, pela mesma razão o destruíram pelo fogo.

(3) Claramente, o Templo de Delfos era um ramo do Sistema de Mistério Egípcio, projetado na Grécia.

[Sandford’s Mediterranean World p. 135; 139.
John Kendrick’s Ancient Egypt Bk. II. P. 363.]

3. A abolição da Filosofia Grega juntamente com os Mistérios Egípcios.


Desde a conquista do Egito por Alexandre o Grande, os Gregos, que sempre foram atraídos pelo culto misterioso da Terra do Nilo, começaram a imitar a religião Egípcia na sua totalidade; e durante a ocupação Romana, a religião Egípcia se espalhou não só para a Itália, mas para todo o Império Romano, incluindo a Bretanha.

Esta assimilação da religião Egípcia foi confinada aos Deuses do ciclo Osiríaco e ao Greco-Egípcio Serapis, e visava uma estreita imitação das antigas tradições da Terra do Nilo. Devido ao esplendor da arquitetura, os hieróglifos dos templos, os obeliscos e esfinges perante os santuários, as vestes de linho e as cabeças e rostos raspados dos sacerdotes, o interminável e obscuro ritual, enchia os Gregos de reverência, e mistérios maravilhosos eram conseqüentemente considerados subjacentes a essas incompreensibilidades, e a religião Egípcia ficou no caminho do Cristianismo nascente.

O sucesso da religião Egípcia era devido, sem dúvida, por um lado, ao seu conservadorismo; enquanto, por outro, às sombrias abstrações filosóficas que constituíram a religião Greco-Romana, de modo que a fé incondicional dos Egípcios, juntamente com suas formas misteriosas de culto, levou à convicção universal entre os Antigos, de que o Egito era não apenas a Terra Santa mas a mais sagrada das terras ou países, e que, de fato, os Deuses habitavam ali.

O Nilo tornou-se um centro de peregrinação no mundo antigo, e os peregrinos que iam lá e experimentavam as maravilhosas revelações e bênçãos espirituais que lhes ofereciam, voltavam para casa com a convicção de que o Nilo era o lar do mais profundo conhecimento religioso.

Os Gregos não conseguiram imitar o conservadorismo Egípcio e não apenas em cidades Egípcias, com grande população Grega, mas na Europa, divindades Egípcias foram corrompidas com nomes e mitologias Gregas e nomes Asiáticos e reduzidas a vagas personalidades panteístas, de tal modo que Isis e Osiris mantiveram muito pouco da sua origem Egípcia. (Max Muller p. 241-43; Egyptian Mythology). Por conseguinte, assim como eles não conseguiram avançar a Filosofia Egípcia, eles também não conseguiram avançar a religião Egípcia.

Durante os primeiros quatro séculos da era Cristã, a religião do Egito continuou inabalável e ininterrupta, mas após o decreto de Teodósio, no final do século Quarto d.C., ordenando o fechamento dos templos Egípcios, o Cristianismo começou a se espalhar mais rapidamente e ambas as religiões, do Egito e da Grécia começaram a morrer. Na ilha de Filas [Philae], na primeira catarata do Nilo, no entanto, a religião Egípcia era continuada por seus habitantes, os Blêmios e Nobatas [Blemmyans and Nobadians], que se recusaram a aceitar o Cristianismo e o governo Romano, temendo uma rebelião, pagaram tributo a eles como um apaziguamento.

Durante o século Sexto d.C., no entanto, Justiniano emitiu um segundo decreto que suprimiu esse remanescente de fiéis Egípcios e propagou o Cristianismo entre os Núbios. Com a morte do último sacerdote, que sabia ler e interpretar “os escritos das palavras dos Deuses” (hieróglifos) a fé Egípcia caiu no esquecimento. Foi apenas na magia popular que algumas práticas persistiram como vestígios de uma fé que se tornou uma religião universal, ou a sobrevivência de uma estátua de Isis e Hórus, que foram considerados como a Madona e Criança [the Madonna and Child].

Um sentimento de admiração e respeito por esta mais estranha de todas as religiões ainda sobrevive, mas as informações de autores clássicos a respeito desta fé tem sido incompleta. A Invasão do Egito por Napoleão trouxe um renascimento do interesse do Ocidente para decifrar suas inscrições e papiros com vista a uma compreensão e apreciação da mais antiga das civilizações.
(Mythology of Egypt by Max Muller C. XIII p. 241–245; The Mediterranean World by Sandford, p. 508, 548, 552–558, 568).

Aprendemos os seguintes fatos a partir das citações acima: —

(i) Os Mistérios Egípcios haviam se tornado a Antiga Religião do Mundo, espalhando-se por todo o Império Romano, incluindo Itália, Grécia, Ásia Menor, e várias partes da Europa, incluindo a Bretanha. Isto continuou sob diferentes nomes, muito tempo depois do decreto de tolerância de Justiniano concedido aos Cristãos.

(ii) o Egito era a Terra Santa do mundo antigo, que peregrinações eram feitas para aquela terra por causa das maravilhosas revelações e bênçãos espirituais que concediam os povos antigos, e por causa da convicção universal entre os antigos de que o Egito era a terra dos Deuses.

(iii) Os decretos de Teodósio, no Século Quarto d.C., e aquele de Justiniano no Século Sexto d.C. aboliram, igualmente, não apenas o Sistema de Mistério do Egito, mas também as suas escolas filosóficas, localizadas na Grécia e em outros lugares, fora do Egito.

(iv) A abolição dos mistérios Egípcios era para criar uma oportunidade para a adoção do Cristianismo. Este era o problema: o governo Romano sentiu que o Egito estava agora conquistado em armas e reduzido à seus joelhos, mas, a fim de tornar a conquista completa, seria necessário abolir os Mistérios que ainda controlavam a mente religiosa do mundo antigo. Deveria haver uma Nova Religião Mundial para tomar o lugar da religião Egípcia. Esta Nova Religião, que deveria tomar o lugar dos Mistérios, deveria ser igualmente poderosa e universal, e, conseqüentemente, tudo deveria ser feito a fim de promover os seus interesses. Isso explica o rápido crescimento do Cristianismo seguindo ao Decreto de tolerância de Justiniano.

(v) Uma vez que os Éditos de Teodósio e Justiniano aboliram ambos os Mistérios do Egito e as escolas de filosofia Gregas igualmente, isto mostra que a natureza dos Mistérios Egípcios e da filosofia Grega era idêntica e que a filosofia Grega cresceu a partir dos Mistérios Egípcios.

4. Como o Continente Africano deu sua Cultura para o Mundo Ocidental.

Como mencionado anteriormente, os Mistérios Egípcios e as escolas filosóficas da Grécia foram fechadas pelos decretos de Teodósio no Século 4 º d.C. e o de Justiniano no Século 6º d.C. (isto é, 529); e, como conseqüência, escuridão intelectual espalhou-se pela Europa Cristã e o mundo Greco-Romano durante dez séculos; tempo este durante o qual, o conhecimento desapareceu. Como afirmado em outros lugares, os Gregos não apresentaram poderes criativos, e foram incapazes de melhorar o conhecimento que eles tinham recebido dos Egípcios (Hist. of Science by Sedgwick and Tyler
p. 141; 153; Zeller’s Hist. of Phil. Introduction p. 31).

Durante as invasões Persas, Gregas e Romanas, um grande número de Egípcios fugiu, não só para as regiões desérticas e montanhosas, mas também para terras adjacentes na África, Arábia e Ásia Menor, onde viveram, e secretamente desenvolveram os ensinamentos que pertenciam ao seu sistema de mistério. No Século 8º d.C. os Mouros [Moors], ou seja, os nativos da Mauritânia na África do Norte, invadiram a Espanha e levaram consigo a cultura Egípcia que tinham preservado. O Conhecimento nos dias antigos era centralizado, ou seja, pertencia a um sistema e parentesco comum, isto é, o Ensino da Sabedoria [Wisdom Teaching] ou Mistérios do Egito, que os Gregos costumavam chamar de Sophia.

Como tal, os povos da África do Norte eram os vizinhos dos Egípcios, e se tornaram os guardiões da cultura Egípcia, a qual eles espalharam por uma parte considerável da África, Ásia Menor e Europa. Durante a sua ocupação da Espanha, os Mouros exibiram com crédito considerável a grandeza da cultura e da civilização Africana. As escolas e bibliotecas que eles estabeleceram tornaram-se famosas em todo o mundo medieval; Ciência e aprendizagem foram cultivadas e ensinadas; as escolas de Córdova, Toledo, Sevilha e Saragoça atingiram tal celebridade, que, tal como o seu pai Egito, atrairam estudantes de todas as partes do mundo Ocidental; e delas surgiram os professores Africanos mais famosos que o mundo já conheceu, na medicina, cirurgia, astronomia e matemática. Mas essas pessoas do norte da África fizeram mais do que meramente destacarem-se na Espanha. Eles foram realmente os depositários reconhecidos da cultura Africana, para quem o mundo olhava em busca de iluminação. Conseqüentemente, por meio da língua Árabe antiga, a filosofia e os vários ramos da ciência foram disseminados:

(a) todas as chamadas obras de Aristóteles em Metafísica, filosofia moral e ciência natural

(b) traduções por Leonardo Pisano em ciência matemática Arábica

(c) Tradução por Guido, um Monge de Arezzo, sobre notação musical.

(Sedgwick and Tyler’s Hist. of Science C. IX.)

Além disso, os Mouros [Moors] mantinham contato constante com a mãe Egito, porque tinham estabelecido Califadoss não só em Bagdá e Córdova, mas também em Cairo, no Egito. (Europe in the Middle Ages by Ault p. 216–219). Justo aqui seria bom mencionar que todos os grandes líderes das grandes religiões da antiguidade eram Iniciados do Sistema de Mistério Egípcio: desde Moisés, que era um Hierogrammata Egípcio, até Cristo.

Também deve ser de interesse saber que cientistas Europeus como Roger Bacon, Johann Kepler, Copérnico e outros obtiveram a sua ciência por meio de fontes Árabes ou Berberes. É também de se salientar que, ao longo da Idade Média, o conhecimento Europeu de medicina veio destas mesmas fontes.

(History of The Arabs, by Hitti pages 370, 629, 665 and 572).

(Philo; Esoteric Christianity by Annie Besant p. 107; 128–129;
Ancient Mysteries by C. H. Vail p. 59; 61; 74–75; 109).
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CAPÍTULO IV:

 

Os Egípcios Educaram os Gregos.

1. Os efeitos da Conquista Persa.

A. Restrições de imigração contra os Gregos são removidas e o Egito é aberto à pesquisa Grega.
Devido à prática de pirataria, na qual os Jônicos e Carianos eram ativos, os Egípcios foram forçados a fazer leis de imigração restringindo a imigração dos Gregos e punindo a sua violação por pena de morte, ou seja, o sacrifício da vítima. Antes da época de Psammitichus, os Gregos não foram autorizados a ir além da costa do Baixo Egito, mas durante o seu reinado e aquele de Amasis, essas condições foram modificadas. Pela primeira vez na história Egípcia, Jônicos e Carianos foram empregados como mercenários no exército Egípcio (670 a.C.), a interpretação foi organizada através de um corpo de intérpretes, e os Gregos começaram a obter informações úteis sobre a cultura dos Egípcios.

Além dessas mudanças, o Rei Amasis removeu as restrições contra os Gregos e permitiu-lhes entrar no Egito e se estabelecer em Naucratis. Por volta desta mesma época, ou seja, o reinado de Amasis, os Persas, através de Cambises, invadiram o Egito, e todo o país foi aberto para as pesquisas dos Gregos.

B. A Gênese da Iluminação Grega.

A invasão Persa, não apenas permitiu aos Gregos uma ampla pesquisa, mas estimulou a criação de história em prosa na Jônia.
Até este momento, os Gregos tinham pouco ou nenhum conhecimento exato da cultura Egípcia, mas seu contato com o Egito resultou na gênese de sua iluminação.

(Ovid Fasti III 338; Heródoto Livro II p. 113; Plutarch p. 380; Eratosthenes ap Strabo 801–802;Diogenes Livro IX 49).

C.  Estudantes da Jônia e das Ilhas do Mar Egeu visitaram o Egito para a sua educação.

Assim como em nossos tempos modernos, países como Estados Unidos, Inglaterra e França estão atraindo estudantes de todas as partes do mundo, por conta de sua liderança na cultura; assim era nos tempos antigos, o Egito era supremo na liderança da civilização, e os estudantes de todas as partes reuniam-se para aquela a terra, buscando a admissão em seus mistérios ou sistema de sabedoria.

A imigração de Gregos para o Egito com o propósito de sua educação começou como resultado da invasão Persa (525 a.C.), e continuou até que os Gregos ganharam a posse daquela terra e acesso à Biblioteca Real, através da conquista de Alexandre o Grande. Alexandria foi convertida em uma cidade Grega, um centro de pesquisa e a capital do império Grego recém-criado, sob a regência dos Ptolemaicos. A Cultura Egípcia sobreviveu e floresceu, sob o nome e controle dos Gregos, até que os decretos de Teodósio, no Século 4º d.C., e de Justiniano, no Século 6º d.C., aboliram os Templos e Escolas de Mistério, como mencionado em outros lugares.

(Ancient Egypt by John Kendrick Bk. II p. 55;
Sandford’s Mediterranean World p.562; 570).

No que diz respeito ao fato de que o Egito foi o maior centro de educação do mundo antigo, que também foi visitado pelos Gregos, deve novamente ser feita referência a Platão no Timeu, que nos diz que os aspirantes Gregos à sabedoria visitavam o Egito para a iniciação, e que os sacerdotes de Sais costumavam se referir a eles como crianças nos Mistérios.

No que se refere a visita de estudantes Gregos ao Egito com o propósito de sua educação, o seguinte é mencionado apenas para estabelecer o fato de que o Egito era considerado como o centro educacional do mundo antigo e que assim como os Judeus, os Gregos também visitaram o Egito e receberam sua educação.

(1) Diz-se que durante o reinado de Amasis, Tales, que é dito ter nascido por volta de 585 a.C., visitou o Egito e foi iniciado pelos sacerdotes Egípcios no Sistema de Mistério e ciência dos Egípcios. Também nos é dito que durante a sua permanência no Egito, ele aprendeu astronomia, agrimensura, mensuração, engenharia e Teologia Egípcia.

(Ver Tales em Blackwell’s source book of Philosophy; Zeller’s Hist. of Phil.; Diogenes Laertius and Kendrick’sAncient Egypt).

(2) É dito que Pitágoras, um nativo de Samos, viajou freqüentemente para o Egito com o propósito de sua educação. Como todo aspirante, ele teve que obter o consentimento e o favor dos Sacerdotes, e somos informados por Diógenes que existia uma amizade entre Polícrates de Samos e Amasis Rei do Egito, que Polícrates deu a Pitágoras cartas de apresentação para o Rei, que garantiram a ele uma introdução aos Sacerdotes; primeiro para o Sacerdote de Heliópolis, em seguida, para o Sacerdote de Memphis, e por fim aos sacerdotes de Tebas, para cada um dos quais Pitágoras deu uma taça de prata.

(Heródoto Livro III 124; Diógenes VIII 3; Plínio N. H., 36, 9; Antipho recordado por Porfírio).

Nós somos também informados através de Heródoto, Jablonsk e Plínio, que após duras provas, incluindo a circuncisão, terem sido impostas a ele pelos Sacerdotes Egípcios, ele finalmente foi iniciado em todos os seus segredos. Que ele aprendeu a doutrina da metempsicose; da qual não havia nenhum vestígio antes na religião Grega; que o seu conhecimento da medicina e rigoroso sistema de regras dietéticas, distinguiam-no como um produto do Egito, onde a medicina tinha atingido a sua maior perfeição; e que suas realizações em geometria correspondem com o fato apurado de que o Egito foi o local de nascimento desta Ciência. Além disso, temos as declarações de Plutarco, Demétrio e Antístenes de que Pitágoras fundou a ciência da Matemática entre os Gregos, e que ele sacrificou para as Musas, quando os Sacerdotes explicaram para ele as propriedades do triângulo em ângulo reto [right angled Triangle].

(Philarch de Repugn. Stoic 2 p. 1089; Demétrio; Antisthenes; Cicero de Natura Deorum III, 36).

Pitágoras foi também treinado em música pelos sacerdotes Egípcios.

(Kendrick’s Hist. of Ancient Egypt vol. I. p. 234).

(3) De acordo com Diógenes Laércio e Heródoto, Demócrito, é dito ter nascido por volta de 400 a.C. e ter sido um nativo de Abdera em Mileto. Também nos é dito por Demétrio em seu tratado sobre “Pessoas do Mesmo Nome [“People of the same name”], e por Antístenes em seu tratado sobre “Sucessão” [“Succession”], que Demócrito viajou para o Egito com o propósito de sua educação e recebeu a instrução dos Sacerdotes. Nós também aprendemos com Diógenes e Heródoto que ele passou cinco anos sob a instrução dos sacerdotes Egípcios e que, após a conclusão de sua educação, ele escreveu um tratado sobre os caracteres sagrados de Meroe.

A este respeito, nós ainda aprendemos com Orígenes, que a circuncisão era obrigatória, e uma das condições necessárias de iniciação ao conhecimento dos hieróglifos e ciências dos Egípcios, e é óbvio que Demócrito, a fim de obter tal conhecimento, deve ter se submetido também a esse rito. Orígenes, que era um nativo do Egito escreveu o seguinte: —

“Apud Aegyptios nullus aut geometrica studebat, aut astronomiae secreta remabatur, nisi circumcisione suscepta.”

(Pois entre os Egípcios ninguém podia estudar geometria ou investigar os segredos da astronomia a menos que tivesse sido circuncidado).

(4) No que diz respeito às viagens de Platão, somos informados por Hermodorus que com a idade de 28 Platão visitou Euclides em Megara em companhia de outros alunos de Sócrates; e que, pelos próximos dez anos, ele visitou Cirene, Itália e, finalmente, o Egito, onde recebeu instrução dos Sacerdotes Egípcios.

(5) Em relação à Sócrates e Aristóteles e a maioria dos filósofos pré-Socráticos, a história parece ser omissa sobre a questão da sua viagem para o Egito, como os poucos outros estudantes aqui mencionados, com o propósito de sua educação. É o suficiente dizer que, neste caso, as exceções provaram a regra, que todos os estudantes, que tinham os meios para isso, iam para o Egito para completar sua educação. O fato de a história não fornecer uma explicação mais detalhada sobre este tipo de imigração, pode ser devido a algumas das ou todas as seguintes razões:

(a) As leis de imigração contra os Gregos até a época do Rei Amasis e a invasão Persa,

(b) A história em Prosa era pouco desenvolvida [was undeveloped] entre os Gregos durante o período de sua imigração educacional para o Egito.

(c) As autoridades Gregas perseguiam e levavam estudantes de filosofia para a clandestinidade e, conseqüentemente,

(d) Estudantes do Sistema de Mistério ocultavam seus movimentos.

Lembremo-nos que Anaxágoras foi indiciado e preso; que ele escapou e fugiu para sua casa na Jônia, que Sócrates foi indiciado, preso e condenado à morte; e que tanto Platão quanto Aristóteles fugiram de Atenas sob grande desconfiança.

(William Turner’s Hist. of Phil. p. 62; Plato’s Phaedo; Zeller’s Hist. of Phil. p. 84; 127; Roger’s Hist. of Phil. p. 76; William Turner’s Hist. of Phil. p. 126).

2 Os efeitos da conquista do Egito por Alexandre o Grande.

A. As Bibliotecas e Museus Reais juntamente com Templos e outras Bibliotecas foram saqueadas

Como mencionado em outros lugares, era um antigo costume de exércitos invasores saquear bibliotecas e templos a fim de capturar os livros e manuscritos, que eram considerados como grandes tesouros. Alguns exemplos seriam suficientes para verificar este costume:

(a) somos informados de que, durante a invasão Persa começando com Cambises, os templos do Egito foram não só despojados de seu ouro e prata, mas saqueados pelos seus registros antigos. Cada templo Egípcio carregava uma biblioteca secreta com manuscritos e livros secretos.

(b) Nós somos também informados de que, quando Atenas foi capturada pelos Romanos em 84 a.C. a biblioteca de livros supostos de pertencer a Aristóteles, também foi capturada e levada para Roma.

(William Turner’s Hist. of Phil. p. 128; John Kendrick’s Ancient Egypt
vol. II p.432).

Assim como na invasão do Egito pelos Persas, os exércitos invasores despojaram os templos de seu ouro, prata e livros sagrados; e assim como na captura de Atenas pelos Romanos, Sulla levou a única biblioteca de livros que encontrou; assim é esperado de Alexandre o Grande, em sua invasão do Egito. Uma das primeiras coisas que ele e seus companheiros e exércitos fariam, seria procurar pelos tesouros da terra e capturá-los. Estes eram mantidos em templos e bibliotecas e consistiam de ouro e prata a partir dos quais os deuses e os vasos cerimoniais eram feitos, e os livros sagrados e, manuscritos mantidos tanto em bibliotecas quanto no “Santo dos Santos” dos Templos.

É minha firme convicção de que esta, aliás, foi a grande oportunidade que Alexandre deu a Aristóteles e que permitiu a ele e seus discípulos levar tantos livros quanto eles quisessem da Biblioteca Real e convertê-la em um centro de pesquisa. Além da Biblioteca Real de Alexandria, também havia outra biblioteca famosa por perto: A “Biblioteca Real de Tebas”; “O Menephtheion”, que foi fundada pelo Faraó, Setei. O Menephtheion foi concluído por Ramsés II; mas pouco é dito pela história sobre esta maior das Bibliotecas Reais Egípcias.

No entanto, qualquer exército invasor saquearia primeiro a Biblioteca Real de Alexandria e, em seguida, iria voltar sua atenção para o Menephtheion em Tebas. Eles também poderiam visitar as cidades de Memphis e Heliópolis e também saquear suas bibliotecas e templos. Este era o costume antigo e certamente uma das maneiras em que os Gregos receberam a sua educação dos Egípcios.

(Egyptian Mythology by Max Muller p. 187–189; 205; Diodorus 16, 51; Bunsen I p. 27; Ancient Egypt by John Kendrick vol. II 56; 432–433).

É, portanto, uma crença errônea a de que os Gregos, em solo Egípcio, e através de sua própria capacidade nativa, criaram uma grande universidade em Alexandria e acabaram tornando-se grandes estudiosos. Por outro lado, uma vez que é um fato bem conhecido que o Egito era a terra de templos e bibliotecas, podemos ver como relativamente fácil foi para os Gregos para despojar outras bibliotecas Egípcias de seus livros, a fim de manter a nova Biblioteca de Alexandria , depois que ela já havia sido saqueada por Aristóteles e seus alunos. Os gregos (isto é, Alexandre o Grande, a escola de Aristóteles e os sucessores Ptolemaicos) converteram a Biblioteca Real de Alexandria em um centro de pesquisa, através da transferência da escola e alunos de Aristóteles de Atenas para esta grande Biblioteca Egípcia, e, portanto, os alunos que estudaram lá receberam instruções de sacerdotes e mestres Egípcios, até que eles morreram. A dificuldade de linguagem e interpretação tornou imperativo para os Gregos utilizar professores Egípcios.

Os Gregos não levaram cultura e aprendizagem para o Egito, mas encontraram-nas já lá, e sabiamente se estabeleceram nesse país, a fim absorver tanto quanto possível de sua cultura.

B. A Biblioteca Real de Tebas: O Menephtheion é descrito. Ele foi também saqueado pelos exércitos invasores.

Mas quando lemos um breve esboço da magnificência da Biblioteca Real de Tebas; O Menephtheion, nós até vemos uma melhor imagem e somos obrigados a admitir que o Egito era o celeiro da cultura antiga e que essa cultura era preservada na forma de literatura guardada em suas grandes bibliotecas e templos. Grande como a Biblioteca Real de Alexandria poderia ter sido, vemos na Biblioteca Real de Tebas algo muito mais magnífico e muito mais representativo da verdadeira grandeza do nosso antigo Egito.

À esquerda dos degraus levando ao segundo pátio, ainda é visto o pedestal da enorme estátua de granito de Ramsés; a maior que já existiu no Egito, de acordo com Diodoro. Sua altura foi calculada em 54 pés, e seu peso, a 887¼ toneladas; uma maravilha para a mente moderna. A face interior da parede do pilone [pylon] representa as guerras de Ramsés III. Os pilares Osiríacos do segundo pátio, são as figuras monolíticas, de dezesseis côvados de altura, que abastecem o lugar de colunas, e ao pé dos degraus que levam do pátio para o próximo salão além, havia duas estátuas sentadas do Rei. A cabeça de uma delas era de granito vermelho, conhecida pelo nome de “Jovem Memon”, foi levada por Belzoni, e é agora o principal ornamento do Museu Britânico.

Além deste estão os restos de um salão de 133 pés de largura por 100 pés de comprimento, apoiados por 48 colunas, doze das quais têm 32 pés de altura e 21 pés de circunferência. Sobre diferentes partes das colunas, e nas paredes estão representados atos de homenagem pelo rei às principais divindades do panteão de Tebas, e as promessas graciosas que elas lhe fazem em retorno.

Em outra escultura as duas principais Divindades do Egito investem-no com os emblemas de domínio militar e civil, ou seja, a Cimitarra, o Azorrague e o Pedum. Abaixo, os vinte e três filhos de Ramsés aparecem em procissão, carregando os emblemas de seus respectivos altos cargos no Estado, sendo os seus nomes inscritos acima deles. Nove apartamentos menores, dois deles ainda preservados, e apoiados em colunas, assentam por trás do hall. Sobre as ombreiras do primeiro destes apartamentos estão esculpidos Thoth: o Inventor de Letras, e a Deusa Saf, com o título de ‘Senhora das Letras’; e ‘Presidente do Salão dos Livros’, acompanhava o primeiro com um emblema do sentido da visão, e este último, da audição.

Não há dúvida de que esta é a “Biblioteca Sagrada”, que Diodoro descreve como a inscrição “Dispensário da Mente”. Ela teve um teto astronômico, em que os doze meses Egípcios são representados, com uma inscrição a partir da qual inferências importantes foram elaboradas com respeito à cronologia do reinado de Ramsés III.

Nas paredes está uma procissão de sacerdotes, levando as Artes Sacras, e no próximo apartamento, o último que resta, o rei está apresentando ofertas para as várias Divindades.

(Ancient Egypt by J. Kendrick Bk. I p. 128–131. Report of French Commission).

C. O Museu e a Biblioteca de Alexandre foram usados como uma Universidade.

O Museu e a Biblioteca de Alexandria foram tão famosos nos tempos antigos, que nos perguntamos por que mais informações relativas a este centro de aprendizagem não chegaram até nós. Algumas referências à fontes autoritativas pode, sem dúvida, ajudar a esclarecer-nos sobre este assunto.

A partir de a ‘História da Ciência’ de Sedgwick e ‘História’ de Tyler, capítulo 5 páginas 87-119, nós aprendemos que a subjugação do Egito por Alexandre, o Grande, em 330 a.C. tinha conferido o desenvolvimento da civilização Grega na sua terra natal.

Que após a morte de Alexandre o Grande, em 323 a.C., seu vasto império foi dividido entre seus generais, e que Alexandria, a nova capital Egípcia caiu para Ptolomeu. Que a cidade, com apenas dez anos de idade, logo se tornou o centro do mundo conhecido, e que em 300 a.C., o Museu (ou seja, a sede das Musas), foi fundado, e tornou-se uma verdadeira universidade de aprendizagem Grega.

Que ao Museu foi anexado uma grande biblioteca, com um salão de jantar e salas de aula para os professores, e isto se tornou uma escola de filósofos, matemáticos e astrônomos. Aqui, para os próximos 700 anos, a ciência teve sua principal morada.

Aqui, no entanto, deve ser lembrado que a afirmação de Sedgwick e Tyler acima é enganosa [misleading], uma vez que os Gregos não levaram uma civilização própria para o Egito, mas, pelo contrário, encontraram uma cultura Egípcia altamente desenvolvida, a sobrevivência da qual foi mantida pelo uso de Sacerdotes e Escolares Egípcios como professores.

D. A Política Militar dos Gregos para Recrutar Informações dos Egípcios foi colocada em Operação.

Uma das políticas militares adotadas pelas autoridades militares Gregas em Alexandria foi a emissão de comandos para os principais Sacerdotes Egípcios para obter informações sobre a história, filosofia e religião Egípcias. Como um costume isto não é menos antigo do que moderno, uma vez que também é um costume nos tempos modernos por exércitos vitoriosos, conferenciar com os homens de ciência de um país invadido, a fim de descobrir, se há ou não, algo de novo no campo da ciência, o qual eles possam possuir.

Gostaríamos de lembrar como no final da II Guerra Mundial, os cientistas Americanos conferenciaram com os cientistas Japoneses em Tóquio. Dessa mesma forma, somos informados de que Ptolomeu I Soter, a fim de obter os segredos da sabedoria Egípcia ou sistema de mistério, ordenou Mâneton, o Sumo Sacerdote do templo de Isis em Sebennytus no Baixo Egito, para escrever a filosofia, e a história da religião dos Egípcios.

Assim, Mâneton publicou vários volumes relativos a estes respectivos campos, e Ptolomeu emitiu uma ordem proibindo a tradução desses livros que tinham de ser mantidos em reserva na Biblioteca, para a educação dos Gregos pelos sacerdotes Egípcios. Aqui se torna bastante claro que os primeiros professores da Escola Alexandrina foram os Sacerdotes Egípcios, e que os Escolares e pupilos da escola transferida de Aristóteles, receberam seu treinamento diretamente dos Sacerdotes Egípcios. Também é bom notar que os principais livros didáticos da Escola Alexandrina eram livros de Mâneton.

É-nos dito por Apollodorus de quem Syncellus traçou a informação, que Ptolomeu II ordenou Eratóstenes, o Cireneu (isto é, um homem preto e nativo de Cirene) e bibliotecário da Biblioteca Alexandrina, para escrever uma cronologia dos Reis de Tebas, e que Eratóstenes fez isso com a ajuda dos Hierofantes Egípcios em Tebas (Egito Antigo por John . Kendrick vol II p 81;. Apollodorus; Syncellus; Clinton, Fasti Hellenici, sub anno).

Além disso, se tornou o costume durante a ocupação Grega e Romana utilizar os serviços dos Sacerdotes e Estudiosos Egípcios como professores da Escola Alexandrina. Dizem-nos que durante o reinado de Teodósio (378-395 d.C.), o Professor Egípcio Horapollo escreveu um sistema dos hieróglifos Egípcios: A Hieroglífica de Horapollo [The Hieroglyphic of Horapollo], que tem sido considerado como o melhor que chegou até os tempos modernos. Também é dito que este professor ensinou não só na Escola Alexandrina, mas também naquela de Constantinopla.

(Egito Antigo Bk de John Kendrick I p 242;.. De Leeman Amstelod de 1935 traduzido por Cory).

3. Os egípcios foram os primeiros a civilizar os gregos.

A Grécia foi primeiro civilizada por colônias do Egito, em seguida, da Fenícia e Trácia. Estas estavam sob o governo de homens sábios, que não apenas subjugaram a ferocidade de uma população ignorante através de instituições civis, mas também lançaram sobre eles a forte corrente da religião e do medo dos deuses. Quaisquer dogmas que eles tivessem sido ensinados em seus respectivos países, no tocante às coisas divinas e humanas, eles transmitiam à estas sociedades recém-formadas, com o objetivo de trazê-los sob a moderação de disciplina virtuosa. Foroneu e Cécrope eram Egípcios, Cadmo um Fenício e Orfeu um Trácio, e cada um deles, através de suas colônias, levaram para a Grécia as doutrinas religiosas e filosóficas de seu respectivo país.

A prática de ensinar as doutrinas de religião às pessoas sob a aparência de mitos originou-se a partir dos Egípcios e foi adotada pelos Fenícios e Trácios, e, subseqüentemente, foi introduzida aos Gregos.

De acordo com Estrabão, não era possível, nos tempos antigos, levar uma multidão promíscua à religião e virtude através de arengas filosóficas. Isso só podia ser realizado com o auxílio de superstição, através de prodígios e fábulas. O Parafuso de Trovão (Relâmpago) [Thunder bolt], a Égide [the Aegis], o tridente, a lança, tochas e cobras eram os instrumentos tomados de uso pelos fundadores dos Estados, para aterrorizar os ignorantes e vulgares para sujeição. Estas referências devem falar por si.

Cheops e Cécrope foram os nomes que os Gregos utilizaram para o Egípcio Khufu, que pertenceu à 4ª Dinastia dos Egípcios ou a época das pirâmides, ou seja, 2800 a.C.

(Strabo Bk. I; Brucker’s Historia Critica Philosophiae with translation by Wm. Enfield: Bk. II p.62).


4. Alexandre visita o Oráculo de Amon no Oásis de Siwah.

Nenhuma discussão sobre a invasão do Egito por Alexandre seria completa sem uma referência à sua famosa visita ao Oráculo de Amon, situado no Oásis de Siwah. Alexandre tinha colocado uma guarnição no Pelúsio, de onde marcharam através do deserto ao longo da margem oriental do Nilo para Heliópolis, onde ele atravessou o rio para Memphis, onde sua frota estava esperando por ele, e onde foi recebido pelos Egípcios e coroado como Faraó. Tendo sacrificado para Apis e outros Deuses, Alexandre desceu o Nilo pelo ramo Canópico e partiu em sua jornada para o Oráculo de Amon no Oásis de Siwah. Sua rota foi ao longo da costa da Líbia, na medida do Paraetonium, de onde marcharam através do deserto para o Oásis de Siwah. O que, supomos nós, era o motivo de Alexandre para visitar o Templo de Amon? Talvez uma breve descrição da importância religiosa e econômica de Heliópolis, Memphis, Tebas e Ammonium possa nos ajudar a determinar o que era.

Em primeiro lugar, essas cidades eram fortalezas da religião Egípcia, onde havia muitos ricos templos, escolas e Sacerdotes, e, portanto, eram representativas da vida religiosa Egípcia. Em segundo lugar estas cidades eram centros de educação, e depois da invasão Persa, estudantes Gregos que viajaram para o Egito com o propósito de sua educação, receberam a sua formação a partir dos Sacerdotes de uma ou de todas estas cidades, como mencionado em outros lugares.

Quando Pitágoras foi para o Egito, ele levava uma carta de apresentação de Polícrates de Samos para o Rei Amasis, que por sua vez deu-lhe cartas de apresentação para os Sacerdotes de Heliópolis, Memphis, e Tebas. Como centros de educação, os templos e bibliotecas destas cidades continham livros muito valiosos; e em terceiro lugar, estas regiões já haviam sido capturadas pelos Persas pelo próprio fato de sua riqueza. Isso deve explicar por que eles incluíram estes distritos em sua Satrapia [Satrapy] as quais lhes pagavam um enorme montante tributo anual de 700 talentos de ouro, juntamente com os produtos da pesca do Lago Moeris que somavam um talento por dia, durante os seis meses que a água fluía a partir do Nilo; e uma terceira parte deste montante, durante o afluxo. Além disso, o Egito fornecia 120.000 medicini de milho [120 thousand medicini of corn] como ração para as tropas persas que estavam estacionadas no Forte Branco de Memphis.

O equivalente a este tributo era de 170 mil libras esterlinas, e mostra o motivo subjacente não só dos exércitos invasores Persas, mas também de todos os exércitos invasores da antiguidade. No caso de Alexandre não há exceção.

Segundo a história, os Persas estavam na ocupação do Egito, e Alexandre tendo reunido forças superiores, foi lá e os expulsou e tomou posse ele mesmo. Posso Eu fazer-lhes esta pergunta: era isto uma piada, ou havia um motivo? E se havia um motivo, o que mais poderia ter sido além de que Alexandre queria a riqueza em livros, ouro, prata, marfim, escravos, e tributo que os Persas estavam extorquindo dos infelizes Egípcios?

Nos tempos antigos, o Oráculo de Amon em Siwah foi o mais célebre, e Heliópolis, Memphis e Tebas eram representantes do melhor da cultura Egípcia.
(John Kendrick’s Ancient Egypt Book II P. 433–435; Diodorus 15, 16. Herodotus Book III P. 124; Diogenes Laertius Book VIII; Timaeus of Plato; Pliny N. H. XXXVI 9; Antiphon recordedby Porphyry).

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CAPÍTULO V:

 

Os filósofos pré-socráticos e os ensinamentos que lhes são atribuídos.

N.B.

É absolutamente necessário aqui nos capítulos V e VI mencionar as doutrinas dos então-chamados filósofos Gregos a fim de convencer os meus leitores de sua origem Egípcia a qual é mostrada nos resumos das conclusões que seguem estes ensinamentos. É também necessário mencioná-las, de modo a servir o propósito de referência e para atender a conveniência dos leitores.

1. A Anterior Escola Jônica.

Este grupo é constituído por (i) Tales (ii) Anaximandro e
(iii) Anaximenes.

(I) Tales, suposto por ter vivido entre 620—546 a.C. e ser um nativo de Mileto, é creditado por Aristóteles, com o ensino de que —

(a) a água é a fonte de todas as coisas vivas.

(b) todas as coisas são cheias de Deus.

Tanto a história quanto a tradição são omissas quanto à forma como Tales chegou a suas conclusões, exceto Aristóteles que tenta oferecer o seu parecer como uma razão: que é que Tales deve ter sido influenciado pela consideração da umidade de nutrientes e baseou sua conclusão em uma interpretação racionalística do mito de Oceanus. No entanto, isto é considerado como mera conjectura da parte de Aristóteles.

(Turner’s History of Philosophy, p. 34)

(ii) Anaximandro, suposto por ter nascido em 610 a.C. em Mileto, é creditado com o ensino de que, a origem de todas as coisas é “O Infinito”, ou o Ilimitado (isto é, apeiron), ou o Sem-limite.

O Apeiron é considerado como equivalente à noção moderna de espaço, e a noção mitológica de caos.

Ambas, história e tradição são omissas quanto à forma como Anaximandro chegou à sua conclusão, mas aqui novamente nós encontramos Aristóteles oferecendo a sua opinião como uma razão, isto é, que Anaximandro deve ter suposto que a mudança destrói a matéria, e que a menos que o substrato da mudança seja ilimitado, a mudança deve cessar em algum momento. Esta opinião é, naturalmente, mera conjectura, da parte de Aristóteles.

(Turners História da Filosofia, p. 3536).

(iii) Anaximenes, também um nativo de Mileto, e que se supõe morreu em 528 a.C., é creditado com o ensinamento de que todas as coisas se originaram a partir do ar.

Tanto a história quanto a tradição são omissas quanto à forma como Anaximenes chegou à sua conclusão: e todas as tentativas de fornecer uma razão são consideradas como mera conjectura.

(Turner’s History of Philosophy, p.37–38).

2. Pitágoras.

Nascido na ilha Egéia de Samos, supostamente em 530 a.C.; As seguintes doutrinas têm sido atribuídas à Pitágoras: —

(I) Transmigração, a imortalidade da alma e salvação.

Esta salvação é baseada em algumas crenças concernindo à alma. A verdadeira vida não é para ser encontrada aqui na terra, e o que os homens chamam de vida é realmente a morte, e o corpo é o túmulo da alma.

Devido à contaminação causada pelo aprisionamento da alma no corpo, ela é forçada a passar por uma série indefinida de re-encarnações: a partir do corpo de um animal para o de outro, até que ela seja purgada de tal contaminação.

A salvação, nesse sentido, consiste na libertação da alma do “ciclo de nascimento, morte e renascimento,” que é comum a toda alma, e condição a qual deve permanecer até que a purificação ou purgação seja concluída.

Sendo libertada das dez cadeias da carne, e também das sucessivas re-encarnações, a alma agora adquire sua perfeição imaculada, e a elegibilidade para se juntar à companhia dos Deuses, com quem ela vive para sempre.

Esta era a recompensa a qual o Sistema Pitagórico oferecia a seus iniciados.

(ii) As doutrinas de (a) Opostos, (b) o Summum Bonum, ou Bem Supremo, e (c) o processo de purificação.

(a) A UNIÃO DOS OPOSTOS cria harmonia no universo. Isto é verdade no caso de sons musicais, como o que encontramos na lira: onde a harmonia produzida é o resultado da relação proporcional entre o comprimento das duas cordas médias e àquele dos dois extremos. Isto também é verdade em fenômenos naturais, que são identificados com números, cujos elementos consistem de ímpares e pares. Os pares são ilimitados, por causa da sua qualidade de divisibilidade ilimitada, e o ímpar indica limitação; enquanto o produto de ambos é a unidade ou harmonia.

Da mesma forma, obtemos harmonia na união de positivo e negativo; macho e fêmea; materiais e imateriais; corpo e alma.

(b) O SUMMUM BONUM OU BEM SUPREMO no homem, é tornar-se semelhante a Deus. Esta é uma realização, ou transformação a qual é a harmonia resultante de uma vida de virtude. Ela consiste em um relacionamento harmonioso entre as faculdades do homem, por meio da qual sua natureza inferior torna-se subordinada à sua natureza superior.

(c) O PROCESSO DE PURIFICAÇÃO

A harmonia e purificação da alma é alcançada, não só por virtude, mas também por outros meios, o mais importante entre eles sendo o cultivo do intelecto, através da busca do conhecimento científico e estrita disciplina corporal.

Neste processo, a música também detém um lugar importante. Os Pitagóricos acreditavam e ensinavam que, assim como a medicina é usada para curar o corpo, a música deve ser usada para curar a alma.

Aqui, pode ser apropriado inserir a doutrina das “Três Vidas”, uma vez que também é um método e meios de purificação: —

“A humanidade é dividida em três classes: Amantes da riqueza; amantes da honra, e amantes da sabedoria (isto é, filósofos); esta última sendo a mais elevada.” De acordo com Pitágoras, a filosofia determinava a purificação, que levava à salvação final da alma.

(iii) A Doutrina cosmológica

Todas as coisas são números, ou seja, não apenas cada objeto, mas o universo inteiro é um arranjo de números. Isto significa que a característica de qualquer objeto é o número pelo qual ele é representado.

(a) Uma vez que o universo é composto por dez corpos, ou seja, as cinco estrelas, a terra e o contrário [the counter earth], então o universo deve ser representado pelo perfeito número dez.

(b) Aplicada ao espaço que nos rodeia, mas chamado pelos Pitagóricos o Infinito [“Boundless”] ou ilimitado [“Unlimited”], isso deve ser levado a significar a medição deste Infinito, em um universo equilibrado e harmonioso, para que tudo possa receber sua devida proporção dele. Nem mais, nem menos.

(c) Este arranjo parece sugerir a noção de formas capazes de receber uma expressão matemática, ou seja, uma doutrina que mais tarde apareceu em Platão, como a teoria das Idéias.

(d) No centro do universo há um fogo central em torno do qual os corpos celestes, fixos em suas esferas, giram de oeste para leste, enquanto em torno tudo o que existe é o fogo periférico.

Este movimento dos corpos celestes é regulado na velocidade, e produz a harmonia das esferas.

(Roger’s Students’ History of Philosophy p. 14–22).

(Bakewell’s Source Book of Philosophy) (Life and Tenets of Pythagoras).

(Ruddick’s History of Philosophy) (Life and Tenets of Pythagoras).

(Fuller’s History of Philosophy) (Life and Tenets of Pythagoras).

(Turner’s History of Philosophy: p. 40–43).

(History of Ancient Egypt by John Kendrick vol. I p. 401-402)

(Plato’s Phaedo, 85E).

(Aristotle’s Metaphysics I 5; 985b, 24; and I 5; 986a, 23).

3. Os filósofos Eleáticos.

Os Filósofos Eleáticos incluem (a) Xenófanes, (b) Parmênides, (c) Zeno e (d) Melisso.

Eles lidam com o problema da mudança, e são creditados com a introdução das noções de Ser e Vir-a-Ser. O termo Eleáticos é derivado de Eléia, uma cidade no sul da Itália, onde esses homens, é dito, apenas tinham visitado.

(a) XENÓFANES

Nascido em Colophon, na Ásia Menor, por volta de 370 a.C., Xenófanes é creditado com as seguintes doutrinas: —

(i) A UNIDADE DE DEUS

Os homens erram quando eles atribuem características próprias aos deuses, porque Deus é todo olho, todo ouvidos, e todo intelecto. Novamente, já que não há Vir-a-Ser, e uma vez que a Pluralidade depende de Vir-a-Ser, portanto, não há Pluralidade. Conseqüentemente, tudo é um e um é tudo.

(ii) TEMPERANÇA

Contra a cultura artificial da Grécia, sua luxúria, excesso e almofadinhas; Xenófanes é creditado como advogando a Temperança, ou seja, vida simples, simplicidade, moderação e pensamento puro.

(Roger’s Students’ History of Philosophy: p. 27–28.

Wm. Turner’s History of Philosophy: p. 45–46.

Zeller’s History of Philosophy: p. 58–60.)

(b) PARMÊNIDES

É dito ter nascido em Eléia em 540 a.C., e ter composto um poema a respeito da natureza: peri phýseos, que contém as suas doutrinas.

A. O POEMA consiste de três partes: —

(i) Na primeira parte, a Deusa da verdade aponta que existem dois caminhos de conhecimento: um levando ao conhecimento da verdade, e outro para o conhecimento das opiniões dos homens.

(ii) Na segunda parte, o caminho para a verdade é descrito e contém uma doutrina metafísica, e na parte três, a cosmologia do aparente.

B. AS DOUTRINAS são as seguintes: —

(i) A Doutrina Física.

Embora a reta razão (logos) afirme que o Ser é uno e imutável, os sentidos e opinião comum (doxa) são convencidos de que a pluralidade e a mudança existem ao nosso redor.

(ii) A Doutrina da Verdade.

A verdade consiste no conhecimento de que o Ser é, e que o não-Ser não é: e uma vez que o não-Ser não é, então, Ser é um e sozinho.

Conseqüentemente, Ser é improduzido [unproduced] e imutável. É impossível para o Ser produzir Ser; pois, em tais circunstâncias, o Ser deveria existir antes que começasse a existir.

(iii) A doutrina da Cosmologia do aparente.

Aqui Parmênides simplesmente repete a doutrina Pitagórica dos opostos: —

Todas as coisas são compostas de luz ou calor, e de trevas ou frio, e de acordo com Aristóteles, o primeiro desses opostos corresponde ao Ser, enquanto o último [corresponde] ao não-Ser.

Estes opostos são equivalentes aos princípios masculino e feminino no cosmos.

(iv) A Doutrina da Antropologia da aparente:

A vida da alma, ou seja, a percepção e a reflexão dependem da combinação de opostos, ou seja, dos princípios da luz-quente e do escuro-frio, cada um dos quais estando em uma relação física com um princípio correspondente no cosmos.

(Zeller’s History of Philosophy p. 60–62).

(Roger’s Students’ History of Philosophy p. 29–30).

(William Turner’s History of Philosophy p. 47–48). (B. D. Alexander’s History of Philosophy p. 22–24).

(c) ZENO

Suposto por ter nascido em 490 a.C. na Eléia, foi aluno de Parmênides, de acordo com Platão. (Parmênides 127B).

Suas doutrinas se destinavam a ser uma contradição de
(i) Movimento e (ii) Pluralidade e espaço.

(i) Argumentos contra o movimento: —

(a) Um corpo, a fim de se deslocar de um ponto para outro, deve passar por um número infinito de espaços desde que a magnitude é divisível ad infinitum.

(b) Um corpo que está em um lugar está em repouso. Uma Flecha em seu vôo, está, a cada momento sucessivo em um lugar, por conseguinte, se encontra em repouso.

(c) A corrida entre Aquiles e a tartaruga, destina-se a contradizer o conceito de movimento. Em tal corrida Aquiles nunca pode ultrapassar a tartaruga, porque ele deve primeiro chegar ao ponto em que a tartaruga começou; mas, entretanto, a tartaruga terá ganhado mais terreno. Desde que Aquiles deve sempre chegar primeiro à posição anteriormente ocupada pela tartaruga, a tartaruga deve sempre se manter à frente, em todos os pontos.

(ii) Argumentos contra Pluralidade e Espaço: —

(a) Se uma quantidade de milho produz um som, então, cada grão deve produzir um som. (Este argumento é tirado de Simplicus: mas atribuída a Zeno).

(b) Se o Ser existe no espaço, então , o próprio espaço deve existir no espaço, e o processo terá que ir ad infinitum. (Este argumento é também tomado de Simplicus.)

(c) Se magnitude existe, ela deve ser infinitamente grande e infinitamente pequena, de uma vez e ao mesmo tempo, uma vez que tem uma infinidade de peças que são indivisíveis. Portanto, a idéia da multiplicidade é contraditória.

(William Turner’s History of Philosophy p. 49–50).

(Roger’s Students’ History of Philosophy p. 31–32).

(Zeller’s History of Philosophy p. 63–64).

4. A Posterior Escola Jônica:  (a) Heráclito, (b) Anaxágoras, (c) Demócrito.

(a) HERÁCLITO

Acredita-se ter nascido em 530 a.C., e ter morrido em 470 a.C.. Heráclito, um nativo de Éfeso, na Ásia Menor, foi creditado com as seguintes doutrinas: —

(i) A DOUTRINA DO FLUXO UNIVERSAL

Não há nenhum ser estático, e nenhum elemento imutável. Mudança é o Senhor do Universo. O elemento fundamental do universo é o Fogo, e todas as coisas são alteradas por Fogo, e o Fogo [é alterado] por todas as coisas.

(a) A mudança não é ao acaso; mas uniforme, ordenada e cíclica. Assim, os Fogos celestiais são transmutados sucessivamente, em vapor, água e terra; apenas para passar por um processo semelhante à medida em que sobem novamente para o Fogo.

(b) Ela contém os elementos tanto do velho e quanto do novo, em qualquer momento durante o processo. Conseqüentemente, quando a noite termina, ali o dia começa; onde começa o verão, ali a primavera termina; e onde a vida mortal termina, ali a vida espiritual começa.

(c) Ela também consiste na geração que resulta da união de opostos (uma doutrina, depois encontrada em Platão e Sócrates).

Daí observa-se que a união de macho e fêmea produz vida orgânica; e que as notas sustenidas e bemóis produzem harmonia.

(ii) A TEORIA DO CONHECIMENTO

Uma vez que o conhecimento do senso, ou o conhecimento derivado dos sentidos é uma ilusão, ele deve ser evitado, e o verdadeiro conhecimento deve ser procurado na percepção da unidade subjacente dos vários opostos. Isto é possível para o homem, o qual é parte do Fogo que tudo compreende, o qual está na base do Universo.

Mas na doutrina dos caminhos ascendentes e descendentes, o verdadeiro conhecimento vem do caminho ascendente que leva ao fogo eterno; enquanto que loucura e morte são o resultado de se seguir a trajetória descendente.

(iii) A DOUTRINA DO LOGOS

Que a harmonia oculta da natureza sempre reproduz concórdia de oposições, que uma lei divina (diké) ou razão universal (logos) Governa todas as coisas; e que a Essência primitiva recompõe-se de novo em todas as coisas de a acordo com a leis fixas, e é novamente restaurada por elas.

(Zeller’s History of Philosophy p. 68).

(A. B. Turner’s History of Philosophy p. 66–77). (Zeller’s History of Philosophy p. 66–71).

(William Turner’s History of Philosophy p. 53–58).

(b) A VIDA E ENSINAMENTOS DE ANAXÁGORAS

Anaxágoras, um nativo de Clazomenae, na Jônia, é suposto ter nascido em 500 a.C.. Como todos os outros filósofos, nada se sabe sobre sua infância e educação. Ele entra para a história através de uma visita a Atenas, onde conheceu e fez amizade com Péricles, e onde ele foi acusado de impiedade.
Ele no entanto escapou da prisão e fugiu de volta para sua casa na Jônia, onde morreu em 430 a.C.

Suas doutrinas incluíram o seguinte: —

(i) Nous, ou seja, a mente por si só é auto-movida [self-moved], e é a causa do movimento em tudo no universo, e tem o poder supremo sobre todas as coisas.

(William Turner’s History of Philosophy, p. 63); (Zeller’s Hist. of Phil. p. 85; 86).

(ii) A sensação é produzida pela estimulação de opostos. Nós experimentamos a sensação de frio, por causa do calor em nós, e experimentamos um sabor doce devido ao azedo em nós.

(Wm.Turner’s Hist. of Phil. p. 64; Theophrastus: de Sensu, Fragment 27: Zeller’s Hist. of Phil. p. 86).

N.B.

Estas doutrinas serão tratadas em outro lugar, no que diz respeito à sua origem e autoria.

(c) A VIDA E ENSINAMENTOS DE DEMÓCRITO

(1) A SUA VIDA

Demócrito (420—316 a.C.) é dito ter sido o filho de Hegesistratus, e também um nativo de Abdera, uma cidade em Mileto, uma ilha no Mar Egeu. Ambos, Aristóteles e Teofrasto têm considerado Leucipo como o fundador do atomismo, apesar do fato de que a sua existência é posta em dúvida. Como todos os outros filósofos Gregos, nada parece ser conhecido sobre sua infância e formação. No entanto, ele entra para a história como um mágico e feiticeiro.

(Burnet, op. cit. p. 350; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 65).

(2) SUAS DOUTRINAS

O nome de Demócrito tem sido associado com as seguintes doutrinas, resumidas como atomismo em sua explicação sobre
(i) a natureza dos átomos, e seu comportamento em relação aos fenômenos de (ii) criação (iii) vida e morte e (iv ) sensação e conhecimento

(i) A descrição do Átomo

(a) A matéria-mundial [world-stuff]. O átomo é explicado como um pó incolor, transparente e homogêneo, que consiste de um número infinito de partículas.

(b) Suas qualidades: O átomo é descrito como completo ou sólido, invisível, indestrutível, Incriado [un-created] e capaz de auto-movimento [self-motion]. Os átomos são diferentes em forma, ordem, posição, quantidade e peso.

(c) A identidade do Átomo com a Realidade: Cada átomo é equivalente a “aquilo que é (ou seja, To on); e o vazio é equivalente a”aquilo que não é “(ou seja, To mé on). A realidade é o movimento. daquilo “o que é”, dentro daquilo que não é.

(ii) O Atom na Criação.

Devido à diferença de tamanho, peso e mobilidade, e, em particular, à necessidade, há um movimento resultante, por meio do qual os átomos combinam-se para a formação dos mundos orgânicos e inorgânicos.

 

(iii) Os Átomos nos Fenômenos da Vida e Morte.

Aquilo que vulgarmente chamamos vida e morte, são devido a uma alteração no arranjo dos átomos. Quando eles são organizados de uma determinada maneira, a vida emerge; mas quando esse arranjo é alterado para outra maneira, então a morte é o resultado.

Na morte, a personalidade desaparece, os sentidos também desaparecem; mas os átomos vivem para sempre. Os átomos mais pesados descem para a terra, mas os átomos da alma, que são compostos de fogo, sobem às regiões celestes, de onde eles vieram.

(iv) O Átomo na Sensação e Conhecimento

(a) A Mente ou Alma é composta de átomos de fogo, que são os melhores, mais suaves e mais móveis. Estes átomos de fogo estão distribuídos por todo o universo; e em todas as coisas animadas e, especialmente, no corpo humano, onde eles são encontrados em maiores números.

(b) Os objetos externos constantemente emitem emanações ou imagens instantâneas de si mesmos. Estas, por sua vez, imprimem-se sobre os nossos sentidos, os quais colocam em movimento nossos átomos da Alma, e, assim, criam Sensação e Conhecimento.

(Diogenes Laertius Book IX p. 443–455).

(Wm. Turner’s History of Philosophy p. 65–70).

(Roger’s Students History of Philosophy p. 40–42).

(Zeller’s History of Philosophy p. 76–83).

(B. D. Alexander’s History of Philosophy p. 37–41).
5. Resumo das conclusões relativas aos Filósofos Pré-Socráticos e a História das Quatro Qualidades e Quatro Elementos.

I. Os anteriores filósofos Jônicos têm recebido o crédito por ensinar as seguintes doutrinas

(a) Tales, que todas as coisas se originaram a partir de água,

(b) Anaximandro, que todas as coisas se originaram a partir da matéria primitiva, ou seja, o ilimitado [boundless] (to apeiron),
e

(c) Anaximenes, que todas as coisas obtêm a sua vida a partir do ar.

Mas essas idéias não eram novas na época em que esses homens são supostos por terem vivido, ou seja, entre os séculos 6º e 5º a.C. A história da criação, encontrada no livro de Gênesis, fala dos elementos da água, do ar e da terra como os ingredientes cósmicos do caos, a partir do qual, a criação gradualmente desenvolveu-se.  A data do Pentateuco é colocada no século 8º a.C.; mas a visão da autoria Mosaica de Gênesis nos leva ainda mais atrás na antiguidade, e muitos séculos antes do tempo dos filósofos Jônicos. Dizem-nos, não só pela Bíblia, mas também pelo historiador Philo, que Moisés foi um Iniciado dos Mistérios Egípcios e se tornou um Hierogrammata; instruído em toda a sabedoria do povo Egípcio. Isso só foi possível através da iniciação adequada e avanço gradual, quando as provas de aptidão física foram demonstradas pelo Neófito. O nome Egípcio de Moisés era dado a todos os candidatos em seu batismo, e significava “salvo pela água”.

O Êxodo dos Israelitas parece ter ocorrido durante a 21ª Dinastia Egípcia, ou seja, 1100 a.C., no reinado de Bocchoris, sob a liderança de Moisés, cuja história de criação do Gênesis é claramente de origem Egípcia. É claro que os primeiros filósofos Jônicos esboçaram seus ensinamentos a partir de fontes Egípcias.

(Chaeremon: Jos. C. Apion I, 32; Philo; Ancient Mysteries C. H. Vail p. 61; John Kendrick’s Ancient Egypt vol. 2 p. 268–270; 303; See also Dr. Hasting’s Bible Dictionary, on authorship and date of Pentateuch).

II. No caso dos filósofos Eleáticos, a história considera Zenophanes como um satírico, não um filósofo, e Zeno como paradoxal no que diz respeito a seu tratamento dos problemas da pluralidade, espaço e movimento, o que acaba por conduzir a uma reductio ad absurdum. Parmênides não introduziu nenhum novo ensinamento quando ele falou do Ser (To on) como aquilo que existe; e o Não-Ser (To mé on) como aquilo que não existe. Ele só voltou a enfatizar a doutrina de opostos como um princípio da natureza: uma doutrina ensinada não só pelos Pitagóricos, mas também pelos filósofos Atenienses, principalmente Sócrates. Mas a doutrina de opostos deve a sua origem aos Mistérios Egípcios que nos levam de volta a 4000 a.C., quando ela foi demonstrada não só por pilares duplos na frente de templos, mas também pelos pares de deuses no Sistema de Mistério, representando masculino e feminino, princípios positivos e negativos da natureza. É também evidente que os filósofos Eleáticos esboçaram seus ensinamentos a partir de fontes Egípcias.

(Plato Phaedo; Memphite Theology: Intellectual Adventure of Primitive Man by Frankfort p. 55; 66–67; 51–60. Plutarch: Isis et Osiris, p. 364C; 355A; 371B; 868, Ancient Egypt: John Kendrick vol. I p. 339).

 

III. Os posteriores filósofos Jônicos têm recebido o crédito pelas seguintes doutrinas:

(1) Heráclito, (a) de que o mundo foi produzido pelo fogo através de um processo de transmutação, e (b) uma vez que todas as coisas provêm do fogo, então, o fogo é o Logos: O Criador.

(2) Anaxágoras (a) o Nous ou mente é a fonte do movimento ou vida no universo, e a sensação é produzida pela estimulação dos opostos.

(3) Demócrito (a) que átomos permeiam todas as coisas materiais, e (b) que os fenômenos da vida e morte são apenas mudanças na mistura dos átomos, de modo que os átomos nunca morrem, porque eles são imortais.

Estas doutrinas não foram de forma alguma produzidas pelos posteriores filósofos Jônicos, mas podem ser demonstradas como tendo se originado a partir do Sistema de Mistério Egípcio. Os Egípcios eram adoradores do fogo, porque eles acreditavam que o fogo era o criador do universo, e construíram suas grandes pirâmides (pyr = fogo), a fim de adorar o Deus do Fogo, e a idade da pirâmide remonta a algo como 3300 a.C., vários milhares de anos antes de os Gregos, é dito, terem chegado na área do Mediterrâneo.

De acordo com Jâmblico, o Deus Egípcio Ptah era o Deus da ordem e da forma na criação, um Princípio Intelectual. Este Deus também era reconhecido como o Artífice Divino que modelou o universo a partir do fogo.

(Rosellini: mon del sults; John Kendrick’s Ancient Egypt vol. I p. 318.)

 

Além disso, Swinburne Clymer em sua Filosofia do Fogo [Philosophy of Fire] p. 18 fez a seguinte afirmação: “O estudo dos Mistérios de Isis e Osiris (Deusa e Deus Egípcios) rapidamente prova para o aluno que esta era uma pura Filosofia do Fogo. Zoroastro levou esses mistérios para a Grécia, enquanto Orfeu os levou para a Trácia. Em cada um desses lugares, estes Mistérios Egípcios assumiram os nomes de Deuses diferentes a fim de ser adaptados às condições locais. Por isso, na Ásia,eles tomaram a forma de Mitra: na Samotrácia, a forma de a Mãe dos Deuses; na Beócia, a forma de Baco; em Creta, a forma de Júpiter; em Atenas, as formas de Ceres e Prosérpina.

As mais notáveis dessas imitações Egípcias foram a Órfica, Báquica, Elêusiana, Samotráciana , e Mitráica. Todos estes adoradores do Fogo, acreditavam que o universo se originou do Fogo, e eles viveram em um tempo que antecedeu o tempo dos filósofos Jônicos por milhares de anos.

As outras doutrinas dos posterioresd filósofos Jônicos, juntamente com as de Sócrates, Platão e Aristóteles serão tratadas nos Resumos de Sócrates, Platão e Aristóteles e no Capítulo VIII, e irão incluir (1) Opostos (2) O nous ou mente (3) O Logos, (4) O Átomo (5) A Teoria das Ideias, (6) o Motor Imóvel, (7) Imortalidade.

IV. Os Filósofos Gregos praticavam plágio.

Os ensinamentos de Pitágoras parecem ter sido tão abrangentes  que quase todos os seus sucessores abraçaram e ensinaram uma porção de sua doutrina, a qual, nos é dito, ele obteve através de freqüentes visitas que fez ao Egito para o propósito da sua educação. Duas coisas são ao mesmo tempo óbvias, (1) que os filósofos Gregos praticavam plágio e não ensinaram nada de novo e (2) a origem dos seus ensinamentos era o Sistema de Mistério Egípcio, seja diretamente através do contato com o Egito, ou indiretamente através de Pitágoras ou da tradição. Estes fatos podem agora ser comprovados através de um esboço das doutrinas de Pitágoras, com os nomes dos filósofos que repetiram suas doutrinas:

1. A Doutrina dos Opostos: a unidade do número é composta de ambos elementos pares e ímpares; do finito e infinito; e do positivo e negativo.  A este respeito, encontramos

(a) Heráclito sugerindo o fogo como sendo a fonte da criação, por meio do princípio da contenda que separa os fenômenos; e harmonia que lhes restitui à sua fonte original.

(William Turner’s History of Philosophy p. 55; Zeller’s Hist. of Phil. p. 67–68);.

(b) Parmênides, sugerindo o Ser como existente e o Não-Ser como inexistente (Zeller’s Hist. of Phil. p. 61; Turner’s Hist. of Phil. p. 48).

(c) Sócrates, tentando provar a imortalidade da Alma pela doutrina de opostos (Fédon, Platão).

(d) Platão, na tentativa de explicar a natureza, usou a Teoria das Idéias que se baseiam no princípio de opostos. Conseqüentemente, a Idéia é a realidade verdadeira, ou seja, o Ser (To on); por conseguinte, o conceito é verdadeiro; mas a coisa que é conhecida pelo conceito é irreal. O Númeno [noumen] é real e perfeito; mas o fenômeno é irreal e imperfeito (Parmênides 132D; Aristóteles Meta 16, 987b9).

(e) Aristóteles, na tentativa de provar a existência de Deus, descreve os atributos divinos em termos de opostos. Deus é o Primeiro Motor [First Mover] o qual é impassível [imóvel] (próton kinoûn akineton). Assim, temos uma combinação de movimento e repouso, como os atributos da divindade e da Natureza

(Aristotle’s physics VIII 5, 256a; II 1; 192b 14; II 8, 199; de caelo I 4, 271a; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 141).

2. A Doutrina da Harmonia, como uma união de opostos, depois de ter sido exposta por Pitágoras, aparece também nos sistemas de

(a) Heráclito, que explica os fenômenos da natureza como passando sucessivamente por meio de seus opostos;

(b) Sócrates, que também define a harmonia como a união de opostos;

(c) Platão, que define a harmonia da alma como a subordinação adequada das suas partes, ou seja, as naturezas superiores e inferiores.

(Turner’s Hist. of Phil. p. 41; 56; Zeller’s Hist. of Phil. p. 51; 69; Plato Phaedo C 15; Plato Republic); também

(d) Aristóteles, que define a alma como uma harmonia em seu [livro] de animo I. 2.

3. Os Fogos Central e Periférico. Aqui Pitágoras tenta mostrar que o fogo permeia a criação, e essa mesma noção é expressa por

(a) Heráclito, que fala da origem do universo através da transformação de fogo. Em seguida nós temos

(b) Anaxágoras (c) Demócrito (d) Sócrates e (e) Platão, todos utilizando o termo mente (nous) como responsável pela criação.

Anaxágoras e Sócrates que falam diretamente da mente (nous) como uma Inteligência e propósito por trás da natureza; enquanto Demócrito e Platão falam da mente (nous) indiretamente, como a Alma do Mundo, mas ainda descrevem-na como sendo composta de átomos de fogo flutuando por todo o espaço. Claramente então, a Mente (nous),não importa qual outro nome ou função lhe dermos, é fogo, uma vez que é composta de átomos de fogo; e o fogo, segundo Pitágoras, permeia a criação.

(Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 42, 55, 63, 82; Zeller’s Hist. of Phil. p. 53, 67, 76–83; Aristotle: Metaphysics I, 3, 984b, 17; Diogenes Laertius: Bk. X. p. 443–453; Xenophon Memorabilia I, 4, 2; Plato Timaeus: 30, 35; Roger’s Student Hist. of Phil. p. 40–42; B. D. Alexander’s Hist. of Phil. p. 43).

4. Imortalidade da alma. De acordo com Pitágoras, a doutrina da imortalidade da Alma está implícita na doutrina da Transmigração da Alma: —

A. Sócrates: O objetivo da filosofia é a salvação da alma, de forma que a alma se alimenta da verdade congenial à sua natureza divina e, assim, escapa da roda do renascimento, e finalmente alcança a consumação da união com Deus.

(Zeller’s Hist. of Phil. p. 50–56; Roger’s Hist. of Phil. p. 29 and 60; William Turner’s Hist. of Phil. p. 41 and 48).

B. Doutrinas de Platão

(1) Transmigração e (2) Recordação:

(1) Transmigração: as almas dos homens vão para o lugar de recompensa ou punição, e depois de mil anos elas são autorizadas a escolher um novo destino de vida. Aquele que tiver escolhido por três vezes a vida mais elevada, ganha depois de três mil anos, a casa dos Deuses no reino do pensamento. Outros vagam por milhares de anos em diferentes corpos; e muitos são destinados a prosseguir a sua vida terrena em formas de animais inferiores. É necessário salientar que nesta doutrina da reencarnação, Platão descreve a cena do julgamento no Livro Egípcio dos Mortos.

(2) Recordação: embora o mundo percebido pelos sentidos não possa nos levar a um conhecimento das Idéias, ainda assim, ele nos lembra das Idéias que vimos em uma existência anterior.

(The allegory of the Subterranean Cavern; Plato’s Republic C. X; The Allegory of the slave boy; Plato’s Meno; Timaeus of Plato: 31B, 33B; 38E; The Phaedo of Plato: C 15; 29; 57; Wm. Turner’s Hist. of Phil. P. 105–112; B. D. Alexander’s Hist. of Phil. p. 55; 152–153).

5. Summum Bonum

De acordo com Pitágoras, o bem supremo do homem é tornar-se semelhante a Deus. Esta transformação deve ser realizada pela virtude que é uma união de opostos nas faculdades do homem, ou seja, a subordinação da natureza inferior do homem por sua natureza superior. (Zeller’s Hist. of Phil. p. 43).

Mas o propósito preciso dos Mistérios Egípcios era tornar um homem semelhante a Deus pelas agências purificadoras da educação e virtude. Conseqüentemente, é claro que Pitágoras obteve esta doutrina diretamente dos Mistérios Egípcios. Daí segue-se também que os filósofos que ensinaram esta doutrina, devem ter-la obtido, seja diretamente a partir dos Mistérios Egípcios, ou indiretamente, através dos ensinamentos de Pitágoras.

(De acordo com Sallust, Deificação ou tornar-se semelhante a Deus era o propósito dos Mistérios Egípcios, e de acordo com C.H. Vail em seu [livro] Mistérios Antigos, o Summum Bonum Egípcio consistia de cinco etapas, durante as quais o Neófito desenvolvia-se de um bom homem para um Mestre triunfante, atingindo a mais elevada consciência espiritual por meio do despojamento dos dez grilhões corporais e tornando-se um adepto como Horus, Buda ou Cristo).

Os filósofos, além de Pitágoras, que são creditados por ter ensinado a doutrina do Bem Supremo [Summum Bonum], são

(a) Sócrates, que o definiu como uma realização em que o homem se torna semelhante a Deus através da abnegação e do cultivo da mente. (Xenofonte Memorabilia I, 5, 4,)

(b) Platão, que o definiu como a felicidade, que é a realização da Idéia do Bem, que é Deus. (Platão: Simpósio 204E; Platão: República IV, 441, 443; Platão: Fédon 64 sqq; Platão: Theaetetus176 A).

(c) Aristóteles; que o definiu como a felicidade que é baseada na razão e que inclui todos os dons da fortuna. Deve-se notar, contudo, que a definição do Supremo Bem por Aristóteles marca o primeiro desvio do conceito de Summum Bonum dos Mistérios Egípcios; e o mesmo vale para os Hedonistas, que o definiram como prazer.

(Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 153. Aristotle Ethics, Nic I, 6, 1097; Aristotle Ethics, Nic I, 9, 1099a, 31)

A concepção de um Bem Supremo é Egípcia, fonte da qual, Pitágoras e outros filósofos obtiveram a doutrina.

V. RESUMO DAS CONCLUSÕES RELATIVAS A DEMÓCRITO

Por causa da importância da doutrina do átomo, e a grande suspeita de seu grande número de livros como os de Aristóteles, Demócrito é tratado separadamente, como cada um dos filósofos Atenienses.

1. SUA VIDA:

A mesma coisa pode ser dita de Demócrito como pode ser dito de qualquer um dos homens que foram chamados de filósofos Gregos: nada parece ser conhecido sobre sua infância e formação. No entanto, ele entra para a história atraindo a atenção do público, como um feiticeiro e mágico. (Turner’s Hist. of Phil. p. 65)

2. SUAS DOUTRINAS E AUTORIA:

(i) Autoria: A autoria da doutrina do átomo é duvidosa, do ponto de vista ou opinião de alguns escritores modernos. Os nomes dos Jônicos Leucippus e Demócrito têm sido associados a esta doutrina, que de acordo com a opinião de Aristóteles e Teofrasto, originou-se através de Leucippus, mas foi desenvolvida por Demócrito.

Por uma questão de fato, os Jônicos duvidaram da existência de Leucippus, porque ele era desconhecido para eles; e parece apropriado que a opinião dos Jônicos deve receber crédito, em vez de Aristóteles e Teofrasto, que eram Atenienses, e que estavam compilando filosofia no interesse de seu movimento. (Burnet op. cit. p. 350; Turner’s Hist. of Phil. p. 65).
(ii) A doutrina sobre o Átomo é eclética.

A doutrina do átomo como explicada por Demócrito, é eclética, e representa uma das muitas formas em que a antiga doutrina de opostos foi expressa. Os Pitagóricos expressaram-na pelos elementos de número: pares e ímpares.

Parmênides, estando familiarizado com a lei da geração, negou a existência de um oposto (não-Ser), a fim de afirmar a existência de outro (ser).

Sócrates, sendo mais familiarizado com a lei da geração de Parmênides, expressou-a em vários pares de opostos, em um esforço para provar a imortalidade da alma: daí ele falou de unidade e dualidade; de divisão e composição; de vida e morte.

De modo semelhante Demócrito expressou a doutrina dos opostos, quando descreveu a Realidade pela vida do átomo, ou seja, um movimento daquilo “o que é” (To on) dentro daquilo “o que não é” (To mé on).

A fonte original desta doutrina, no entanto, é a filosofia do Sistema de Mistério do Egito, onde encontramos os princípios masculino e feminino da natureza simbolizados por

(a) Osíris e Ísis: o Deus e Deusa Egípcios, e

(b) os Deuses Horus e Seth, simbolizando um mundo em equilíbrio estático de forças em conflito, na medida em que eles disputam o domínio sobre o Egito.

(Memphite Theology; Kingship and the Gods by Frankfort C. 3, p. 25–26; 35; Herodotus I, 6–26; Ancient Egypt by John Kendrick Bk. I p. 339; Egyptian Religion by Frankfort, p. 64, 73 and 88; Zeller’s Hist. of Phil. p. 61; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 41; Plato Phaedo C. 15, 16, 49).

A doutrina e filosofia dos opostos é ainda demonstrada pela história da Criação Egípcia, na qual a Ordem veio a partir do Caos, e que foi representada por quatro pares de opostos, isto é, deuses dos princípios masculinos e femininos.

(a) Nun e Naunet,ou seja, matéria primordial e Espaço.

(b) Huk e Hauket, isto é, o Ilimitável e o Ilimitado.

(c) Huh e Hauhet, isto é, Escuridão e Obscuridade.

(d) Amon e Amaunet, ou seja, os Ocultos e Escondidos (o ar, vento).

É evidente que a doutrina dos opostos era uma filosofia básica dos Egípcios, estando conectada não só com os Deuses de seus dramas de Mistério, mas com a sua Cosmologia, e uma vez que esta conexão faz da doutrina uma das primeiras no desenvolvimento do pensamento Egípcio, que antecede o reinado de Menes, e significa que os Egípcios estavam familiarizados com ela antes de 3000 a.C.

Nestas circunstâncias, e em conseqüência destes fatos, o Sistema de Mistério Egípcio foi a fonte das doutrinas (a) do átomo e (b) dos opostos.

Leucippus e Demócrito não ensinaram nada novo e devem ter obtido o seu conhecimento das doutrinas dos Egípcios, direta ou indiretamente.

 

(iii) As doutrinas da distribuição universal de átomos de fogo, e da sua emanação a partir de objetos externos são derivadas da Magia:

Estas doutrinas são mágicas e expressam o princípio mágico de “que as qualidades de animais ou coisas estão distribuídas em todas as suas partes.” (Dr. Frazer’s Golden Bough). Conseqüentemente, dentro do universo, o contato é estabelecido entre objetos através de emanações, e, no caso dos seres humanos, o resultado pode ser sensação ou cognição; cura ou contágio.

Este princípio é demonstrado não apenas pelas curas, tais como afetadas pela veste do Cristo, e os lenços de São Paulo, mas também pela prática científica e médica moderna da medida preventiva de quarentena. Deve ser lembrado que a magia era parte da educação dos sacerdotes Egípcios: pois os ritos e cerimônias religiosas dos Egípcios eram mágicos; e os sacerdotes eram os guardiões do conhecimento.

(iv) Um quarto ponto é o fato de que, na história e compilação da filosofia Grega por Aristóteles e seus seguidores, existem apenas dois homens cujos nomes estão associados com a autoria de um número extraordinário de livros científicos; e os nomes desses homens são: o próprio Demócrito e Aristóteles.

(Diogenes Laertius Bk. 9 p. 445–461; Bk. 5 p. 465–467).

(v) Um quinto ponto que merece importante menção é o fato de que, na história e compilação da filosofia Grega por Aristóteles e seus seguidores, descobriu-se que, sempre que tenha havido a posse de uma grande coleção de livros científicos, também tem havido associação direta ou indireta com Alexandre o Grande.

(vi) A associação entre Demócrito e Alexandre o Grande é vista através do Círculo Democritiano; uma sucessão de Professores e estudantes, a partir de um Professor comum original: —

Demócrito (420—316 a.C.) é dito ter ensinado a Metrodorus de Chios, que por sua vez é dito ter ensinado a Anaxarchus, quem, é dito, ter florescido na época da 110ª Olimpíada (340—337 a.C.), e ter acompanhado Alexandre o Grande em sua campanha contra o Egito 333 a.C.

Aqui, é fácil ver o laço entre Demócrito e Anaxarchus pois estes homens eram todos Jônicos, e membros de uma mesma escola e estavam vivos no tempo da conquista do Egito por Alexandre.

(Zeller’s Hist. of Phil. p. 83; Diogenes Laertius Bk. 2, p. 471).

Por outro lado, o contato de Aristóteles com Alexandre o Grande é bem conhecido, uma vez que ele foi um tutor do jovem príncipe, no Palácio macedônio. (Roger’s Student Hist. of Phil.)

(vii) Evidência circunstancial aponta para o fato de que os livros de Demócrito não foram escritos por ele, nem contêm seus ensinamentos. Isto é assim, devido às seguintes razões:

(a) Leucippus, a quem os Jônicos não conheciam, e cuja existência tem sido questionada, foi creditado por Aristóteles pela origem da doutrina do átomo.

(Zeller’s Hist. of Phil. p. 77; Burnet, op. cit. p. 350) (Wm. Turner’s Hist. of Phil. P. 65; Diogenes Bk. X, 13)

(b) Para além do que foi escrito sobre o Átomo, o nome de Demócrito é, associado com uma grande lista de livros, lidando com mais de sessenta disciplinas diferentes, e que abrange todos os ramos da ciência conhecidos do mundo antigo. Além deste vasto campo de conhecimento, a lista também contém livros sobre Ciência Militar, Direito e Magia. Claramente, a acumulação de um tão vasto leque de conhecimento, por um único indivíduo, escrito em uma única vida, é impossível, tanto física quanto mentalmente. O método entre os antigos de transmissão de conhecimento era por etapas graduais, seguido de prova de proficiência, que por sua vez também era seguida por iniciações, que marcavam cada passo no progresso do Neófito.

O progresso do treinamento era lento e nenhum Neófito poderia completar esse conhecimento em seu tempo de vida como os Egípcios levaram mais de cinco mil anos para acumular. Estas limitações humanas são tão verdadeiras hoje como eram entre os antigos; pois os nossos grandes cientistas do mundo moderno são especialistas apenas em assuntos individuais.

(c) A questão agora permanece: como foi que Demócrito acumulou esses livros se ele não os escreveu? Acreditamos que temos a resposta porque se tem notado na história da filosofia Grega que (a) sempre que um filósofo Grego teve associação, direta ou indireta, com Alexandre o Grande, também houve a posse de uma grande coleção de livros científicos e (b) isso é verdade nos casos de Demócrito e Aristóteles. (c) Anaxarco e Demócrito eram Jônicos, que pertenciam à mesma escola e (d) Anaxarco acompanhou Alexandre o Grande em sua campanha contra o Egito. (A associação indireta entre Demócrito e Alexandre o Grande torna-se agora óbvia.) (e) Segue-se que, uma vez que a conquista do Egito por Alexandre trouxe aos Gregos sua há muito esperada oportunidade, ou seja, o acesso à Biblioteca e Museu Egípcios, nós naturalmente esperaríamos que Alexandre e seus amigos, e os exércitos invasores se ajudassem com os livros Egípcios. Também seria de se esperar que Anaxarco no seu regresso à Jônia, tenha vendido, pelo menos uma parte de seu saque, a Demócrito, (nem esperamos que Aristóteles e Teofrasto relatem esses fatos para nós), uma vez que de acordo com as regras dos Mistérios, o conhecimento (falado ou escrito), podia ser difundido somente por irmãos entre irmãos. Esta, nós acreditamos, foi a maneira pela qual Demócrito veio a possuir tão grande número de livros científicos.

Mais uma vez, deve-se afirmar que Demócrito não ensinou nada novo, mas simplesmente o que ele tinha aprendido com os Egípcios, direta ou indiretamente.

Sua doutrina sobre a distribuição universal de átomos de fogo é baseada em um princípio mágico: se o átomo é um ingrediente do mundo, então seria distribuído universalmente.

Além disso, Demócrito entra para a história como um mágico, e uma vez que há evidências históricas de que ele visitou os sacerdotes Egípcios, é evidente que a magia era parte do treinamento que ele deve ter recebido deles.

(Antisthenes: Treatise on Succession; Herodotus; Origen; Diogenes Laertius: Bk. 9 p. 443;Zeller’s Hist. of Phil. p. 77).

3. Seus livros são duvidosos em autoria.

Vários fatos importantes devem ser notados em conexão com os livros que se diz terem sido escritos por Demócrito: —

(a) Um grande número de livros que aparece em uma lista no 9º Livro de Diógenes, Laertius, não aparece em nenhum outro lugar nos livros didáticos usuais sobre a história da filosofia Grega; enquanto Zeller afirma que a autenticidade destes livros não pode ser determinada com base nas provas dos fragmentos. (Zeller’s Hist. of Phil. p. 77). Parece que a sua lista de publicações permanece duvidosa em autoria.

(b) Mais de 60 assuntos diferentes são tratados e eles incluem Ética, Física, Astronomia, Botânica, Zoologia, Poesia, Medicina, Dialética, Ciência Militar, e Direito; também livros de magia, incluindo adivinhação.

(c) Somos informados por Diógenes Laertius, que esta grande lista de livros foi compilada por Thrasyllus [Trasilo de mendes] (cerca de 20 d.C.), que era um estudante da escola de Platão, e também membro do movimento de Aristóteles que tinha como objetivo a compilação da filosofia Grega.

VI.  As Quatro Qualidades e Quatro Elementos.
Quadro dos Elementos - Filosofia

A história da seguinte teoria antiga de “As Quatro Qualidades e Quatro Elementos”, fornece ao mundo a evidência da origem Egípcia das doutrinas de (a) Os opostos ou contrários, (b) Mudança ou Transmutação e (c) a vida e função do universo é devida a qualquer um dos quatro elementos: fogo, ou água, ou terra ou ar.

1. Esta antiga teoria foi expressa por um diagrama formado por dois quadrados, exterior e interior.

2. Os cantos do quadrado externo levavam os nomes dos elementos: fogo, água, terra e ar.

3. Os cantos do quadrado interno, estando nos pontos medianos dos lados do quadrado externo, levavam as quatro qualidades fundamentais, o calor, o seco, o frio e o úmido.

4. O diagrama explica que o fogo é quente e seco; a terra é seca e fria; a água é fria e úmida; e o ar é úmido e quente.

5. Consequentemente, a água é uma concretização das qualidades fria e úmida, e quando a qualidade fria é substituída pela qualidade quente, o elemento água é transformado no elemento ar, com as qualidades úmida e quente.

6. Conseqüentemente, transmutação é definitivamente implícita no ensino deste símbolo.

7. Este é o ensinamento mais antigo da ciência física e tem sido rastreado até os Egípcios, já em 5000 a.C.

8. Isso mostra que Platão e Aristóteles (que haviam sido creditados com a autoria deste ensinamento) derivaram suas doutrinas ou partes delas a partir dos Egípcios.

(Rosicrucian Digest, May 1952,p. 175).

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CAPÍTULO VI:

 

Os filósofos Atenienses.

 

  1. Sócrates: (i) Sua Vida (ii) Doutrinas (iii) Resumo de conclusões.

(i) VIDA DE SOCRATES

(a) Data e local de nascimento.

Sócrates nasceu em Atenas, no ano de 469 a.C. Filho de Sofronisco, um escultor, e Fanarete, uma parteira. Muito pouco se sabe sobre seus primeiros anos; mas nos é dito que ele foi criado na profissão de seu pai, e que ele se dizia não apenas um aluno de Prodicus e Aspasia, (afirmação que sugere que ele poderia ter aprendido com eles música, geometria e ginástica): mas também um filósofo autodidata, de acordo com Xenofonte no Simpósio. Até a idade de 40 anos, sua vida parece ser um completo vazio: a primeira menção a ele sendo feita quando ele serviu como um soldado comum nos cercos de Potidaea e Delium entre (432-429) a.C.

(Trial and Death of Socrates: F.J. Church: p. 15 of Introduction [Julgamento e Morte de Sócrates: F.J. Church: p. 15 da Introdução].)

(b) Sua situação econômica e personalidade.

Sócrates não aceitava pagamento pelo que ele ensinava, e ele tornou-se tão pobre que sua esposa Xantipa começou a ficar muito insatisfeita com as condições domésticas.

Ele acreditava que possuía (Daimonion Ti) um algo divino, isto é, uma voz divina que aconselhava e guiava-o nas grandes crises de sua vida. (Turner’s Hist. of Phil. p. 78–79; and Plato’s Apology.)

(c) Sua Condenação e morte em 399 a.C.

Após os discursos habituais dos acusadores: (Mileto, Anito e Lycon); Sócrates seguiu com sua defesa, na conclusão da qual, os juízes votaram 281 a 220, e Sócrates foi condenado à morte.

Como uma palavra de despedida, ele dirigiu-se a ambos, aqueles que votaram contra ele e aqueles que votaram em seu favor. No caso dos primeiros, ele repreendeu-os, prevendo que o mal cairia sobre eles, em conseqüência de seu crime em condená-lo.

No caso dos últimos, ele não só os consolou com a garantia de que nenhum mal poderia sobrevir a um homem bom seja na vida ou na morte; mas também expressou a eles a sua idéia sobre a imortalidade. “A morte é apenas um sono eterno e sem sonhos, onde não há absolutamente nenhuma sensação, ou é uma viagem para outro [mundo], e um mundo melhor, onde estão os famosos homens de antigamente”. Qualquer que seja a alternativa verdadeira, a morte não é um mal, mas um bem. Sua morte é querida pelos deuses, e ele está contente. (Apologia de Platão capítulos 25-28). [Plato’s Apology Chapters 25–28].

Sua morte foi adiada por um cerimonial religioso do estado, e ele permaneceu na prisão por 30 dias. Somos informados de que durante este tempo, ele foi visitado por seus amigos, que consistiam do círculo interno, e também sua esposa Xantipa; que esta foi a ocasião de seu discurso sobre a imortalidade da alma; que ele poderia ter escapado da morte, se o quisesse; porque seus amigos o visitaram antes do raiar do dia e se ofereceram para libertá-lo; mas que ele recusou a oferta. Assim Sócrates bebeu a cicuta e morreu. (Fédon Platão;) (Xenofonte Memorabilia IV, 8,2).

(d) O relato de Críton:

Críton, na noite antes da morte de Sócrates, enquanto ele estava na prisão, em nome da companhia de visitantes, fez um apelo final para ele para que eles pudessem garantir a sua fuga, e falou o seguinte: —

“Ó, meu Sécrates, Rogo-vos, pela última vez para me ouvir e salvar a si mesmo. Porque para mim a sua morte será mais que um único desastre: Não apenas eu perderei um amigo como o qual eu nunca encontrarei novamente, mas muitas pessoas, que não conhecem você e eu bem, vão pensar que eu poderia ter salvado você se eu estivesse disposto a gastar dinheiro, mas que eu negligenciei em fazê-lo. E qual reputação poderia ser mais vergonhosa do que a reputação de cuidar mais de dinheiro do que de seus amigos? O mundo nunca vai acreditar que estávamos ansiosos para te salvar, mas que você mesmo se recusou a fugir.”

“Diga-me isto Sócrates. Certamente você não está ansioso sobre mim e seus outros amigos, e com medo, com medo de que, se você escapar, os informantes possam dizer que nós levamos você embora, e nos trazer problemas, e envolver-nos em grandes despesas, ou talvez na perda de todos os nossos bens, e que possa trazer alguma outra punição sobre nós além destas? Se você tem qualquer receio deste tipo, rejeite-o.”

“Pois é claro que nós somos obrigados a correr esses riscos, e ainda maiores riscos do que estes se necessário, para salvar você. Então,  eu te suplico, não recuse-se a ouvir-me.”

“Em seguida, Sócrates respondeu: “Eu estou ansioso sobre isso, Críton, e sobre muito mais além disso”, e Críton continuou o apelo: —

“Então não tenha medo quanto a isso. Há homens que, por soma não muito grande, estão prontos para trazer você para fora da prisão em segurança, e então, você sabe, esses informantes são comprados barato, e não haverá necessidade de gastar muito com eles.”

“Minha fortuna está à sua disposição, e eu acho que é suficiente, e se você tiver qualquer sentimento sobre como fazer uso do meu dinheiro, há estranhos em Atenas, a quem você conhece, prontos para usar o deles, e um deles, Simmias de Tebas, que realmente trouxe o suficiente para o propósito. E Cebes e muitos outros, estão prontos também.”

“E, por isso, eu repito, não se abstenha de salvar-se, por esse motivo. E não deixe que o que você disse no tribunal (que, se você fosse para o exílio, você não saberia o que fazer com você mesmo), o impessa: pois há muitos lugares para você ir, onde você será bem-vindo.”

“Se você optar por ir a Tessália, eu tenho amigos lá que farão muito de você, e abrigarão você contra qualquer aborrecimento do povo da Tessália.” “Considere então, Sócrates, ou melhor, o tempo para a consideração é passado, temos que resolver, e só há um plano possível. Tudo deve ser feito esta noite. Se nos atrasar-mos por mais tempo, estamos perdidos…”

“O, Sócrates, eu te imploro para não recusar-se a ouvir-me.” (Críton Platão C. 3-5).

(e) O Relato de Fédon da cena final, pouco antes da morte de Sócrates.

Em resposta a outra pergunta de Echecrates, Fédon respondeu:
Vou tentar contar a você toda a história: —

“Nos dias anteriores, eu e os outros tínhamos sempre nos encontrado de manhã no tribunal, onde o julgamento era realizado, o qual era perto da prisão; E depois nós íamos até Sócrates”

“Costumávamos esperar todas as manhãs até a prisão ser aberta, conversando; pois ela não era aberta cedo. Quando era aberta, nós costumávamos ir até Sócrates, e geralmente nós passávamos o dia inteiro com ele. Mas naquela manhã nos encontramos mais cedo do que de costume, pois na noite anterior nós ficamos sabendo, ao deixar a prisão, que o navio tinha chegado de Delos. Então combinamos de estar no lugar de costume o mais cedo possível. Quando chegamos à prisão, o porteiro, que geralmente nos deixava entrar veio até nós e nos mandou esperar um pouco, e não ir em até que ele mesmo nos convocasse; pois os ‘Onze’ [the ‘Eleven’] estavam liberando Sócrates de seus grilhões e dando-lhe instruções para a sua morte.

“Pouco tempo despois ele voltou e mandou-nos entrar. Então fomos e encontramos Sócrates logo após ser liberado [das correntes]. Quando Xantipa nos viu, ela lamentou em voz alta, e chorou a seu modo de mulher: ‘Esta é a última vez: Sócrates, que você vai falar com seus amigos, ou eles com você’ E Sócrates olhou para Críton e disse, ‘Críton, faça com que ela seja levada para casa’. Assim, alguns dos servos de Críton levaram-na embora; chorando amargamente e batendo no peito. E era por volta do por do sol, e o servo dos Onze após comandar a despedida de Sócrates, deu-lhe as instruções de como tomar o veneno, e, em seguida, entregou a ele.
Sócrates tomou o copo e bebeu o veneno alegremente, e então caminhou até que suas pernas ficaram pesadas. E quando ele deitou, fez o seu último pedido a Críton, com as seguintes palavras:

Eu devo um galo à Asclépio, não se esqueça de pagá-lo.
Por esta altura o veneno entrou em vigor e ele faleceu. ”

(Platão Fédon C. 3 e 65). [Plato Phaedo C. 3 and 65.]

(ii) AS DOUTRINAS DE SÓCRATES

i.  A doutrina do Nous, ou seja, a mente ou uma causa inteligente, a fim de tornar compreensível Deus e a Criação. Ele é creditado com a premissa teleológica: tudo aquilo que existe para um propósito útil é o trabalho de uma inteligência.

(Xenophon Memorabilia I, 4, 2; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 82)

ii.  A doutrina do Supremo Bem: —

O Supremo bem, ou seja, o summum bonum é equiparado a ambos a felicidade e o conhecimento. Este, porém, não é meramente eutuchia o qual depende de condições externas e acidentes da sorte; mas é (eupraxia), um bem-estar que é condicionado por uma boa ação. Esta é uma realização em que o homem se torna divino através da auto negação de necessidades externas e pelo cultivo da mente: a felicidade não vem através das coisas perecíveis do mundo externo, mas por meio das coisas que perduram, que estão dentro de nós.

(Xenophon Memorabilia I, 5, 4; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 83).

iii.  As doutrinas de opostos e harmonia:

(a) Par e Ímpar são os elementos dos números. Um deles é definitivo, mas o outro é ilimitado, e a unidade é o produto de ambos pares e ímpares. Por isso, o universo é constituído de opostos: o finito e o infinito, o masculino e o feminino; o ímpar e o par; a esquerda e direita.

(b)  A Harmonia é a união dos opostos.

(Fédon de Platão C. 15; Hist. da Filos. de Wm. Turner, p.41, 47). (Hist. da Filosofia de Zeller. p. 61).

iv.  As Doutrinas a Respeito da Alma:

(a) A imortalidade da alma

(b) A transmigração da alma

(c) A Salvação da Alma: —

O objetivo da filosofia é a salvação da alma, de modo que ela possa se alimentar da verdade congenial à sua natureza divina, e assim escapar da roda de re-nascimento, e, finalmente, atingir a consumação da união com Deus.

(Hist. da Filosofia de Zeller. p 50-56; Hist. da Filos. de Roger p. 29 e 60; Hist. da Filos. de Wm. Turner, p. 41 e 48).

(d) O corpo é o túmulo da Alma

(e) As aspirações da alma: —

Há um reino da realidade verdadeira, que está acima do mundo dos sentidos. Por este [reino] a alma aspira.

v.  A doutrina do Auto-conhecimento: Conhece a ti mesmo (seauton gnothi).

O auto-conhecimento é a base do verdadeiro conhecimento.
Os Mistérios requeriam, como primeiro passo, o domínio das paixões, o que abria espaço para a ocupação de poderes ilimitados. Daí, como uma segunda etapa, o Neófito era obrigado a procurar dentro de si mesmo pelos novos poderes que tinham tomado posse dele. Os Egípcios, por conseguinte, escreveram em seus templos: “Homem, conhece-te a ti mesmo”.

(Zeller’s Hist. of Phil. p. 105; S. Clymer’s Fire Philosophy p. 203.)

vi.  Astrologia e Geologia:

Havia uma suspeita de que Sócrates também estave envolvido no estudo da Astrologia e da Geologia, e que ele ensinou esses assuntos, pois em sua defesa perante os juízes Atenienses, ele afirmou que os mais formidáveis dos seus acusadores tentavam persuadi-lo com mentiras, que um Sócrates, um homem sábio, estava especulando sobre os céus e sobre as coisas debaixo da terra, e que ele era capaz de fazer o pior parecer a melhor razão.

(Apologia de Platão C. 2).

Essa suspeita é reforçada pela acusação movida contra Sócrates, e que diz o seguinte: — “Mileto, filho de Mileto, de deme Pitthis, em seu juramento, traz a seguinte acusação contra Sócrates, filho de Sofronisco, de deme Alopece.”

“Sócrates comete um crime por não acreditar nos deuses da cidade, e por introduzir novas divindades.

Ele também comete um crime por corromper a juventude. Penalidade, a morte. ”

(Apologia de Platão C. 24, C. 18 e 19).

Há ainda uma terceira fonte da qual surge a suspeita de que Sócrates esteve envolvido também em Astrologia e Geologia. Esta foi a caricatura de Sócrates, publicada por Aristófanes em sua comédia: as Nuvens, como se segue: —

“Sócrates é um recluso miserável, que fala muita bobagem absurda e divertida sobre a Física, e declara que Zeus está destronado, que a Rotação reina em seu lugar, e que as novas divindades são o Ar, que detém a terra suspensa, o Éter, as Nuvens e a Língua.”

“Ele professa possuir o poder de Belial, o que lhe permite fazer o pior parecer a melhor razão, e seus ensinamentos levam os filhos a bater em seus pais.”

(Nuvens de Aristófanes, 828 e 380; vida e Julgamento de Sócrates; F.J. Church: Introdução p 18.).

(iii) Resumo de conclusões.

1.  Vida e Personalidade de Sócrates.

Há duas circunstâncias na vida de Sócrates que exigem a nossa atenção: (a) ele, é dito, ter sido completamente desconhecido até a idade de 40 e (b) ter vivido uma vida de pobreza.
Estas circunstâncias apontam para sigilo no treinamento, e pobreza, como as condições de sua vida; e, como tal, elas coincidem com os requisitos do Sistema de Mistério do Egito, e suas escolas secretas, seja na terra do Egito ou no exterior, que exigiam os votos de sigilo e de pobreza de todos os Neófitos e Iniciados. Todos os aspirantes aos Mistérios tinham de receber treinamento e preparação secreta, e Sócrates não foi exceção. Somente ele, dos três filósofos Atenienses, merece a denominação de um verdadeiro Mestre Maçom.
Platão foi um grande covarde e Aristóteles foi um maior ainda.
Na execução de Sócrates, Platão fugiu para Megara para a loja de Euclides e Aristóteles, quando indiciado, fugiu em exílio para Cálcis.

(Clemente de Alexandria: Stromata Livro 5. C. 7 e 9;
Plutarco em “Ísis e Osíris” Sec, 9-11; Apologia de Platão C. 8; 17; Fédon C. 10; 13; 32; 63).

2.  As Doutrinas:

(i) A doutrina do Nous ou uma Causa Inteligente.

Com referência a esta doutrina, vemos que ela também é creditada a Anaxágoras, que, se diz, ter vivido entre 500 e 430 a.C. e que, portanto, antecedeu Sócrates (469-399 a.C.) em expô-la

(Hist. da Filos. de Wm. Turner, p. 63; p. 82).

Em segundo lugar, uma análise mais aprofundada mostra que a doutrina do Nous também é uma inferência direta da doutrina da Cognição, como creditada a Demócrito (460-360 a.C.), que é creditado pela afirmação de que os átomos de fogo são distribuídos através do universo, e que a mente é composta por átomos de fogo. Por isso, pode-se inferir (a) que a mente preenche ou é distribuída através do universo e (b) que uma vez que somente semelhante pode produzir semelhante, então a mente do Universo deve ter sido produzida por uma mente que é sua fonte.

(Hist. da Filos. de Wm. Turner, p.68; Hist. da Filosofia de Zeller. p. 80.)

Em terceiro lugar, esta doutrina do Nous, é uma doutrina que se originou a partir dos Antigos Mistérios do Egito, onde o Deus Osíris era representado em todos os templos Egípcios pelo símbolo de um Olho Aberto. Este símbolo indicava não apenas a visão que transcende o tempo e o espaço, mas também a onisciência de Deus, como a Grande Mente que criou e que dirige o Universo. Este símbolo é carregado como uma decoração em todas as lojas Maçônicas modernas e tem o mesmo significado.

(Ancient Mysteries: C. H. Vail p. 189.)

(ii)  A doutrina do Supremo Bem:

Esta doutrina do Supremo Bem ou Summum Bonum é também uma doutrina muito antiga, que nos leva de volta aos Mistérios Egípcios.

Conforme declarada nos livros sobre filosofia Grega e por Sócrates, ela está apenas em parte, e, conseqüentemente, uma noção equivocada da doutrina original resultou. Dizer que o bem supremo é a felicidade, que a felicidade é o bem-estar, que o bem-estar é o conhecimento, e que o conhecimento é virtude, é a mesma coisa que dizer que o Supremo Bem é virtude.

(Memorabilia I 4,5 de Xenofonte; Hist. da Filos. de Wm. Turner. P. 81-83).

Nos Mistérios Egípcios, no entanto, o conceito do Bem Supremo é expresso como o propósito da virtude, e isto é a salvação da alma, libertando-a dos dez grilhões corporais.  Este processo de libertação é um processo de purificação, tanto da mente quanto do corpo: a primeira pelo estudo da filosofia e da ciência, e o segundo pelas disciplinas ascéticas corporais. Este treinamento era continuado desde o batismo de água, e posteriormente era seguido pelo batismo de fogo, quando o candidato tinha feito o progresso necessário. Este processo transformava o homem e o tornava semelhante a deus, e o tornava apto para união com Deus.

O conceito do Bem Supremo, que originalmente veio dos Mistérios Egípcios é a mais antiga teoria da salvação, e Sócrates deve ter derivado esta doutrina a partir dessa fonte, ou indiretamente a partir dos Pitagóricos.

(Plato’s Phaedo C. 31; 33–34; Ancient Mysteries, C. H. Vail p. 24–25; Fire Philosophy, R. S. Clymer p. 19; 74; 80.)

(iii)  As seguintes doutrinas são geralmente admitidas como tendo sido derivadas dos Pitagóricos:

(a) Transmigração da Alma

(b) A imortalidade da alma

(c) O túmulo da alma é o corpo.

(d) As doutrinas de opostos e harmonia.

Uma vez que as doutrinas (a), (b), (c) e (d) originaram-se a partir dos Pitagóricos, e uma vez que os Pitagóricos as derivaram a partir dos Egípcios, então sua origem Egípcia, direta ou indiretamente, torna-se evidente.

(História da Filosofia de Roger p. 29 e 60; História da Filosofia de Wm. Turner p. 41 e 48; Fédon, de Platão).

(iv)  Astrologia e Geologia:

A partir de (a) a acusação (b) sua defesa perante os juízes Atenienses e (c) a caricatura de Aristófanes em As Nuvens, descobrimos que Sócrates era suspeito de ser um estudante da natureza, e de introduzir novas divindades em Atenas.

Mais uma vez, deve ser referido, que no âmbito do Sistema de Mistério do Egito, o estudo da natureza era um requisito, e uma vez que os Atenienses processaram e condenaram Sócrates à morte, por se engajar neste estudo e difusão do conhecimento, eles devem ter considerado as novas idéias como estrangeiras ou de origem Egípcia.

(Apologia de Platão C. 24-28; Mistérios Antigos, C.H. Vail, p. 24-25.)

(v)  A Doutrina do Auto-conhecimento:

A doutrina do auto-conhecimento, por séculos atribuída a Sócrates é agora definitivamente conhecida por ter se originado a partir dos Templos Egípcios, na parte externa dos quais as palavras “Homem, conhece-te a ti mesmo” estavam escritas.

É evidente que Sócrates não ensinou nada novo, porque suas doutrinas são ecléticas contendo elementos de Anaxágoras, Demócrito, Heráclito, Parmênides e Pitágoras, e, finalmente, tem sido rastreadas até os ensinamentos do Sistema de Mistério Egípcio.

(Fire Philosophy, S. R. Clymer p. 203).

vi) A importância das conversas de despedida de Sócrates com seus alunos e amigos na prisão:

Ao exeminar o que ocorreu durante as conversas de despedida de Sócrates com seus alunos e amigos, pelo menos, cinco pontos devem ser observados: —

(a) O tema das conversas

(b) A determinação de seus amigos para contrabandeá-lo para fora.

(c) Sua recusa em aceitar a libertação

(d) Seu pedido antes de morrer, que foi dirigido a Críton, a quem ele pediu que pagasse uma dívida importante por ele.

(e) O valor dessas conversas, em sua forma atual na literatura.

Agora surge a pergunta: qual é o significado e a importância destes cinco pontos? As respostas e conclusões são as seguintes: —

(a) Como o assunto das conversas tratou da imortalidade e da salvação da alma, nós, ao mesmo tempo reconhecemos o fato de que este era o tema central dos Mistérios Antigos e, conseqüentemente, que Sócrates estava familiarizado com as doutrinas.

 

Além disso, quando lemos o Fédon e as doutrinas, tanto dos Opostos quanto da Recordação as quais ele tinha desenvolvido na prova da imortalidade, nós estamos convencidos de que ele deve ter recebido a sua formação a partir do Sistema de Mistério do Egito, em conexão com as quais haviam Hierofantes e professores qualificados.

(b) Em segundo lugar, ao lidar com o comportamento de seus amigos, em sua determinação para tirá-lo clandestinamente da prisão, estamos a lidar com tentativa deles de prestar ajuda a um irmão em perigo.

Esta era a vida que os Iniciados eram esperados para viver, pois a fraternidade era outro grande princípio sobre o qual os Mistérios Egípcios colocavam ênfase. Evidentemente, Sócrates era um “Irmão Iniciado” dos Mistérios Egípcios, uma vez que estes compreendiam uma fraternidade universal.

(c) Em terceiro lugar, ao lidar com a recusa de Sócrates em aceitar a liberação, mais uma vez estamos a lidar com um tipo de comportamento que o coloca à parte como um adiantado Iniciado dos Antigos Mistérios do Egito. Nos caminhos para a maestria e a vitória, o Sistema de Mistério considerava o altruísmo ou o sacrifício como um estágio avançado de realização, que devia ser realizado antes que o poder ilimitado pudesse ser concedido ao candidato. É verdade que Anaxágoras fugiu por sua vida e, da mesma maneira, Platão e Aristóteles; mas isto só serve para mostrar que Sócrates tinha atingido um grau mais elevado nos Mistérios do que todos eles. Isto necessitou treinamento o e o centro de treinamento era o Egito.

(d) Em quarto lugar, com referência ao último pedido de Sócrates, dirigido a Críton, em que ele pediu-lhe para pagar uma determinada dívida, nós, mais uma vez encontramos outro dos grandes ideais essenciais para a vida de um Iniciado. Este no ensinamento dos Mistérios abraça o exercício de uma virtude cardeal, ou seja, justiça; uma prática que o candidato deve adotar, a fim de que seu senso de valor também possa se desenvolver.

Aqui, novamente, a ação de Sócrates revela que ele era um Irmão Iniciado, com um alto senso de justiça e honestidade, já que ele não queria morrer sem quitar todas as suas obrigações. Certamente, o último pedido de Sócrates revela-o como um membro leal do Sistema de Mistério do Egito.

(e) Em quinto lugar e, finalmente, qual valor podemos nós atribuir à literatura que trata das conversas de despedida de Sócrates com seus amigos e alunos? Uma vez que essa literatura abraça um homem cujas crenças e práticas coincidem com aquelas dos Iniciados dos Antigos Mistérios do Egito, então nós podemos considerar o estudo de Memorabilia de Xenofonte, Apologia de Platão, Fédon, Eutífron, Críton e Timeu como espécimes valiosos da literatura dos Mistérios, ou Mundo Maçônico.

(Ancient Mysteries; C. H. Vail C. 24–25; também C. 32;)

(O Fédon de Platão; O Timeu de Platão)

(R. S. Clymer; Fire Philosophy C. 44; 49; 67; 75).

 

2. Platão: (i) Infância (ii) Viagens (iii) Escritos Disputados
(iv) Suas Doutrinas (v) Resumo de Conclusões.


(i) O início de sua vida:

Platão, é dito, ter nascido em Atenas em 427 a.C., e que o nome de seu pai era Aristo, e o nome de sua mãe era Perictione, que era parente de Sólon. Pouco se sabe sobre sua infância e formação: mas há uma suposição de que, por seus pais serem ricos, ele deve ter tido as oportunidades educacionais que estavam disponíveis para um jovem rico. Ele, é dito, ter estudado as doutrinas de Heráclito sob Crátilo, e ter sido um aluno de Sócrates por oito anos. Também é dito que ele foi um soldado.

(Roger’s Student Hist. of Philosophy p. 76)
(Wm. Turner’s Hist. of Philosophy p. 93)
(Will. Durant’s Story of Phil.)
(ii) (a) Suas Viagens:

Ele tinha 28 anos, quando Sócrates morreu (ou seja, 399 a.C.), e juntamente com os outros alunos de Sócrates, ele fugiu de Atenas para Euclides em Megara por Segurança. Ele manteve distância de Atenas por 12 anos, período durante o qual, diz-se também que, além de visitar Euclides, ele viajou (a) para o sul da Itália, onde conheceu o remanescente dos Pitagóricos, (b) para Siracusa, na Sicília, onde, através de Dion, ele conheceu Dionísio, de quem ele se tornou um Tutor: que posteriormente o levou a ser vendido como escravo, e (c) para o Egito.

(História da Filosofia de Fuller) (Roger’s Student’s Hist. of Philosophy) (Wm. Turner’s Hist. of Phil. P. 94) (Diogenes Laertius Bk. III, p. 277).
(ii) (b) Sua Academia

Platão, é dito, retornou para Atenas em 387 a.C. quando um homem de meia idade, de 40 anos, e inaugurou uma Academia em um ginásio na periferia oeste de Atenas sobre a qual presidiu por 20 anos. Ele, é dito, ter ensinado os seguintes temas (a) Ciência Política (b) Estadismo (c) Matemática (d) Dialética, e diz-se que o currículo foi baseado nos princípios educacionais defendidos na República.

(Fuller’s Hist. of Philosophy: Plato’s Life) (B. D. Alexander’s Hist. of Philosophy p. 68) (Roger’s Students Hist. of Philosophy p. 72) (Wm. Turner’s Hist. of Philosophy p. 122123).
(iii) Seus Escritos são disputados e postos em dúvida por estudiosos modernos.

Há 36 diálogos e uma série de cartas, que Platão é suposto por ter escrito: mas que são disputadas e postas em dúvida por estudiosos modernos.

(a) Grote afirma que Platão escreveu apenas os diálogos que levam seu nome.

(b) Schaarsmidt afirma que apenas nove dos 36 diálogos são genuínos, enquanto

(c) Aristóteles considerou os diálogos Platônicos como em número de nove, ou seja, As Leis, Timeu, Fédon, Banquete, Fedro, Georgias, Teeteto, Filebo e a República, os quais ele acreditava serem genuínos.

(d) Dos restantes 27 diálogos, alguns estudiosos afirmam que os diálogos da juventude devem ser incluídos com os genuínos, e estes são a Apologia, Críton, Eutidemo, Laques, Lisis e Protágoras, e

(e) Dos 21 diálogos restantes, estudiosos sugerem que aqueles que não foram escritos por Platão devem ter sido escritos por seus alunos.

(Hist. da Filosofia de B.D. Alexander, p. 68).
(iv) AS DOUTRINAS DE PLATÃO

As doutrinas atribuídas a Platão estão espalhadas por uma vasta área da literatura: sendo encontradas em partes, através do que são chamados de diálogos; mas particularmente em conexão com

(I) a teoria das idéias e sua aplicação aos fenômenos naturais, que inclui as doutrinas

(a) o real e o irreal (b) o Nous (mente) e (c) Criação.

(II) as doutrinas éticas a respeito de

(A) o bem mais elevado

(B) definição de virtude e

(C) as virtudes cardeais.

(III) a doutrina do Estado Ideal cujos atributos são comparados com os atributos da alma e da justiça. Seguindo esta ordem, elas são as seguintes:

(I) A Teoria das Idéias

A. Definição de Idéias. Isto pode ser expresso no seguinte silogismo:

A idéia (mantendo sua unidade, imutabilidade e perfeição) é o elemento da realidade em uma coisa. A idéia é o conceito pelo qual uma coisa é conhecida. Portanto, o conceito pelo qual uma coisa é conhecida  é o elemento da realidade de uma coisa (To on).

Segue-se, também, que, uma vez que o conceito ou idéia de uma coisa é real, então a coisa concreta em si é irreal.

(Timeu 51) (Fedro 247).

B. A aplicação da teoria das Idéias à fenômenos naturais.

Em vista da definição de Idéia, três doutrinas têm resultado: —

(a) A doutrina do real e irreal.

As coisas que vemos ao nosso redor são os fenômenos [phenomena] da natureza, eles pertencem ao reino da terra, eles são apenas cópias (Eidola) de seus protótipos (paradeigmata), as idéias e Númenos [noumena], que habitam no reino celestial. As idéias são reais e perfeitas, mas os fenômenos são irreais e imperfeitos; e é a função da filosofia ativar a mente para superar a contemplação das cópias visíveis de idéias, e avançar para um conhecimento das próprias idéias. (O Fedro 250).

 

Há, porém, algo comum entre eles, porque os fenômenos participam da Idéia (metechei). Esta participação é uma imitação (mimesis), mas é tão imperfeita que os fenômenos naturais estão muito aquém das Idéias.

(Parmênides 132 D) (Metafísica de Aristóteles I, 6; 987b, 9).

(b)  A doutrina do Nous ou Alma do Mundo.

Esta ensina que o universo são animais vivos e que eles são dotados com as almas mais perfeitas e inteligentes; que se Deus fez o mundo tão perfeito quanto a natureza da matéria permitia, ele deve ter dotado-a de uma alma perfeita. Esta alma atua como mediador entre as Idéias e os fenômenos naturais, e é a causa da vida, movimento, ordem e conhecimento do universo.

(Timeu, 30, 35).

(c)  A doutrina de um Demiurgo na Criação (Cosmologia)

No mito da criação encontrado no Timeu, vemos a doutrina sobre a Criação, como ela é atribuída à autoria de Platão, como segue: —

A partir do caos, o qual era governado pela necessidade, Deus o Demiurgo ou Criador, fez a ordem, por formar os fenômenos da matéria de acordo com os protótipos eternos (isto é, as Idéias) em uma maneira tão perfeita quanto a imperfeição da matéria permitisse. Ele, em seguida, criou os Deuses, e ordenou-lhes para moldar o corpo do homem, enquanto Ele próprio, fez a alma do homem, a partir do mesmo material que o da alma do mundo.

A alma do homem é um princípio auto-movente e é responsável pela vida, movimento e consciência no corpo.

(Mito da criação no Timeu; Hist. da Filos. de Wm Turner, p. 109 -110.)

(II)  As Doutrinas Éticas

As doutrinas éticas que têm sido atribuídas a Platão são

(A) a do bem maior, ou seja, o Summum Bonum

(B) a conotação de virtude e

(C) a redução das virtudes para quatro e o lugar da sabedoria entre elas (a) como algo subjetivo, e como uma experiência terrena, o bem maior é a felicidade: mas como uma realização objetiva, é a Idéia do bem, e, conseqüentemente, identificado com Deus.

Portanto, o propósito da vida do homem é a liberdade dos grilhões do corpo, nos quais a alma é confinada, e a prática da virtude e da sabedoria, torna-o como um Deus, mesmo enquanto na terra.

(B) e (C) A virtude é a ordem, a saúde e a harmonia da alma.

Há muitas virtudes, mas a maior é a sabedoria. Todas as virtudes podem ser reduzidas para as quatro virtudes cardeais: sabedoria, fortaleza, temperança e justiça.

(Banqueteo 204E); (Teeteto 176A); (Fédon 64 sqq.) (A República IV, 441, 443).

 

(III)  O Estado Ideal (A República)

A doutrina atribuída a Platão no campo da educação cívica é a doutrina do Estado Ideal cujos atributos são comparados com os atributos da alma e da justiça.

Em um estado, a virtude deve ser o objetivo principal, e, a menos que os filósofos se tornem governantes, ou que os governantes sejam formados através de estudantes de filosofia, não haverá problemas incessantes para os Estados e a humanidade em geral. O Estado Ideal é modelado sobre a alma individual, e assim como a alma tem três partes, assim também deve o Estado tem três partes: os governantes, os guerreiros, e os trabalhadores.

(República VI, 490 sqq .; V, 478; III, 415).

Similarmente, assim como a harmonia da alma depende da subordinação adequada de suas partes, assim também o Estado depende da subordinação adequada de suas partes, a fim de desfrutar de paz.

Aqui Platão apresenta a alegoria do cocheiro e os cavalos alados, a fim de mostrar que a virtude é para a alma como a justiça é para o Estado: — Um Cavalo é de origem nobre: enquanto o outro é ignóbil; e, conseqüentemente, eles não podem concordar. Enquanto o cavalo nobre se esforça para subir até as regiões celestiais que são adequadas à sua natureza: o outro tenta arrastá-lo para baixo. Da mesma forma, em lidando-se com a alma, é a subordinação adequada de suas partes que permite que o nobre no homem alcançe a sua excelência; assim também, em lidando-se com o Estado, é a justiça, ou a subordinação adequada das diferentes classes, que o torna um Estado Ideal.

(Roger’s Students History of Philosophy p. 83.); (República de Platão).

(v) SUMÁRIO DE CONCLUSÕES.

As doutrinas de Platão são ecléticas e apontam para origem Egípcia.

1. A doutrina do real e irreal, cuja representação encontra-se na comparação entre os fenômenos naturais e as Idéias, é apenas um exemplo da aplicação da doutrina dos opostos. Aqui as coisas deste mundo têm seus tipos correspondentes no reino celestial; aqui as Idéias correspondem ao Ser, enquanto os fenômenos naturais correspondem ao não-Ser. Mas a doutrina dos opostos pode ser rastreada de volta não só até Sócrates, Demócrito, Parmênides e os Pitagóricos, mas ainda de volta à sua fonte original, ou seja, o Sistema de Mistério Egípcio, onde o princípio dos opostos foi representado não só por pares de Deuses masculinos e femininos, como Osíris e Ísis, mas também por pares de pilares na frente de todos os templos Egípcios.

(Memphite Theology in Kingship and the Gods, by Frankfort, C. 3, p. 25–26 and 35). (Herodotus I, 6–26) (Ancient Egypt by John Kendrick, Bk. I, p. 339). (Egyptian Religion by Frankfort, p. 64, 73, 88). (Zeller’s Hist. of Phil. p. 61).(O Fédon C. 15, 16, 49).

II. A doutrina do Nous ou Alma do Mundo é um princípio de magia Egípcia:

Platão é creditado com a expressão dessa doutrina sob a forma de um símile, no qual ele compara o mundo a um animal vivo, que é composto de Almas. Um ser perfeito e responsável pela vida, movimento e conhecimento do animal ou universo.

Essa doutrina pode ser rastreada, não só para (a) Demócrito, que baseou seu ensinamento a respeito dos átomos de fogo da alma, e da cognição sobre o princípio mágico dos Egípcios: de “que as qualidades de um animal estão distribuídas ao longo de suas partes.”

(Golden Bough by Frazer) (Hist. of Phil., B. D. Alexander, p. 40.)
(Wm. Turner, Hist. of Phil., p. 68.)

mas também para (b) Anaxágoras, que, se diz, ter promovido o Nous (mente) como responsável por criar a ordem a partir do caos, e que  é onipotente e onisciente.

(History of Philosophy, Wm. Turner, p. 63.)

A doutrina do Nous, como uma questão de fato, originou-se a partir de (c) o Sistema de Mistério do Egito, no âmbito do qual, o Deus Osíris era representado em todos os templos Egípcios, pelo símbolo de um Olho Aberto, referido em outro lugar.

Este símbolo indicava não só a visão que transcende o espaço e o tempo, mas também a onisciência, como a Grande Mente que criou e que ainda dirige o universo. Este símbolo também faz parte da decoração de todas as lojas Maçônicas do mundo moderno e remonta ao culto de Osíris ou culto do Sol dos Egípcios a mais de 5000 a.C. Essa mesma noção também foi representada pelos Egípcios por um Deus com olhos sobre Ele todo e era conhecido como o “Olho Que Tudo Vê”.

(Zeller’s Hist. of Phil., p. 809). (The Ancient Mysteries, C. H. Vail, p. 189) (Max Muller: Egyptian Mythology).

 

III.  A doutrina do Demiurgo na Criação.

Essa doutrina, que é atribuída à autoria de Platão, não foi, de modo algum, originada por Platão. Ela não apenas era uma doutrina corrente na época de Platão, mas era bem conhecida entre as Antigas nações do Oriente e foi ensinada por eles muitos séculos antes do tempo dele (427-347 a.C.)

A história nos diz que os Persas ensinaram esta doutrina há mais de seis séculos a.C. através de seu líder Zoroastro. A história também nos diz que Pitágoras (500 a.C.), ensinou a mesma doutrina expressa em termos de Mônadas. O universo consiste de duas unidades, ou seja, (a) a Unidade a partir da qual a série de números ou seres é derivada, sendo absoluta Unidade, que é a fonte de tudo, ou seja, a Mônada das Mônadas ou o Deus dos Deuses e (b ) o Um, ou seja, o primeiro de uma série de números ou seres derivados. Ela se opõe à, e é limitada pela pluralidade e, portanto, é unidade relativa, ou seja, uma Mônada criada ou um Deus criado (um Demiurgo), conseqüentemente, a oposição entre o um e os muitos é a fonte de todo o resto. Além disso, a história do mesmo modo nos diz que a fonte original da doutrina de um Demiurgo na criação foi o Egito, e remonta à história da criação do Egito de 4000 a.C., a qual pode ser encontrada no relato dado pela Teologia Menfita: uma inscrição em uma pedra, agora guardada no Museu Britânico. Ela contém as visões teológicas e cosmológicas dos Egípcios que datam do início da história Egípcia, quando as primeiras dinastias tinham feito sua nova capital em Memphis, a cidade do Deus Ptah, ou seja, por volta de 4000 a.C., ou mesmo antes.
A cosmologia Egípcia deve ser apresentada em três partes; cada parte sendo complementar para as outras, e apresentando uma filosofia completa pela sua combinação.

A Parte (I) lida com os deuses do caos,

a parte (II) lida com os deuses da ordem e disposição na criação,

e a parte (III) lida com o Primaz dos deuses, através de cujo Logos a criação foi realizada.

Na parte (I) a pré-criação ou o caos é representado por

(i) Ptah, o Primaz dos Deuses, emergindo das águas primitivas Nun na forma de um Monte, Ta-tjenen, ou seja, A Terra Ressuscitada

(ii) Atum, ou seja, Atom, o Deus Sol , imediatamente se juntando à Ptah, emergindo também das águas caóticas de Nun, e sentando-se em cima dele (o Monte).

(iii) Uma descrição das outras qualidades dentro do caos segue: —

Há quatro pares de Deuses masculinos e femininos na forma de sapos e serpentes. Seus nomes são:

(a) Nun e Naunet, o oceano primevo e matéria primordial;

(b) Huh e Hauhet, o Ilimitável e o Infinito,

(c) Kuk e Kauket, Escuridão e Obscuridade e

(d) Amon e Amaunet, o Oculto e o Escondido.

(Memphite Theology in Ancient Egyptian Religion by Frankfort, p. 10, p. 21; Frankfort’s Intellectual Adventure of Man, p. 10, 21, 52.)

 

Na parte (II) os Deuses da ordem e arranjo são representados da seguinte forma: —

Os mesmos primeiros pares de Deuses da pré-criação estão juntamente presentes, ou seja, Ptah, o Monte primordial, que é o pensamento e a palavra de todos os Deuses, juntamente com Atum, que repousa sobre Ptah.

Atum, ou seja, Atom, tendo absorvido o pensamento e o poder criativo de Ptah, em seguida, prossegue com a obra da Criação. Ele nomeia quatro pares de partes de seu próprio corpo, que se tornam Deuses, e, desta forma, oito Deuses são criados, que juntamente com ele mesmo tornam-se nove Deuses em uma família ou Divindade [Godhead], chamada de Enéade.

N.B.

Magia é a chave para a interpretação das antigas religiões e filosofia.

(a) A parte (III) fala dos poderes específicos de Ptah, que Atum absorve, mas não nos diz como Ele os absorve.

(b) A parte (I) nos diz como, pois descreve o movimento de Atum, como emergindo das águas primitivas, e sentando-se em cima de Ptah (a terra ou colina surgida). No entanto, não nos dá a razão para o movimento de Atum: um comportamento que pode ser entendido apenas quando aplicamos para a sua interpretação, a chave dos princípios mágicos.

 

(c) O Princípio Mágico

Agora, o que é o princípio mágico envolvido no comportamento de Atum? É o seguinte: —

“As qualidades ou atributos de entidades, humana ou divina, estão distribuídas ao longo de suas várias partes, e o contato com essas entidades, libera essas qualidades.”

(d) Está claro agora que, ao fazer contato com Ptah, Atum recebeu imediatamente os atributos de pensamento e expressão criadores e a onipotência de Ptah e tornou-se o instrumento e o Logos e o Demiurgo, por meio do qual a tarefa de criação foi realizada e concluída.

(Dr. Frazer’s Golden Bough).

(e) É também claro que, de acordo com a Teologia Menfita, as doutrinas de um Demiurgo e Deuses criados originaram-se a partir da religião Egípcia e Sistema de Mistério Egípcio, e não a partir de Platão, que viveu de 427 a 347 a.C.

(Ancient Egyptian Religion: Memphite Theology by Frankfort, p. 20 and 23).

(Intellectual Adventure of Ancient Man, by Frankfort, p. 21, and 51–60).

(The Egyptian Book of the Dead, c. 17).

(The Golden Bough, by Dr. Frazer—on Magic).

(The Mediterranean World, by Sandford, p. 182).

(History of Philosophy, by Weber, p. 21–22).

(A Cura da mulher que tocou na orla da roupa de Cristo: Marcos, capítulo 5, versículos 25 – 34).

(A cura de várias pessoas que seguravam os lenços de São Paulo: Atos, capítulo 19, versículo 12).

N.B.

A Teologia Menfita  será tratada em um capítulo separado para mostrar a origem da Filosofia Grega.

IV. As doutrinas de (A) o bem maior (B) a virtude e (C) as virtudes cardeais.
N.B.

Esta é realmente a mais antiga teoria da salvação e foi originada a partir dos Mistérios Egípcios, e não de Platão.

(A) O objetivo principal dos Mistérios Egípcios era a salvação da alma humana. Os Egípcios consideravam o corpo humano como sendo uma prisão, onde a alma está presa por dez grilhões. Esta condição não apenas manteve o homem separado de Deus, mas o tornou sujeito à roda de renascimento ou re-encarnação.

Para escapar dos efeitos de sua condição, duas exigências tinham que ser cumpridas pelo Neófito: —

(i) Ele devia guardar os Dez Mandamentos ensinados pelos Mistérios, por tal disciplina, ele ganharia a conquista sobre os grilhões da alma, e a libertaria, de modo a tornar possível o seu desenvolvimento, e

(ii) ele agora estando bem qualificado e devidamente preparado, deve passar por uma série de iniciações, a fim de desenvolver a sua alma a partir do estágio humano para aquele de um Deus. Tal transformação era conhecida como salvação.
Ela colocava o Neófito em harmonia com a natureza, o homem e Deus. Ela o deificava, ou seja, o tornava semelhante a Deus;
e esta realização era conhecida como o bem mais elevado.

De acordo com esta teoria da salvação, o homem deve operar a sua própria salvação, sem um mediador entre ele e seu Deus.

(B) Platão define virtude como a ordem ou a disciplina da alma. Este significado nós aceitamos, uma vez que concorda com o propósito dos dez mandamentos dos Mistérios.

As doutrinas das dez virtudes e os dez grilhões são tão antigas quanto a própria história Egípcia. Cada mandamento ou disciplina representava um princípio de virtude, e a função de cada virtude era remover um grilhão. Assim, uma vida de virtude era antecedente e preparatória para aquelas novas experiências, ou seja, as iniciações que levavam à gradual perfeição e a divindade do Neófito.

(C) Platão também é creditado por ter reduzido todas as virtudes para as quatro virtudes cardeais, e com a atribuição do lugar mais elevado entre elas para a sabedoria, da seguinte forma: — sabedoria, fortaleza, temperança e justiça.

Também somos informados através da história da filosofia, de que Sócrates, o alegado professor de Platão, ensinou que a sabedoria era o equivalente de toda a virtude. Essa divergência de opinião entre aluno e professor é significativa, uma vez que aponta para o fato de que os dois simplesmente especulavam sobre um sistema de Ética que era corrente no mundo antigo, e o qual nenhum deles tinha produzido [originado].

Este sistema de Ética como já foi mencionado pertencia ao Sistema de Mistério do Egito, o qual exigia que os Neófitos em preparação para a iniciação guardassem os seguintes dez mandamentos, subjacente aos quais estavam os dez princípios da virtude: —

O Neófito deve
(I) controlar seus pensamentos
(II) controlar suas ações
(III) ter devoção de propósito
(IV) ter fé na capacidade de seu mestre para ensinar-lhe a verdade (V) ter fé em si mesmo para assimilar a verdade
(VI) ter fé em si mesmo para empunhar a verdade
(VII) ser livre de ressentimento sob a experiência da perseguição (VIII) ser livre de ressentimento sob a experiência da injustiça,
(IX) cultivar a capacidade de distinguir entre o certo e o errado e
(X) cultivar a capacidade de distinguir entre o real e o irreal (ele deve ter um senso de valores).

Se nós agora compararmos a ordem no esquema acima com a ordem em que as virtudes cardeais são ditas por estarem organizadas, imediatamente veremos que o primeiro lugar o qual a sabedoria ocupa entre as virtudes foi-lhe dado pelos Mistérios Egípcios, e não por Platão. Conseqüentemente, em (I) e (II) a partir do controle dos pensamentos e ações, derivamos a virtude da sabedoria; em (VI) a partir da liberdade de ressentimento sob perseguição, derivamos a virtude da fortaleza [fortitude]; em (IX) e (X) a partir de uma capacidade para distinguir entre o certo e o errado, e entre o real e o irreal, derivamos as virtudes da justiça e da temperança.

(Plato’s Republic, c. IV, 44, and 443).
(Ancient Mysteries by C. H. Vail, p. 25 also 109–112).
(Wm. Turner’s History of Philosophy, p. 115).
(Zeller’s History of Philosophy, p. 155–157).

V. (A) A doutrina do Estado Ideal.

Em relação à autoria e origem desta doutrina, há duas conclusões: Primeiro, Platão não foi o autor da República e, segundo, a alegoria do cocheiro e cavalos alados, não é um produto de Platão, mas é derivada do Livro Egípcio dos Mortos, no Drama do Julgamento.

Em relação à primeira conclusão só é necessário reafirmar o que já foi dito em relação com os escritos de Platão, e isso é que eles são disputados não só por tais estudiosos modernos como Grote e Schaarsmidt, mas também por historiadores antigos: Diógenes Laertius, Aristoxenus e Favorinus (80-150 d.C.), os quais declaram que o assunto da República foi encontrado nas controvérsias escritas por Protágoras (481-411 a.C.), na época da morte do qual, Platão era apenas um garoto.

Além disso, a autoria de Platão repousa apenas sobre as opiniões de Aristóteles e Teofrasto, ambos os quais cujos objetivos eram a compilação de uma filosofia Grega com material Egípcio.

(Diogenes Laertius, p. 311 and 327; Aristotle Metaphysics Bk. I).
(Zeller’s History of Philosophy; Introduction, p. 8 and 13; Wm. Turner’s History of Philosophy,p. 95).

Em relação à segunda conclusão, deve-se salientar que a alegoria do “Cocheiro e os cavalos alados” é uma descrição da qualidade e do destino da alma como ela aparece na barra da justiça, no Drama do Julgamento do Livro Egípcio dos Mortos. Neste drama, o Grande Chefe da Justiça e Presidente do Mundo Invisível, Pethempamenthes, ou seja, Osíris está sentado em um trono, e é atendido pelas deusas Isis e Néphthys, enquanto 42 juízes assistentes estão sentados ao redor.

Perto de Osíris há quatro gênios [genii] do Amenta [Amenthe], o Mundo Invisível, representados como vasos pequenos, chamados Canopi, no qual as diferentes vísceras, simbolizando as qualidades morais do indivíduo, são mantidas embalsamadas. Os intestinos têm uma ligação muito importante com as qualidades morais do indivíduo, uma vez que eles são responsabilizados por qualquer pecado que a pessoa comete. No extremo oposto, o falecido é introduzido por Hórus, enquanto que no centro está a Balança da Justiça, que foi erguida por Anúbis. Em um dos seus lados, aparece um vaso em forma de coração contendo as qualidades morais do falecido, enquanto, do outro lado, há uma figura da Deusa da Verdade [Ma’at]. Toth, o escriba, segurando um rolo de papiro, fica perto e faz um registro da pesagem. Depois que isso for concluído, Hórus recebe o registro de Toth e avança para Osiris para dar a conhecer os resultados. Osiris escuta e no final do relatório, pronuncia a sentença de recompensa ou punição.
Nesse meio tempo, monstros terríveis espreitam ao redor da cena para destruir a alma, se o veredicto for contra ela.

Observemos que

(1) o movimento da balança no Drama do Julgamento corresponde com o movimento para cima e para baixo dos cavalos alados da alegoria

(2) as qualidades opostas pesadas na balança correspondem com as qualidades opostas possuídas pelos cavalos, nobre e ignóbil, da alegoria

(3) a idéia de justiça simbolizada pela balança do Drama do Julgamento, corresponde com a idéia de justiça expressa na alegoria.

(4) Os cavalos alados correspondem com os monstros do drama julgamento.

(B)  A Autoria da República.

De acordo com Diógenes Laertius livro III e páginas 311 e 327, é afirmado por ambos Aristoxenus e Favorinus, que quase a totalidade do assunto da República de Platão foi encontrada nas Controvérsias, escrito por Protágoras. Além disso, de acordo com o Students History of Philosophy de Roger, p. 78, afirma-se que, embora Platão possa ter esboçado profundamente sobre as reminiscências de Sócrates, cujas aulas ele freqüentou: ainda assim, o assunto da República é um sistema de filosofia mais cuidadosamente fundamentado, que pode ser facilmente atribuído a Sócrates. “Que o volume todo é um argumento cumulativo no qual existem opiniões sutilmente entrelaçadas sobre quase todos os assuntos de importância filosófica.

É óbvio que a erudição moderna duvida que Platão esboçou o assunto da República a partir de Sócrates, e está inclinada a atribuir a autoria para o próprio Platão. Se, no entanto, levarmos em consideração o fato de que o assunto da República estava em circulação muito antes do tempo de Platão: pois Protágoras é suposto por ter vivido de 481 à 411 a.C. e Platão, de 427 à 347 a.C., a razão proíbe a atribuição da autoria para Platão.

Mas a questão importante permanece: De que fonte Protágoras extraiu as idéias da República que circularam em as Controvérsias?

Os livros didáticos sobre filosofia Grega nos dizem que Protágoras foi um aluno de Demócrito; mas quando voltamos para os escritos de Demócrito somos incapazes de descobrir qualquer conexão entre eles e o (a) sistema de ensino e o (b) o governo paternal que são defendidos na República.

Este fato nos leva à conclusão de que o assunto da República de Platão não foi produzido nem por Platão, nem por qualquer filósofo Grego.

(C)  A Autoria do Timeu.

De acordo também com Diógenes Laertius, Livro VIII, p. 399-401, quando Platão visitou Dionísio na Sicília, ele pagou a Philolaus, um Pitagórico, 40 Minae Alexandrinos de prata, por um livro, a partir do qual ele copiou todo o conteúdo do Timeu.

Nestas circunstâncias, é evidente que Platão não escreveu nem a República nem o Timeu, cujo assunto identifica-o com o propósito dos Mistérios do Egito.

(Roger’s Students Hist. of Philosophy p. 76; 78; and 104).
(Zeller’s Hist. of Philosophy: Introduction p. 13 and 103).
(Wm. Turner’s Hist. of Philosophy p. 79 and 95).
(Plato; Apology, Crito, and Phaedo).
(Xenophon: Memorabilia; Strabo; Ancient Mysteries by C. H. Vail).
(Clement: Stromata Bk. V. C. 7 and 9).
VI. A Carruagem não era um padrão de cultura dos Gregos, na época de Platão, nem era usada por eles na guerra:

A Cultura e as tradições Gregas não proveram Platão com a idéia da carruagem e corcéis alados, pois em nenhum lugar em sua breve história militar, (ou seja, até o tempo de Platão) nós encontramos o uso de tal máquina de guerra pelos Gregos.

A única nação vizinha que se especializou na fabricação de carruagens e da criação de cavalos foram os Egípcios. Quando José foi Governador no Egito, o cavalo e carruagem de guerra estavam em uso; e quando os Israelitas fugiram do país, o Faraó os perseguiu até o Mar Vermelho em carros. Mesmo Homero e Diodoro, que visitaram o Egito, testemunham que eles viram uma grande multidão de carros de guerra e vários estábulos ao longo das margens do rio Nilo, desde Memphis até Tebas.

E uma vez que o Drama do Julgamento no Livro Egípcio dos Mortos revela toda a filosofia contida na alegoria, Platão não pode ser creditado como o seu autor.

O seguinte esboço da história militar dos Gregos mostra que o carro não era utilizado por eles, nem era o seu padrão de cultura: —

  1. Guerras externas ou guerras com os Persas.

(a) A revolta Jônica contra o domínio Persa, 499—494 a.C. Esta culminou em uma batalha naval em Lade, onde a frota Jônica foi derrotada.

(b) A batalha de Marathon, 490 a.C.

Durante o verão de 490 a.C., os Gregos confrontaram os Persas na baía de Maratona, e após uma breve luta com arcos e flechas, ambos os beligerantes se retiraram para se preparar para combates mais decisivos.

(c) A batalha das Termópilas, 480 a.C.

Dez anos depois de Maratona, os Persas e os Gregos se reuniram novamente para resolver as suas queixas. Os Persas ancorados no Golfo do Pagasae, enquanto os Gregos ancorados ao largo do Cabo Artimesium. Uma batalha se seguiu e Termópilas foi capturada pelos Persas.

(d) A batalha de Salamina, 479 a.C.

Ambos os Persas e os Gregos se encontraram novamente em Salamina, em 479 a.C., e uma batalha naval se seguiu, com perda considerável de navios em ambos os lados. Ambos os beligerantes se retiraram, sem qualquer decisão.

(e) a Confederação de Delos e suas guerras com os Persas, 478448 a.C.

O objetivo da confederação era defesa contra a agressão Persa, e duas batalhas navais foram travadas: uma no rio Eurimedonte em 467 a.C., quando os Gregos ganharam uma pequena vitória, e outra no Chipre, em 449 a.C., quando a ilha foi capturada pelos Persas.

N.B.

Carros não foram utilizados em qualquer desses combates.

B.  Guerras internas, ou seja, as guerras do Peloponeso, 460-445 a.C., e 431-421 a.C. respectivamente.

Estas guerras foram travadas entre os diferentes Estados Gregos, e seus principais combates foram marítimos.

Em 432 a.C. Atenas bloqueou a Potideia e Megara foi excluída dos mercados Gregos. Em 431 a.C. Tebas atacou Platéia, e enquanto um exército do Peloponeso ocupou Attica, uma frota Ateniense invadiu o Peloponeso.

Péricles conduziu a evacuação de Attica, os oligarcas em Córcira foram massacrados, e depois da tomada de Anfípolis; Nicias pediu por paz 422 a.C.

N.B.

É evidente que a cultura e a tradição Gregas não proveram Platão com a idéia do cocheiro e cavalos alados, em nenhum lugar em sua breve história militar, (ou seja, até o tempo de Platão) encontramos o uso de uma tal máquina de guerra pelos Gregos como uma carruagem. A única nação vizinha que se especializou na fabricação de carros e na criação de cavalos foram os Egípcios, como já mencionado.

E uma vez que o Drama do Julgamento no Livro Egípcio dos Mortos retrata a alegoria do cocheiro e cavalos alados, o crédito para a sua autoria não pode ser dado a Platão, mas aos Egípcios.

(Sandford: Mediterranean World, c. 12, p. 197; 202; 203; 205; c. 13, p. 220–221).
(Genesis, c. 45, 27; c. 47, 17; Deut. c. 17, 16).
(I Reis, C. 10, 28).
(Homero II. i, 381; Diodoro; Roger’s Hist. of Phil., p. 8384).
(John Kendrick: Ancient Egypt, Vol. I, p. 166).

(O Livro Egípcio dos Mortos).

3. Aristóteles: (i) (a) Início da vida e Formação e (b) Sua Própria Lista de Livros (c) Outras listas de Livros (ii) Doutrinas
(iii) Resumo das conclusões: A. Suas doutrinas  B. (i) a Biblioteca de Alexandria  B. (ii) Fonte Verdadeira de seu Incomum Número de Livros  C. As discrepâncias e dúvidas na sua vida
.

(i) (a)  Nascimento e primeiros anos de vida e formação.

De acordo com os livros sobre a história da filosofia Grega, Aristóteles nasceu em 384 a.C. em Estagira, uma cidade na Trácia. Seu pai, Neomachus é dito ter sido um médico de Amintas, Rei da Macedônia. Nada é mencionado nos livros sobre a sua formação inicial, apenas que ele se tornou um órfão e com a idade de 19 ele foi para Atenas, onde passou 20 anos como aluno de Platão.

Nós também somos informados de que, após a morte de Platão, seu sobrinho tornou-se o mestre de sua escola, e que Aristóteles partiu imediatamente para a Mísia, onde ele conheceu e se casou com a sobrinha de Hermeias.

Da mesma forma, após a morte de Amintas da Macedônia, seu filho Filipe tendo-se tornado rei, apontou Aristóteles como tutor de seu filho Alexandre, um menino de 13 anos (que viria a ser chamado de o Grande, em conseqüência de sua conquista do Egito).

Após o assassinato de Filipe em 336 a.C. Alexandre se tornou rei, e somos informados de que ele imediatamente planejou uma campanha Asiática e incluiu o Egito, durante o tempo o qual, Aristóteles, diz-se, retornou a Atenas e fundou uma escola em um ginásio chamada o Liceu. Nós somos ainda informados de que Aristóteles conduziu esta escola por apenas 12 anos, que Alexandre o Grande adiantou para ele os fundos para comprar um grande número de livros, que seus alunos foram chamados de Peripatéticos, e que, devido a uma acusação de impiedade, instaurada contra ele por um sacerdote chamado Eurimedonte, ele fugiu de Atenas para Cálcis na Eubéia, onde permaneceu em exílio até sua morte, em 322 a.C.

(Roger’s Student’s History of Phil. p. 104).
(Zeller’s History of Philosophy, p. 171–172).
(Fuller’s History of Philosophy, Aristotle’s Life).
(B. D. Alexander’s Hist. of Phil. p. 91–92).
(Diogenes Laertius Bk. V. p. 449).
(b)  Sua própria lista de livros.

Aristóteles é creditado com a classificação de seus próprios escritos como segue: —

(i) A Teorética, cujo objeto é a verdade, e que incluiu
(a) Matemática (b) Física e (c) Teologia.

(ii) A Prática, cujo objeto é a utilidade, e que incluiu
(a) Ética (b) Economia e (c) Política.

(iii) A Produtiva ou Poética, cujo objeto é o belo, e que incluiu
(a) Poesia (b) Arte e (c) Retórica.

N.B.

Nem a Lógica nem a Metafísica estavam nesta lista.  (History of Philosophy, B. D. Alexander, p. 92).

(c)  Outras listas de livros.

Existem duas listas de livros que chegaram até aos tempos modernos a partir de fontes Alexandrinas e Árabes.

(i) A lista mais antiga, derivada do Alexandrino Hermippus
(200 a.C.), quem estimou os livros de Aristóteles em 400, os quais, de acordo com a sugestão de Zeller, devem ter estado na Biblioteca Alexandrina, no momento da compilação da lista , uma vez que as obras que são agora consideradas de Aristóteles não são encontradas na lista.

(ii) A posterior, derivada de fontes Árabes, foi compilada por Ptolemus, do Primeiro ou Segundo Século d.C. Esta lista menciona a maioria das obras da coleção moderna, e tem um total de mil livros.

(Zeller’s History of Philosophy, p. 172–173; B. D. Alexander’s History of Philosophy, p. 92–93).

 

(ii) DOUTRINAS DE ARISTÓTELES

I.  Metafísica: ou Os Princípios do Ser, no reino Metafísico.

1. Aristóteles define Metafísica como a ciência do Ser enquanto Ser.

2. Ele nomeia os atributos do Ser como

(a) realidade (entelecheia), isto é, perfeição, e

(b) potencialidade,  ou seja, a capacidade para a perfeição. (dynamis).

3. Ele afirma que todos os seres criados são compostos de ato e potência. [actuality and potentiality].

Estes dois princípios estão presentes e estão misturados em todos os seres criados, exceto um, cujo ser é a realidade, e incluem a composição de (a) matéria e forma (b) substância e acidente (c) alma e suas faculdades (d) intelecto ativo e passivo.

II. Princípios do Ser no reino físico.

Existem quatro princípios do ser no mundo físico, os quais são chamados Causas: —

(1) Matéria (hyle) a causa material, é a potencialidade ou a capacidade de existência (prole hyle). É aquela a partir da qual o ser é feito.

(2) Forma ou Essência (morphe), ou seja, a causa formal é o que dá realidade à existência. É aquela na qual uma coisa é feita. Quando a matéria está unida com a forma o resultado é o ser organizado ou realizado que veio à existência nos processos da natureza (synolon, ousia prote).

(3) Causa final, é aquela para a qual tudo existe. Tudo tem um propósito e esse propósito é a causa final. A causa final sempre implica inteligência: mas isso nem sempre é verdade no caso da Causa eficiente.

Conseqüentemente, no reino da natureza, cada ser ou organismo vivo é o efeito complexo de quatro causas: —

(1) A substância de que é feito (ou seja, causa material).

(2) O tipo ou idéia, segundo o qual o embrião tende a desenvolver (ou seja, causa formal).

(3) O ato de criação ou geração (ou seja, causa eficiente).

(4) O Propósito ou fim para o qual o organismo é criado (isto é, causa final). Em outras palavras,  matéria,  tipo,  criação e finalidade são os quatro princípios que estão na base de todas as coisas existentes.

(B. D. Alexander’s History of Philosophy, p. 97–100; Aristotle, Meta. I, 3; Wm. Turner’s History of Philosophy, p. 136140. Alfred Weber’s Hist. of Phil., p. 80–84).

III. Doutrinas sobre a existência de Deus.

(1) Embora o movimento seja eterno, não pode haver uma série indefinida de motores e o movido, portanto, deve ser Um, o primeiro da série o qual é impassível (proton kinoun akineton), ou seja, o Motor Imóvel [The Unmoved Mover].

(2) O real é antecedente ao potencial, pois embora seja o último na aparência, ele é realmente o primeiro na natureza. Portanto, antes de toda matéria e da composição do real e potencial, a pura realidade ou puro ato [pure actuality] deve ter existido. Portanto a realidade é a causa de todas as coisas que existem e uma vez que é pura realidade, sua vida é essencialmente livre de todas as condições materiais. É o pensamento do pensamento, o espírito absoluto, que habita em eterna paz e auto-satisfação, que conhece a si mesmo e a verdade absoluta, e não precisa nem da ação nem da virtude.

(3) Deus é um só, pois a matéria é o princípio da pluralidade, e a Primeira Inteligência é livre de condições materiais. Sua vida é pensamento contemplativo: nem providência, nem vontade são comparáveis com o repouso eterno em que Ele habita. Deus não está preocupado com o mundo.

IV.  A doutrina da origem do mundo.

O mundo é eterno, porque matéria, movimento e tempo são eternos.

V. A doutrina sobre a Natureza.

A natureza é tudo o que tem o princípio de movimento e repouso. É espontânea e auto determinada por dentro. A natureza não faz nada em vão, mas de acordo com a lei definitiva. Ele está sempre se esforçando para o melhor de acordo com um plano de desenvolvimento, que é obstruído apenas pela matéria. O esforço da natureza é através do menos perfeito para o mais perfeito.

VI. A doutrina sobre o Universo.

O mundo é em forma de globo, circular e o mais perfeito na forma. O céu, que é composto de éter, está em contato imediato com a Causa Primeira. As estrelas, que são eternas vêm em seguida, na ordem, a bola-Terra está no meio, e é a mais distante do primeiro motor, e a menor participante da divindade.

(Eth. Wic 10, 8; 1178b, 20) (Op. cit. 10: 8, 9; 1179).
(Wm. Turner’s History of Philosophy, p. 141–143; B D. Alexander, History of Phil. p. 102–103; Zeller’s History of Philosophy, p. 221; Roger’s History of Philosophy, p. 109).
(Aristotle’s Physics II, I, 192b 14) (De Caelo, I, 4, 271a, 33).
(De Part. An. IV, 2, 677a 15)
(Aristotle’s Physics II, 8, 199).
(B. D. Alexander’s Hist. of Phil. p. 104).
(De Generatione Animalium, IV, 4, 7706, 9).
VII. A doutrina da alma.

A alma não é meramente uma harmonia do corpo ou a mistura dos opostos. Não é nem os quatro elementos nem seus compostos, pois transcende todas as condições materiais.

A alma e o corpo não são duas coisas distintas, mas uma só em dois aspectos diferentes, ou seja, assim como a forma está relacionada à matéria.

A alma é o poder que um corpo vivo possui, e é o fim para o qual existe o corpo, ou seja, a causa final da sua existência.

Enquanto a alma que é o princípio radical da vida, é uma só, mas tem várias faculdades. Essas faculdades são: —

(1) Sensível (2) Racional (3) Nutritiva (4) Apetitiva
(5) Locomotiva.

Destas, a sensível e a racional são as mais importantes: Sensação sendo a faculdade por meio da qual as formas de coisas sen’síveis [sen’sible] são recebidas, assim como a impressão é feita como por um selo; e o conhecimento inteligente sendo a faculdade por meio da qual o conhecimento intelectual é adquirido.

Ela é a sede das idéias apenas, ela não as cria, uma vez que o conhecimento vem pelos sentidos.

(B. D. Alexander’s History of Philosophy, p. 105–106).
(Wm. Turner’s History of Philosophy, p. 147–153).
(Zeller’s History of Philosophy, p 201–204).

(iii) RESUMO DAS CONCLUSÕES.

A. Suas doutrinas.

1. A doutrina do Ser (To on).

Ao declarar os atributos do ser como (a) a realidade ou o princípio determinante, e (b) potencialidade ou o princípio indeterminado: Aristóteles tentou explicar a realidade em termos do princípio de opostos.

Mas esse princípio foi utilizado não só pelos Pitagóricos, por Parmênides e Demócrito de forma semelhante, mas também por Sócrates em sua tentativa de provar a imortalidade da alma, e por Platão que viu a realidade como o conceito de coisas como distinto das coisas em si: como o Númeno [noumena] como distinto de fenômeno [phenomena], e como o real, distinto do irreal.

Mas o princípio de opostos originou-se a partir do Sistema de Mistério Egípcio, cujos deuses eram masculinos e femininos, e cujos templos levavam na frente dois pilares como símbolos do princípio dos opostos. É óbvio que Aristóteles não foi o autor dessa doutrina, mas sim os Egípcios.

(Aristotle’s Metaphysics I, 5, 985b, 24; Aristotle’s Metaphysics I, 5, 98b, 31).
(Aristotle’s Metaphysics I, 6, 987b, 9; Wm. Turner’s Hist. of Phil., p. 41; 47; 48).
(Plato’s Phaedo, c. 15; c. 16 and c. 49; Parmenides 132D). (Memphite Theology, King-ship and the Gods, by Frankfort, c. 3, p. 25, 26, 35).
(Egyptian Religion by Frankfort, p. 64, 73, 88).
2. A existência de Deus.

(a) O conceito teleológico não só foi abraçado por Sócrates, Platão e Aristóteles, mas também pelos povos da mais remota antiguidade. Nos relatos encontrados no primeiro capítulo de Gênesis e na Teologia Menfita, encontrados nos capítulos 20 e 23 de Ancient Egyptian Religion [Antiga religião Egípcia] de Frankfort, a criação procede a partir do caos para a ordem, por passos graduais e definitivos, demonstrando projeto e propósito na natureza, e sugerindo que isto deve ser o trabalho de uma Inteligência divina. As datas dessas fontes nos levam longe na antiguidade, muitos séculos antes da época de Aristóteles, entre 2000 e 5000 a.C.

Também nos é dito que, além de o conceito teleológico, Aristóteles introduziu o conceito do “Motor Imóvel” [Unmoved Mover], a fim de provar a existência de Deus. Mas o “Motor Imóvel” não é outro senão o Atum da Teologia Menfita dos Egípcios, o Demiurgo, por cujo comando (logos) quatro pares de deuses foram criados a partir de diferentes partes de seu corpo e que conseqüentemente se moveram para fora dele. Este ato de criação ocorreu enquanto Atum permaneceu impassível [imóvel]; quando ele abraçou Ptah. Assim, a família de Nove Deuses foi criada, e foi nomeada a Enéade [Ennead].
Está bastante claro que o conceito de “Motor Imóvel” [Unmoved Mover] é derivado da Teológica ou Sistema de Mistério Egípcio, e não a partir de Aristóteles, como o mundo moderno tem sido levado a acreditar.

N.B.

Incidentalmente, mas não menos importante, pode ser mencionado aqui que nesta história dos Deuses criados por Atum, o Deus Sol, em uma família de nove, ou seja, a Enéade, temos a fonte original de duas importantes hipóteses científicas dos tempos modernos: —

(1) Há nove planetas principais e
(2) O Sol é o pai dos outros planetas (esta última sendo apoiada pela Hipótese Nebular). Lembremo-nos também que

(a) o culto dos planetas começou no Egito e

(b) os templos Egípcios foram os primeiros observatórios da história.

(c) Na tentativa de provar a existência de Deus ou a Primeira Causa por referência à realidade e potência, Aristóteles simplesmente seguiu o costume tradicional dos Antigos, que usavam o princípio dos opostos, a fim de explicar as funções da natureza.

(d) Platão o usou, através da teoria das Idéias, para explicar o real e o irreal nos fenômenos da natureza.

(e) Sócrates usou-o, a fim de estabelecer a realidade da imortalidade, mostrando que a morte de uma forma de vida das coisas existentes é apenas o começo de uma outra forma de vida destas coisas. Em outras palavras a vida é perpétua, ela apenas muda sua forma em seu curso de progresso.

Demócrito aplicou o princípio dos contrários em sua interpretação de uma fase particular da realidade. Não podemos, portanto, considerar o uso de Aristóteles dos termos atualidade e potencialidade no problema da existência de Deus como um novo método de interpretação.

Além disso, a análise de Aristóteles sobre as doutrinas de todos os filósofos anteriores, incluindo Platão, juntamente com a sua exposição de seus erros e inconsistências, mostra que ele tinha se tornado confiante não só do fato de que ele estava de posse de um novo e correto conhecimento que antes não tinha sido disponibilizado para os Gregos, mas também que ele poderia, então, falar com grande autoridade. Aqui eu devo dizer que estou convencido de que Aristóteles representa uma lacuna de cultura de 5.000 anos ou mais entre a sua inovação e o nível Grego de civilização; porque é impossível escapar à convicção de que ele obteve sua educação e livros a partir de uma nação fora da Grécia, os Egípcios, que estavam muito à frente da cultura dos Gregos de sua época.

(Memphite Theology in Kingship & The Gods by Frankfort c. 3. p. 25, 26, 35).
(Herodotus I, 6–26) (Egyptian Religion by Frankfort p. 64, 73, 88).
(Plato’s Phaedo c. 15, 16, 49) (Zeller’s History of Philosophy p. 61).
(Aristotle’s Eth., Nic. 10, 8; 1178b, 20) (Op. cit. 10: 8, 9; 1179).
(Zeller’s History of Philosophy p. 221)
(Roger’s History of Philosophy p. 109).
(William Turner’s History of Philosophy p. 141–143).
(B. D. Alexander’s History of Philosophy, p. 102, 103).
(B D. Alexander’s History of Philosophy p. 92, 93; Roger’s Student History of Philosophy p. 104).
(William Turner’s History of Philosophy p. 126–127, 135).
(Zeller’s History of Philosophy p. 171–173)
(Plutarch’s Alexander)
(Aristotle’s Metaphysics)
(William Turner’s History of Philosophy, p. 128 footnote also Noct. Mt. 20: 5).
(Strabo).

 

 

3. A doutrina da origem do mundo.

De acordo com a doutrina que tem sido atribuída a Aristóteles: “porque matéria, movimento e tempo são eternos, portanto, o mundo é também eterno”, ele claramente aceita e repete uma doutrina que também tem sido atribuída a Demócrito (400 A.C.), cuja máxima, todos nós estamos bastante familiarizados com: ex nihillo nihil fit (nada vem do nada) e, conseqüentemente, a matéria ou o mundo deve sempre ter existido.

Mas a antiguidade da doutrina da natureza eterna da matéria, remete-nos para a história da criação da Teologia Menfita dos Egípcios, na qual o Caos é representado pelo Oceano Primevo Nun, do qual surgiu a Colina Primordial Ta-tjenen. Nestas circunstâncias, não podemos dar crédito a Aristóteles pela autoria desta doutrina.

Além da falsa autoria que tem sido atribuída a Aristóteles, ele se contradiz em sua física VIII 1. 25; quando ele fala também do mundo como causado. Uma coisa não pode ser eterna e infinita, e, ao mesmo tempo finita.

(Memphite Theology in Egyptian Religion by Frankfort p. 20).

(Intellectual Adventure of Man by Frankfort p. 10, 21, 52).

4.  A doutrina dos atributos da natureza.

Aristóteles define natureza como aquilo que possui o princípio do movimento e descanso e também acrescenta que o movimento é um esforço para mover-se do menos perfeito para o mais perfeito por uma lei definitiva: supostamente o que nós chamaríamos hoje de evolução.

Ao examinarmos esta definição, vemos que Aristóteles apenas aplicou o princípio dos opostos para explicar um dos modos pelo qual a natureza revelou-se assim como ele fez em sua tentativa de explicar o Ser nos termos duais de atualidade e potencialidade.

Mas a mudança e movimento, permanência e descanso, não eram de forma alguma novos problemas na época de Aristóteles; uma vez que eles parecem ter sido investigados não só por Parmênides, Zeno e Melisso, mas também por Demócrito, que destacou a noção de permanência em seu famoso dictum: ex nihillo nihil fit (nada vem do nada) implicando, assim, que a natureza é permanente e eterna.

Da mesma forma, a sua referência ao movimento da natureza do menos perfeito para o mais perfeito, não era de modo algum uma nova descoberta de um princípio da natureza.

O relato da criação encontrado no primeiro capítulo do Gênesis fala do desenvolvimento gradual da vida, em que o Demiurgo ou Logos estava envolvido no trabalho durante seis etapas e descansou na sétima. Da mesma forma, o relato da criação dos Egípcios encontrado na Teologia Menfita, também fala do movimento da natureza a partir do Caos para a ordem.

Estes relatos antecedem, por muitos milhares de anos, o tempo de Aristóteles pois o primeiro é de cerca de 2000 a.C. enquanto o último remonta à 4000 a.C., e uma vez que o princípio dos opostos já foi demonstrado ter sido originado a partir dos Egípcios, assim como aquele do desenvolvimento gradual da vida, é evidente que esta doutrina sobre os atributos da natureza não se originou a partir de Aristóteles.

(Zeller’s History of Philosophy, p. 60–65;) (William Turner’s History of Philosophy p. 44–52).
(Genesis c. 1).
(Roger’s History of Philosophy p. 28–32).
(Intellectual Adventure of Man by Frankfort, p. 21, 51–60).
(Ancient Egyptian Religion by Frankfort, p. 20, 23).

5.  A Alma.

De acordo com Aristóteles a alma possui os seguintes atributos
(1) Identidade com o corpo, assim como a forma com a matéria
(2) A potência que um corpo vivo possui, isto é, o princípio radical de vida, manifestando-se nos seguintes atributos: —

(a) sensitivo

(b) racional

(c) nutritivo

(d) apetitivo

(e) locomotivo.

Esta descrição da alma por Aristóteles, parece diferir um pouco das idéias mais familiares e correntes detidas pelos Atomistas por um lado, e de Sócrates, Platão e os Pitagóricos, por outro; pois enquanto os primeiros acreditavam que a alma é material e é composta de átomos de fogo; os últimos consideravam-na como uma harmonia do corpo e uma mistura de opostos.

(William Turner’s History of Philosophy, p. 42, 67–68).
(Plato Phaedo, c. 15) (Zeller’s History of Philosophy, p. 61).
(De Respiratione, 4, 30, 47a).

Naturalmente somos agora obrigados a fazer a pergunta: Será que esta doutrina da alma originou-se a partir de Aristóteles? É claro que ele não a obteve de seu mestre Platão, nem dos Pitagóricos e dos Atomistas; mas de alguma outra fonte fora da Grécia.

Quando voltamos nossa atenção para a história antiga, nós felizmente descobrimos que existem duas dessas fontes fora da Grécia (1) A história da criação no primeiro capítulo de Gênesis e
(2) O Livro Egípcio dos Mortos, que não só contém atributos da alma, idênticos aos mencionados por Aristóteles, mas muito mais em um elaborado sistema de filosofia em que a natureza humana é explicada como uma unidade de nove partes inseparáveis que consistem de diferentes corpos e almas interdependentes uns sobre os outros, o corpo físico sendo um deles.

(O Livro Egípcio dos Mortos por Sir E.A. Budge. Introdução, p. 29-64).

Na história do Gênesis, afirma-se que Deus fez o homem a partir da matéria (isto é, do pó da terra), e soprou em suas narinas, o fôlego da vida, e “o homem passou a ser alma vivente”. Aqui nós temos uma clara afirmação da identidade de “corpo e alma”, tirados de um documento (Gênesis), que antecede Aristóteles por muitos séculos.

No Livro Egípcio dos Mortos, nós também encontramos que a alma humana é composta pelas seguintes nove partes inseparáveis: —

(1) O Ka, que é uma personalidade abstrata do homem a quem pertence, possuindo a forma e os atributos de um homem com poder de locomoção, onipresença e capacidade de receber nutrição como um homem. Ele é equivalente a (Eidolon), isto é, imagem.

(2) O khat, ou seja, a personalidade concreta, o corpo físico, que é mortal.

(3) O Ba, ou seja, a alma-coração, que habita no Ka e, por vezes, ao lado dele, a fim de fornecê-lo com ar e alimento. Ele tem o poder de metamorfose e muda sua forma à vontade.

(4) O Ab, ou seja, o coração, a vida animal no homem, e é racional, espiritual e ético. Ele está associado com o Ba (coração-alma) e no Drama do Julgamento Egípcio sofre exame na presença de Osíris, o grande Juiz do Mundo Invisível.

(5) O Kaibit, ou seja, sombra. Ele está associado com o Ba (coração-alma) de quem, assim como o Ka, ele recebe sua nutrição. Ele tem o poder de locomoção e onipresença.

(6) O Khu, ou seja, alma espiritual, que é imortal. Ele também está intimamente associado com o Ba (coração-alma), e é um Ser Etéreo.

(7) O Sahu, ou seja, corpo espiritual, em que o Khu ou alma espiritual habita. Nele todos os atributos mentais e espirituais do corpo natural estão unidos aos novos poderes de sua própria natureza.

(8) O Sekhem, ou seja, o poder ou a personificação espiritual da força vital em um homem. Sua morada está nos céus com espíritos ou Khus.

(9) O Ren, ou seja, o nome ou o atributo essencial para a preservação de um Ser. Os Egípcios acreditavam que na ausência de um nome, um indivíduo deixava de existir.

N.B.

Deve-se notar que, de acordo com o conceito Egípcio

(1) A alma tem nove partes, cuja unidade é tão completa, que até o Ren, ou seja, o nome, é um atributo essencial, pois sem ele, ela não pode existir.

(2) O Ba (ou coração- alma), está conectado com o Ka, Kaibit e Ab (personalidade abstrata ou Sombra e a vida animal), por um lado, e também com Khu e Sekhem (alma espiritual e personificação espiritual da força vital ), por outro, como o poder de nutrição.

(3) O Sahu é um corpo espiritual, que é usado por ambos, Khu e Sekhem.

(4) O khat, ou seja, o corpo físico, é essencial para a alma enquanto se manifestando no plano físico.

(5) A alma tem os seguintes atributos adicionais: —

(a) onipresença

(b) metamorfose

(c) locomoção

(d) nutritivo

(e) mortalidade (no caso de um khat)

(f) imortalidade

(g) racionalidade

(h) espiritualidade

(i) moralidade

(j) etéreo

(k) sombrio

(6) É claro, portanto, a partir de tal comparação como esta, que a doutrina Aristotélica da alma é idêntica e coincide com apenas uma parcela muito pequena da filosofia Egípcia da alma, a qual, portanto, está em relação a ela como um todo para a sua parte. Conseqüentemente, devemos concluir que Aristóteles obteve sua doutrina da alma a partir do Livro Egípcio dos Mortos, direta ou indiretamente.

B (i)  A Biblioteca de Alexandria foi a verdadeira fonte do grande número de livros de Aristóteles:

É de se esperar que a biblioteca de Alexandria fosse imediatamente saqueada e pilhada por Alexandre e seu partido, sem dúvida composto de Aristóteles e outros, que não apenas levaram consigo grandes quantidades de livros científicos, mas também retornaram freqüentemente a Alexandria com o propósito de pesquisa. Assim como estes livros foram capturados no Egito pelo exército de Alexandre e caíram nas mãos de Aristóteles, assim, após a morte de Aristóteles, esses mesmos livros estavam destinados a ser capturados por um Exército Romano e levados para Roma de acordo com a seguinte história tirada das histórias de Estrabão e Plutarco: —

Os livros de Aristóteles caíram nas mãos de Teofrasto que o sucedeu como chefe de sua escola. Com a morte de Teofrasto, eles foram legados à Neleus de Scepsis. Após a morte de Neleus, os livros foram escondidos em um porão, onde permaneceram por quase dois séculos.

Quando Atenas foi capturada pelos Romanos em 84 a.C., os livros foram capturados por Sulla e levados a Roma, onde Tyrannio, um gramático, garantiu cópias e permitiu a Andronico de Rodes publicá-los.

(Strabo; Plutarch; Wm. Turner’s Hist. of Phil., p. 128 footnote).

(Noct., Mt, 20; 5)

O caráter fragmentário dos escritos de Aristóteles e sua falta de unidade revelam o fato de que, ele próprio, fez anotações às pressas de livros ao fazer sua pesquisa na grande Biblioteca Egípcia. O antigo método de ensino era oral; não por palestra e tomação de notas.

Aqui eu devo repetir que estou convencido de que Aristóteles representa uma lacuna de cultura de 5.000 anos entre a sua inovação e o nível de civilização Grego; porque é impossível escapar à convicção de que ele obteve sua educação e livros a partir de uma nação fora da Grécia, que estava muito à frente da cultura dos Gregos de seu tempo, e que foram os Egípcios.

(B. D. Alexander’s History of Philosophy, p. 92 and 93).
(Roger’s Student History of Philosophy, p. 104).
(Alfred Weber’s History of Philosophy, p. 77 and 78).
(Wm. Turner’s History of Philosophy, p. 126, 127, 135).
(Zeller’s History of Philosophy, p. 171–173).
(Plutarch’s Alexander, c. 8).
(Aristotle’s Metaphysics)
(Wm. Turner’s History of Phil., p. 128 footnote also Noct., Mt., 20; 5).
(Strabo).

Os então-chamados livros de Aristóteles lidam com conhecimento científico, que não estava em circulação entre os Gregos, e, conseqüentemente, era impossível, como já foi dito, para ele ter comprado-os de outros então-chamados filósofos Gregos.

É com a finalidade de dissimular a verdadeira origem de seus livros e da sua educação, que a história conta as muito estranhas histórias sobre Aristóteles (a) que passou 20 anos como um aluno de Platão, que sabemos era incompetente para ensiná-lo; e (b) que Alexandre, o Grande, também lhe deu dinheiro para comprar o grande número de livros aos quais o seu nome foi anexado; mas ao mesmo tempo, não nos dizer quando, onde e de quem Aristóteles comprou os livros.

Além disso, como já foi salientado, a revisão de Aristóteles sobre as doutrinas de todos os filósofos anteriores, incluindo Platão, juntamente com a sua exposição de seus erros e inconsistências, mostra que ele tinha se tornado confiante não só do fato de que ele estava de posse de conhecimento correto, um [conhecimento] que antes não tinha sido disponibilizado para os Gregos; mas também que ele poderia, então, falar com grande autoridade.

B (ii) A falta de uniformidade entre as listas de livros aponta para autoria duvidosa.

1. Há pelo menos três listas de livros. Uma lista é dito ser a própria classificação de Aristóteles de seus escritos, e, naturalmente, deve ser datada dentro do período de sua própria vida 384-322 a.C.
Nesta lista Aristóteles disse ao mundo que ele escreveu textos sobre
(a) Matemática, Física e Teologia, (b) Ética, Economia e Política e (c) Poesia, Arte e Retórica.

Agora, a fim de escrever esses textos é preciso ter recebido sua educação e formação nas disciplinas sobre as quais eles estão escritos. Somos informados na história da filosofia Grega, que Sócrates ensinou a Platão e que Platão ensinou a Aristóteles. Mas não há nenhuma evidência de que Sócrates já ensinava matemática ou economia ou política.

Conseqüentemente, foi impossível para ele ensinar a Platão estes assuntos, e também impossível para Platão ensinar para Aristóteles estes temas, no âmbito do Sistema de Mistério Egípcio que era graduado, e o qual exigia a prova de eficiência antes da promoção.

Nós somos, portanto, incapazes de aceitar a alegação de Aristóteles de ter sido o autor desses livros.

2. Duas listas são derivadas de fontes diferentes e as duas juntas diferem largamente em (a) número (b) assunto e (c) data.

A lista de Hermippus o Alexandrino (200 a.C.) contém 400 livros.
A lista compilada por Ptolemus, entre o Primeiro e Segundo Séculos d.C. contém 1.000 livros. O próprio fato de que não há uniformidade nas listas aponta para uma autoria duvidosa. Além disso, se Aristóteles em 200 a.C. possuia apenas 400 livros, por que milagre eles aumentaram para 1000, no Segundo Século d.C.? Ou seria falsificação?

C. As discrepâncias e dúvidas em sua vida.

(i)  Ele desperdiça 20 anos como um aluno de Platão:

É dito que ele foi até Platão com a idade de 19 anos e passou 20 anos com ele como um aluno. Mas isso é duvidoso e irracional. Duvidoso, pois Platão é considerado como um Filósofo, enquanto Aristóteles como um Cientista, o qual foi creditado com todo o conhecimento científico do mundo antigo, e é impossível para um mestre ensinar para um aluno aquilo que ele mesmo não sabe.

É também irracional se esperar que um homem que foi creditado com o conhecimento de Aristóteles, desperdiçe 20 dos melhores anos de sua vida sob um mestre que era incompetente para ensiná-lo.

(B. D. Alexander, Hist de Phil., p 92; Roger’s Student History of Philosophy, p. 104.)

(ii) A verdade sobre como ele conseguiu um tão grande número de livros é deturpada:

Ele, é dito, ter recebido ajuda financeira de Alexandre, o Grande, e foi capaz de comprar um grande número de livros, a fim de avançar seus estudos.

(Zeller’s Hist. of Phil., p. 171; Wm. Turner’s History of Phil. p. 127).

Mas isso soa mais como uma fábula do que como a verdade, pois até a época de Aristóteles, a educação Grega foi representada pelos Sofistas que ensinavam Retórica e dialética; enquanto o estudo da ciência elementar foi confinado a alguns filósofos desconhecidos. Este era o padrão de educação Grega, pois os Sofistas eram os únicos professores autorizados.

No entanto, Aristóteles é creditado com a produção de mil livros diferentes que lidam com todos os ramos do conhecimento científico da antiguidade. Certamente ele não poderia os ter obtido a partir dos Gregos, pois esse vasto corpo de conhecimento, que leva o seu nome e que foi apresentado como novo, teria que realmente ter sido a posse comum tradicional de todos os que eram membros das escolas Gregas de filosofia, pois eles teriam sido as únicas pessoas dentro da Grécia autorizadas a possuir tais livros; pois o conhecimento era protegido como segredo.

Sob estas circunstâncias, é evidente que o vasto corpo de conhecimento científico atribuído a Aristóteles, não estava nem na posse dos Gregos de seu tempo, nem havia qualquer um na Grécia competente para lhe ensinar Ciência e, muito menos, em tão grande escala.

(iii) Ele obteve os livros saqueando a Biblioteca de Alexandria:

A questão deve agora ser feita: Como é que Aristóteles, um único indivíduo, veio a possuir um tão grande número de trabalhos científicos, um corpo de conhecimento o qual o Mundo Antigo levou cinco mil anos ou mais para acumular? É evidente que a fama de Aristóteles como um estudioso foi grosseiramente exagerada: pois tal realização teria sido uma impossibilidade física e mental. Durante todo o avanço intelectual do homem, o mundo tem testemunhado a muitos gênios; mas estes sempre foram especialistas em áreas específicas, e não especialistas em todos os ramos da ciência.

E o mundo moderno não é exceção, pois os nossos grandes homens de ciência não são especialistas em todos os ramos da ciência, mas apenas em um em particular. Esta parece ser a maneira da natureza.

Por uma questão de fato, as muitas discrepâncias e dúvidas na vida e atividades de Aristóteles nos levam à única solução razoável para o problema de que, ao invés dos contos de que (a) Alexandre, o Grande deu-lhe dinheiro para comprar livros (b) que ele passou 20 anos de sua vida como um aluno de Platão e (c) que ele deixou o Palácio de Alexandre por Atenas, quando Alexandre começou a sua invasão do Egito, ele, ao contrário, deve ter passado uma grande parte desses 20 anos sob a tutela dos sacerdotes Egípcios, e também deve ter acompanhado Alexandre na invasão Egípcia, o que lhe deu a oportunidade, não apenas para arrebatar da Biblioteca de Alexandria, o grande número de livros que agora são referidos como sendo dele, mas também para tomar notas a partir de um grande número de volumes. Na verdade, a erudição moderna tem mostrado que os escritos de Aristóteles suportam todas as marcas de notas rapidamente copiadas, o que, naturalmente, sugere que o próprio Aristóteles copiou estas notas a partir dos livros da Biblioteca de Alexandria. O relato histórico da vida de Aristóteles é inacreditável.

(iv)  Era o costume dos exércitos antigos capturar livros como butim de guerra valioso:

Quando um exército vitorioso toma posse de um país, é habitual para as companhias especiais buscar e apreender butim de guerra, ou seja, servir-se de tudo o que é considerado valioso. Os Gregos, entre todas as nações vizinhas, eram os mais ansiosos para obter os segredos valiosos dos Egípcios, nas Ciências Antigas, e parece que a maior oportunidade veio até eles para realizar o desejo, quando Alexandre o Grande invadiu o Egito. Como afirmado em outra parte, os antigos exércitos invasores saquearam bibliotecas, por causa do grande valor atribuído aos livros; e templos também foram saqueados, não só pelos livros, mas também pelo ouro e prata, a partir dos quais os deuses e vasos cerimoniais eram feitos.

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                                      CAPÍTULO VII

O Currículo do Sistema de Mistério Egípcio

1. A educação dos Sacerdotes Egípcios de acordo com suas Ordens

De Diodoro, Heródoto e Clemente de Alexandria, aprendemos que havia seis Ordens de Sacerdotes Egípcios, e que cada Ordem tinha de dominar um determinado número dos Livros de Hermes. Clemente descreveu uma procissão dos Sacerdotes, chamando-os pela sua Ordem, e indicando as suas qualificações, como segue:

Primeiro vem o Cantor Odus [Singer Odus], tendo um instrumento de música. Ele tem que saber de cor dois dos Livros de Hermes; um contendo os hinos dos Deuses, e o outro, a atribuição da vida do rei.

Em seguida vem o Horoscopus, levando na mão um Horologium ou relógio de sol, e um ramo de palmeira; os símbolos da Astronomia. Ele tem que saber quatro dos Livros de Hermes, que tratam de Astronomia.

Em seguida vem o Hierogrammata, com penas na cabeça, e um livro na mão, e uma caixa retangular com materiais de escrita, ou seja, a tinta da escrita e a palheta. Ele tem de saber os hieróglifos, cosmografia, geografia, astronomia, a topografia do Egito, os utensílios e medidas sagrados, o mobiliário do templo e as terras.

Em seguida, vem os Stolistas [Stolistes], levando o côvado da justiça, e os vasos de libação. Ele tem que saber os Livros de Hermes que lidam com o abate de animais.

Em seguida, vem o Profeta [Prophetes] transportando o vaso de água, seguido por aqueles que carregam os pães.

O Profeta [Prophetes] é o presidente do templo e tem que conhecer os dez livros que são chamados hieráticos, e contêm as leis e doutrinas relativas aos Deuses (teologia secreta) e toda a educação dos Sacerdotes. Os Livros de Hermes são 42 em número e são absolutamente necessários. 36 deles têm de ser conhecidos pelas Ordens que precedem, e contém toda a filosofia dos Egípcios.

Os restantes seis livros devem ser conhecidos pela Ordem dos Pastophori.  Estes são livros médicos e lidam com fisiologia, doenças do sexo masculino e feminino, anatomia,  medicamentos e instrumentos.

Os Livros de Hermes eram bem conhecidos no mundo antigo e foram conhecidos por Clemente de Alexandria, que viveu no início do terceiro século d.C.

Além da educação contida nos 42 Livros de Hermes, os Sacerdotes adquiriram considerável conhecimento a partir da seleção e análise de vítimas sacrificiais, e da rigorosa pureza corporal que seu ofício sacerdotal impunha.

Além de Hierogrammata e Horoscopus, que eram hábeis em teologia e hieróglifos, um Sacerdote era também um juiz e um intérprete da lei. Isso levava a um tribunal seleto, que fez do Sacerdote Egípcio o guardião de todos os tipos de literatura. Também nos é dito que a Ciência da Estatística foi cultivada com a maior perfeição entre os Sacerdotes Egípcios.

(Diodoro I, 80; Clemente de Alexandria; Stromata 6, 4, p. 756; John Kendrick’s Ancient Egypt, Bk. I, p. 378—379; Bk. II , p. 85—87; Aelian [Eliano], Var. Hist. 14, 34; Clemente de Alexandria: Stromata 6, 4, p 758: John Kendrick’s Ancient Egypt, Bk. II, p. 31—33).

2.  A Educação dos Sacerdotes Egípcios em

A. As Sete Artes Liberais.
B. Sistemas Secretos de Linguagens e Simbolismo Matemático.
C. Magia.

A. A educação dos Sacerdotes Egípcios nas Sete Artes Liberais.

Como já foi apontado, em conexão com Platão e as Virtudes Cardeais, os Mistérios Egípcios foram o centro da cultura organizada,  e a reconhecida fonte de educação no mundo antigo.

Neófitos eram classificados de acordo com sua eficiência moral e competência intelectual, e tinham que submeter-se a muitos anos de testes e provações, a fim de que a sua elegibilidade para o avanço pudesse ser determinada. Sua educação incluía as Sete Artes Liberais, e as virtudes. As virtudes não eram meras abstrações ou sentimentos éticos; mas valores positivos e a virilidade da alma. Além disto, os Sacerdotes entravam em um curso de especialização.

B.  A educação dos Sacerdotes Egípcios consistia também na especialização em sistemas secretos de linguagem e simbologia matemática.

(i) Ao que parece, havia duas formas de escrita em uso entre os Egípcios: (a) O demótico, que se acredita ter sido introduzido pelo Faraó Psammitichus, para fins comerciais;
e (b) Os hieróglifos, de que havia duas formas, ou seja, os hieróglifos propriamente ditos, e a hierática uma forma linear, sendo que ambos eram usados apenas pelos Sacerdotes, a fim de ocultar o significado secreto e místico de suas doutrinas.

(Clemente de Alexandria: Stromata Livro V. c 4 p 657;
Plutarco, De Iside et Osiride Livro II, p 374;
John Kendrick; Ancient Egypt, Bk. II, p 84; 119, 336, e 245.)

(ii) Também somos informados de que o Sistema de Mistério do Egito empregava modos de linguagem falada que podiam ser entendidos  apenas pelos iniciados. Estes consistiam não só de mitos e parábolas; mas também de uma linguagem secreta chamada Senzar.

(Ancient Mysteries: C. H. Vail, p. 23.)

(iii) Entendemos também, que os Egípcios anexavam valores numéricos tanto às letras de palavras quanto às figuras geométricas, com a mesma intenção que com o seu uso de hieróglifos, ou seja, para esconder seus ensinamentos. Considera-se ainda que o simbolismo numérico e geométrico Egípcio estavam contidos nos 42 livros de Hermes, cujo sistema foi o mais velho e mais elaborado repositório de simbolismo matemático.  Aqui, novamente somos lembrados da fonte [origem] da filosofia do número de Pitágoras.

(Ancient Mysteries: C. H. Vail, p 22-23;
Clemente de Alexandria: Stromata, Livro V, c. 7 e 9).

C.  A educação dos Sacerdotes Egípcios consistia também na especialização em magia.

De acordo com Heródoto, os Sacerdotes Egípcios possuíam poderes sobrenaturais, pois eles tinham sido treinados na filosofia esotérica dos Mistérios Maiores, e eram especialistas em Magia.

Eles tinham o poder de controlar as mentes dos homens (hipnose), o poder de prever o futuro (profecia) e o poder sobre a natureza, (ou seja, o poder dos Deuses), dando comandos no nome da Divindade e realizando grandes feitos. Heródoto diz-nos também que os Oráculos mais célebres do mundo antigo se localizavam no Egito: Hércules em Canopis; Apolo em Apollinopolis Magna; Minerva em Sais; Diana em Bubastis; Marte em Papremis; e Júpiter em Tebas e Ammonium; e que os Oráculos Gregos eram imitações Egípcias.

Aqui pode ser bom mencionar que os Sacerdotes Egípcios foram os primeiros verdadeiros Sacerdotes da história, que exerceram controle sobre as leis da natureza. Aqui também pode ser bom mencionar que o Livro Egípcio dos Mortos é um livro de fórmulas e instruções mágicas, destinado a dirigir o destino da alma que partiu. Era o Livro de Oração do Sistema de Mistério do Egito, e o Sacerdote Egípcio recebeu treinamento em condições post-mortem e os métodos de sua verificação. Também deve ser notado que Magia era a religião aplicada, ou o método científico primitivo aplicado.

(O Livro Egípcio dos Mortos; Heródoto Livro II 109, 177; Sandford’s Mediterranean World, p. 27; 507; Definição de Magia, Golden Bough de Frazier).

3. Uma Comparação do Currículo do Sistema Misterioso Egípcio com as Listas de Livros Atribuídas a Aristóteles.

A.  O Currículo

O Currículo do Sistema de Mistério Egípcio consistia dos seguintes temas:

(i)  As Sete Artes Liberais, que constituiam a formação de base [fundamental] para todos os Neófitos e incluíam:

Gramática, aritmética, retórica e dialética (isto é, o Quadrivium) e Geometria, Astronomia e Música (isto é, o Trivium).

(ii) As Ciências dos 42 Livros de Hermes

Além do formação de base [fundamental] prescrita para todos os Neófitos, aqueles que visavam as Ordens Sagradas, tinham de ser versados ​​nos livros de Hermes e, de acordo com Clemente de Alexandria, suas ordens e assuntos eram os seguintes: —

(a) O Cantor ou Odus, que deve conhecer dois livros de Hermes lidando com Música, isto é, os hinos dos Deuses.

(b) O Horoscopus, que deve conhecer quatro livros de Hermes que tratam de Astronomia.

(c) O Hierogrammata, que deve conhecer os hieróglifos, cosmografia, geografia, astronomia e a topografia do Egito e agrimensura.

(d) Os Stolistas [Stolistes], que devem conhecer os livros de Hermes que lidam com o abate de animais e o processo de embalsamamento.

(e) O Profeta [Prophetes], que é o Presidente do templo, e deve conhecer dez livros de Hermes lidando com a mais elevada teologia esotérica e toda a educação dos sacerdotes.

(f) O Pastophori, que deve conhecer seis livros de Hermes, que são livros médicos, que lidam com fisiologia, as doenças de machos e fêmeas, anatomia, drogas e instrumentos.

(iii)  As Ciências dos Monumentos  (Pirâmides, Templos, Bibliotecas, Obeliscos, Esfinges, Ídolos); —

Arquitetura, alvenaria, carpintaria, engenharia, escultura, metalurgia, agricultura, mineração e silvicultura. Arte (desenho e pintura).

(iv)  As Ciências Secretas

Simbolismo numérico, simbolismo geométrico, magia, o livro dos Mortos, mitos e parábolas.

(v)  A Ordem Social e Sua Proteção

Os Sacerdotes do Egito também eram Advogados, Juízes, oficiais do governo, Homens de Negócios e Marinheiros e Capitães. Assim, eles devem ter sido formados em Economia, Civismo, Direito, Governo, Estatística, recenseamento, navegação, construção naval, ciência militar, a fabricação de carros e criação de cavalos.

Se compararmos o tópico 3A com o 3B que segue imediatamente, descobriremos que o currículo do Sistema Mistério Egípcio cobria uma gama muito mais ampla de assuntos científicos do que aqueles da lista de Aristóteles, os quais ela inclui.

N.B.

Observe também que As Sete Artes Liberais: O Quadrivium e o Trivium originaram-se a partir dos Mistérios Egípcios.

(The Mechanical Triumphs of the Ancient Egyptians by F. M. Barber).
(The Book of the Foundation of Temples by Moret).
(A short history of Mathematics by W. W. R. Ball).
(The Problem of Obelisks by R. Engelbach).
(The Great Pyramid Its Divine Message by D. Davidson).
(History of Mathematics by Florian Cajori).

B.  A lista de livros de Aristóteles, preparada por ele mesmo.

(1) Aristóteles teria elaborado uma lista de livros na seguinte ordem (B. D. Alexander’s Hist. De Phil., 97. Wm Turner’s Hist. De Phil., P.129).

(i)  Teorética, cujo propósito era a verdade, e que incluia
(a) Matemática (b) Física e (c) Teologia.

(ii) Prática, cujo propósito era a utilidade, e que incluia
(a) Ética (b) Economia (c) Política e

(iii) Poética ou Produtiva, cujo propósito era a beleza, e que incluia
(a) Poesia (b) Arte e (c) Retórica.

Um exame e comparação dos tópicos 3 A. com 3 B. mostram que
(a) O Currículo do Sistema de Mistério Egípcio incluia todos os assuntos científicos e filosóficos creditados à autoria de Aristóteles. (b) Os livros atribuídos à autoria de Aristóteles não podem ser dissociados da origem Egípcia, como já referido, tanto pela pilhagem da Biblioteca Real de Alexandria quanto através de pesquisas realizadas no centro pelo próprio Aristóteles. Como já foi mencionado em outro lugar, os escritos de Aristóteles são contestados pela erudição moderna (Wm Turner’s Hist. Of Phil., P.127) e sinto-me mais justificado em fazer a comparação entre o currículo do Sistema de Mistério e a lista dita por ter sido elaborada pelo próprio Aristóteles; ao invés de [compará-lo] com a notória lista de mil livros, cujos assuntos estão, ainda assim, incluídos no currículo do Sistema de Mistério Egípcio.

(Zeller’s Hist. of Phil. p. 173).

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CAPÍTULO VIII:

 

A Teologia Menfita é a Base de todas as Doutrinas Importantes na Filosofia Grega.

 

História e descrição:

A Teologia Menfita é uma inscrição em uma pedra, agora guardada no Museu Britânico. Ela contém os pontos de vista teológicos, cosmológicos e filosóficos dos Egípcios. Isso Já foi referido em meu tratamento das doutrinas de Platão; mas deve ser repetido aqui para mostrar toda a sua importância como a base de todo o campo da filosofia Grega. Ela é datada de 700 a.C., e leva o nome de um Faraó Egípcio que afirmou que ele havia copiado uma inscrição de seus ancestrais. Esta afirmação é verificada por meio da linguagem e arranjo típico do texto e, portanto, atribui a data original da Teologia Menfita para um período muito precoce da história Egípcia, ou seja, o tempo em que as primeiras dinastias tinham feito sua nova capital em Memphis: a cidade do Deus Ptah, ou seja, entre 4000 e 3500 a.C.
(Intelectual Adventure of Man, Frankfort, p. 55).
O Texto:

Este consiste de três partes suplementares, cada uma das quais será tratada separadamente: ambos no que se refere a seus ensinamentos e a identidade na filosofia Grega.

A Parte I apresenta os Deuses do Caos. A Parte II apresenta os Deuses da Ordem e arranjo na criação; e a Parte III apresenta o Primaz dos Deuses, ou o Deus dos Deuses, através de cujo (Logos) a criação foi completada.

Na Parte I, pré-criação ou o caos é representado da seguinte forma: —

A. Texto da Parte I:

O Primaz dos Deuses, Ptah, concebeu em seu coração, tudo o que existe e, por Sua Pronúncia,Elocução ou Expressão, criou todos eles.
Ele é o primeiro a emergir das águas primordiais de Nun, na forma de um Monte Primevo. Seguindo de perto o Monte, o Deus Atom também emerge das águas e senta-se sobre Ptah (o Monte). Então restam nas águas quatro pares de deuses masculinos e femininos
(o Ogdóade, ou unidade de Oito-Deuses), tendo os seguintes nomes: —

(1) Nun e Naunet, ou seja, as águas Primordiais e o oposto céu.

(2) Huh e Hauhet, ou seja, o infinito e o seu oposto:

(3) Kuk e Kauket, ou seja, a escuridão e o seu oposto; e

(4) Amun, ou seja, (Amon) e Amaunet, ou seja, o oculto e o seu oposto.

(Egyptian Religion by Frankfort, p. 20; 23.
Intelectual Adventure of Man by Frankfort, p.21).

B.  A Filosofia da Parte I:

(1) Ptah tem os seguintes atributos:

(a) O Primaz dos deuses, isto é, o Deus dos deuses

(b) O Logos. Pensamento e expressão vocal e poder criativos
(Egyptian Religion by Frankfort, p. 23).

(c) O Deus da Ordem e forma

(d) O Divino Artífice e Oleiro

(Fire Philosophy por Swinburne Clymer; Jâmblico; Ancient Egypt por John Kendrick, Livro I, p 318; 339).

Deve-se notar que, enquanto o Deus Sol Atom senta-se sobre Ptah, o Monte Primevo, Ele completa a obra da criação. Mas a Teologia Menfita remonta a 4000 a.C., quando, acredita-se, os Gregos eram desconhecidos (Frankfort’s Intellectual Adventure of Man, p. 5; 53; 55. The Book of the Dead, p. 17].

Este arranjo na Teologia Menfita só pode significar que os ingredientes do Caos Primevo continham dez princípios: quatro pares de princípios opostos, juntamente com outros dois deuses: Ptah representando a Mente, Pensamento e Expressão criativa; enquanto Atom junta-se a Ptah e atua como Demiurgo e executa a obra da criação. A partir de tal arranjo no cosmos nós estamos em posição de inferir as seguintes filosofias: —
(a) A água é a fonte de todas as coisas.

(b) A Criação foi realizada pela unidade de dois princípios criativos: Ptah e Atom, ou seja, a unidade da Mente (nous) com o Logos (pronúncia criativa).

(c) Atom foi o Demiurgo ou Deus Intermediário na criação. Ele também era Deus do Sol [Sun God] ou Deus do Fogo [Fire God].

(d) Princípios Opostos controlam a vida do universo.

(e) Os elementos na criação foram o Fogo (Atom), a Água (Nun), a Terra (Ptah ou Ta-tjenen) e o Ar.

A Parte I da Teologia Menfita é a Fonte correta dessas filosofias, mas estranhamente os Gregos têm reivindicado-as como sua produção, embora sem qualquer direito.

 

C. Filósofos Gregos individuais a quem porções da filosofia da Teologia Menfita têm sido atribuídas:

Dessas doutrinas, “a Água como fonte de todas as coisas” foi atribuída a Tales (Zeller: Hist. of Phil. p. 38); a do “Infinito ou Ilimitado”, foi atribuída a Anaximandro (Zeller: Hist. of Phil. p. 40); enquanto que a do “Ar como a base da vida”, foi atribuída a Anaxímenes (Zeller: Hist. of Phil. p. 42).

Além disso, a doutrina de “que o Fogo subjaz na vida do universo”, foi atribuída não só a Pitágoras, que falou das funções dos Fogos central e periféricos; mas também à Heráclito, que falou da transmutação do Fogo para os outros elementos, e sua transmutação de volta para o Fogo. Também Demócrito, que falou sobre Átomos de Fogo, preenchendo o espaço como a mente ou alma do mundo; e Platão, que falou de uma alma do mundo, a qual é composta de Átomos de Fogo.  (Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 42; 5; Zeller’s Hist. of Phil. p. 53; 149; Plato’s Timaeus, 30A; B. D. Alexander’s Hist. of Phil., p. 40).

Da mesma forma a doutrina de Opostos tem sido atribuída não só a Pitágoras, que falou dos elementos da unidade como pares e ímpares; mas também a (a) Heráclito que falou sobre “a unidade de opostos em guerra”; (b) Parmênides, que falou da distinção entre o Ser e o       Não-Ser; (c) Sócrates, que falou sobre coisas como sendo geradas a partir de seus opostos; e (d) Platão, que falou de Idéias e Númeno [Noumena] como reais e perfeitos; mas fenômenos [phenoumena] como irreais e imperfeitos. (O Fedro de Platão 250; Parmênides 132D; Aristóteles Metafísica I, 6; 987b, 9; Platão Fédon 70E; Zeller’s Hist. of Phil. p. 51; 61, 68; O Timeu, p. 28).

Além disso, as doutrinas sobre o Nous (ou Mente) ou uma Agência Inteligente como responsável pela criação, têm sido atribuídas não só a Anaxágoras, mas também a Sócrates, que falou sobre a existência de coisas úteis como sendo o trabalho de uma Inteligência: à Platão, que falou de uma Alma do Mundo ou Mente, como a causa da vida e do conhecimento no universo, e à Demócrito, que anexou um significado semelhante. (Zeller’s Hist. of Phil. p. 80; p. 85; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 82; p. 109).

A doutrina do Logos foi atribuída a Heráclito que falou do Fogo como o Logos ou princípio criativo na natureza; enquanto que a doutrina do Demiurgo, ou um Deus intermediário que criou o mundo, foi atribuída a Platão (Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 55, p. 108).

A. O Texto da Parte II

Os Deuses da Ordem e arranjo no cosmos são representados por nove Deuses, em uma Divindade [Godhead] chamada a Enéade. [Ennead]. Aqui Atum (Atom), a fonte do Ogdóade, é também retido como a fonte dos Deuses da Ordem e arranjo. Atum (Atom) nomeia quatro pares de partes do seu próprio corpo e, assim, cria oito Deuses, que juntos com ele se tornam nove. Estes oito deuses são Deuses criados, as primeiras criaturas deste mundo; e Atum (Atom), o Deus Criador, o

Demiurgo, de quem Platão falou. Os Deuses os quais Atum (Atom) projetou a partir de seu corpo foram

(i) Shu (Ar)

(ii) Tefnut (Umidade)

(iii) Geb (Terra) e

(iv) Nut (Céu);

os quais, se diz, terem dado à luz a quatro outros Deuses:

(v) Osíris (o Deus da onipotência e onisciência)

(vi) Isis (esposa de Osíris; Princípio Feminino)

(vii) Seth (o oposto de bom)

(viii) Néftis (Princípio Feminino no Mundo Invisível).

(Plutarco: Isis et Osiris, 355A; 364c; 371B; Frankfort, Intellectual Adventure of Ancient Man, p.66-67).

B. A Filosofia da Parte II.

Ao lermos o texto da Parte II, descobrimos que o Deus do Sol Atum (Atom), que estava presente no Caos, também esteve presente no desenvolvimento do arranjo ordenado no cosmos. Nesta fase, Atum (Atom) assume o papel de criador de todos os Deuses, exceto Ptah, o Deus dos Deuses. Em seguida, ele procede para completar esse tipo especial de criação da seguinte maneira:

Ele comanda Oito Deuses para procederem a partir de Seu próprio corpo de acordo com os nomes daquelas oito partes.

O resultado desta criação presenteia-nos com o que tem sido chamado de (a) a “Enéade” ou a unidade de “nove Deuses em uma Divindade” [“nine Gods in One Godhead”] (b) a doutrina do Demiurgo como na Parte I, (c) a doutrina dos Deuses criados e (d) a doutrina do Motor Imóvel [Unmoved Mover]; também (e) a doutrina dos opostos e (f) Onipotência e Onisciência.

Destas doutrinas, a do “Enéade” será tratada em outro lugar, e uma vez que a doutrina do Demiurgo já foi tratada, juntamente com (c) os Deuses criados, vou agora discutir a doutrina do Motor Imóvel [Unmoved Mover], como baseada sobre o mesmo ato de criação.

De acordo com a Teologia Menfita dos Egípcios, Atum criou Oito Deuses os quais procederam de oito partes de seu próprio corpo.
Ele estava sentado sobre Ptah, o Monte, e estava imóvel.
Neste ato de criação Atum (Atom) tornou-se o Motor Imóvel.
Apesar de a Teologia Menfita ser a fonte direta destas doutrinas, ainda assim, à Platão foi dado o crédito pela doutrina dos Deuses criados; enquanto Aristóteles recebeu o crédito pela [doutrina] do “Motor Imóvel”. Certamente, o mundo nunca foi tão enganado.

Aqui deve ficar bem claro, que a doutrina de um Demiurgo na criação inclui duas outras doutrinas: a dos Deuses criados e aquela do Motor Imóvel.

Era a função do Demiurgo criar o universo; e ao fazê-lo, seu primeiro ato foi a criação dos Deuses, que conseqüentemente se tornaram as primeiras criaturas.

Mas a maneira pela qual o Demiurgo criou os Deuses foi o processo de projetá-los a partirde seu próprio corpo.

Este método de criação claramente faz do Demiurgo o Motor Imóvel.

No entanto, a história da filosofia Grega atribuiu a autoria das doutrinas do Demiurgo e dos Deuses criados a Platão, e a autoria da doutrina do Motor Imóvel [Unmoved Mover] a Aristóteles.

Mas esta então-chamada doutrina Platônica é uma [doutrina], constituída de três partes inseparáveis (a) o Demiurgo (b) a função do Demiurgo e (c) o método da função: uma unidade que contradiz a autoria de Aristóteles daquilo que é realmente apenas uma inferência a partir da suposta doutrina original de Platão.

(O Mito da Criação em OTimeu de Platão; Wm. Turner; Hist. of Phil., p. 109–110; Zeller’s Hist. of Phil. p. 192; Wm. Turner’s Hist. of Phil. p. 142).

A doutrina dos opostos já foi discutida, na Parte I da Teologia Menfita. Um dos pares de Deuses criados, Osíris e Ísis foi usado para representar os princípios feminino e masculino da natureza. Além disso, Osíris tinha outras qualidades ligadas a Ele, o que pode ser entendido a partir dos seguintes derivativos

(a) osh significando Muitos, e
(b) iri significando Fazer, e também
(c) significando um Olho.

Conseqüentemente, Osíris passou a significar não só ‘aquele de muitos olhos’ [‘many Eyed’] ou Onisciente, mas também Onipotente ou Todo-Poderoso.

Aqui, novamente, como em todos os casos já mencionados, apesar do fato de a Teologia Menfita ser a fonte da filosofia Grega, ainda assim as doutrinas sobre “uma Causa Inteligente”,  um Nous como responsável pela vida e conduta do mundo, têm sido atribuídas a Anaxágoras, Sócrates e também à Platão, cuja Alma do Mundo, consistia de átomos de fogo, como a Alma do Mundo de Demócrito.

(O Timeu de Platão 30, 35. Memorabilia I, Xenofonte 4, 2; Wm. Turner’s Hist. of Phil., p. 63).

A.  O texto da Parte III

Nesta terceira parte da Teologia Menfita, o Primaz dos Deuses é representado como Ptah:

Pensamento, Logos e Poder Criativo, que são exercidos sobre todas as criaturas. Ele transmite poder e espírito a todos os Deuses, e controla a vida de todas as coisas, animais e homens através de Seu pensamento e comandos. Em outras palavras, é nele que todas as coisas vivem, movem-se, e têm seu ser eterno.

 

B. A Filosofia da Parte III

Da Parte III podemos inferir as seguintes doutrinas: —

(a) todas as coisas foram criadas pelo pensamento e comando de Ptah, o Deus dos Deuses.

(b) Por meio do pensamento e comando de Ptah, todos nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser eterno.

(c) Ptah é o Criador e Preservador, como já foi apontado em outros lugares; Os Poderes de Ptah foram transmitidos por meios mágicos para Atum, que realizou a obra de criação.

(Intelectual Adventures of Man by Frankfort, p. 52-60).

II. A Teologia Menfita é a Fonte do Conhecimento Científico Moderno.

 

A. O Enéade e a Hipótese Nebular.

B. identidade entre o Deus do Sol Atom, e o átomo da ciência.

C. O Enéade e a Hipótese Nebular coincidem.

Assim como a Teologia Menfita é a fonte da filosofia Grega ou da ciência primitiva, assim também ela é a base da crença científica moderna.

Os Deuses da Ordem e arranjo no cosmos são representados por nove Deuses na Divindade [nine Gods in the Godhead], a chamada Enéade. Atum, (Atom), o Deus do Sol, ou seja, Deus do Fogo, cria oito outros Deuses, nomeando quatro pares de partes do seu próprio corpo, das quais eles surgiram. Aqui os nomes dos deuses criados foram dados como Shu e Tefnut (Ar e Umidade), Geb e Nut (Terra e Céu); e outros dois pares de opostos: Osíris e Ísis; e Seth e Néftis, os quais é suposto serem as primeiras criaturas deste mundo (Frankfort’s Intellectual Adventures of Man, p. 54).

Agora, se nós compararmos esta cosmologia Egípcia com a Hipótese Nebular de Laplace, iríamos encontrar semelhanças muito marcantes nos dois contextos. De acordo com a Hipótese Nebular nosso atual sistema solar foi uma vez uma nebulosa gasosa em fusão. Esta nebulosa rodava a uma velocidade enorme, e como a massa esfriou-se, ela também contraiu-se e desenvolveu maior velocidade. O resultado foi um abaulamento no equador e uma quebra gradual de anéis gasosos, que se formaram em planetas.  Estes planetas, por sua vez jogaram fora anéis gasosos, que se formaram em corpos menores, até que, finalmente, o sol foi deixado como o restante da original Nebulosa pai. A partir deste contexto, é evidente que a original nebulosa pai era o fogo ou o Sol, e que jogando fora partes de si mesmo, criou alguns planetas, que por sua vez jogaram fora partes de si e criaram outros. De acordo com o contexto da Teologia Menfita, o Deus criador era o Deus do Sol ou Deus do Fogo Atum (Atom), que nomeou quatro pares de partes de seu próprio corpo, de onde Deuses surgiram.

Mas Atum (Atom), juntamente com os Oito Deuses Criados compuseram a Enéade ou Divindade de nove [Godhead of nine]: uma semelhança muito marcante com a ciência moderna que ensina que há nove planetas maiores. Podemos agora resumir essas semelhanças: —

(a) O Deus criador em ambas as cosmologias, Egípcia e Moderna, é o Sol ou Fogo.

(b) O Deus criador em ambas as cosmologias criou Deuses de partes de si mesmo.

(c) O número de Deuses são nove e correspondem com os nove planetas principais. Estas semelhanças tornam evidente que Laplace obteve sua hipótese a partir da Teologia Menfita ou outras fontes Egípcias.

É claro que a Teologia Menfita, de acordo com Frankfort em seu Intellectual Adventures of Ancient Man, p. 54, não menciona a criação de planetas. No entanto, uma vez que era o método dos Egípcios esconder a verdade através da utilização de mitos, parábolas, princípios mágicos (método científico primitivo), filosofia de números e hieróglifos, podemos facilmente ver quais métodos poderiam estar envolvidos antes que pudéssemos chegar a uma melhor tradução da Teologia Menfita.

De qualquer forma, toda a configuração da Teologia Menfita é astronômica, e o que poderia ser mais natural, do que esperar uma interpretação astronômica? Parece bem dentro da razão considerar a Enéade como o sistema heliocêntrico da história. Atom, o Deus Sol, criando outros oito Deuses ou planetas a partir de seu próprio corpo, como o Motor Imóvel [Unmoved Mover], um ensinamento que tem sido falsamente atribuído a Aristóteles.

B.  A identidade entre o Deus Sol Egípcio Atum (Atom) e o átomo da Ciência Moderna:

Há duas coisas que eu desejo ressaltar em conexão com a relação entre o Atum (Atom) o Deus Sol Egípcio e o átomo da ciência moderna. Essas coisas são

(i) a semelhança de atributos e (ii) a semelhança de nomes.

(i) O Deus Egípcio Atum (Atom) significa auto-criado; tudo e nada; uma combinação dos princípios positivo e negativo: — todo-inclusividade e vazio; um Demiurgo, possuindo poderes criativos; o Sol Criador.

(Frankfort’s Intellectual Adventure of Ancient Man, p. 53; Frankfort’s Kingship and the Gods, p. 182.)

Atum (Atom) também significa “o tudo e o ainda não Sendo” [“the all and the not yet being”]; (Frankfort’s Kingship of the Gods, p. 168)

Como um Deus, Atum (Atom) representa os princípio dos opostos.
O átomo, como osubstrato da matéria, de acordo com a filosofia Grega, é definido por Demócrito como “movimento daquilo que é” (To on) dentro de “aquilo que não é” (To mé on). Ele Representa, portanto, o princípio dos opostos, e mostra a identidade entre o Deus Sol Egípcio e o substrato da matéria.

Além disso, o átomo é definido como “o cheio e vazio; ser e não-ser” [“the full and void; being and not-being”] (Zeller’s Hist. of Phil., p. 38).

e estas definições coincidem com o tudo e nada, e o “todo-inclusividade” e vazio do Deus Sol Egípcio.

(ii) A semelhança de nomes compartilhados pelo Deus Sol Egípcio e o átomo da ciência:

 Agora, com referência à semelhança destes dois nomes, a primeira coisa que devemos ter em mente é o fato de que ambos possuem atributos idênticos, como já foi mencionado no ponto (i); e, conseqüentemente, nós somos obrigados a concluir que o átomo da ciência é o nome idêntico do Deus Sol Egípcio: o mais antigo dos Deuses, com exceção de Ptah, que estava presente com Atom na criação. A segunda coisa que devemos ter em mente é o fato de que o nome do Deus Atom (às vezes soletrado Atum) pertence à cosmologia da Teologia Menfita, cuja data remonta a 4000 a.C. quando os Gregos não eram sequer conhecidos. Conseqüentemente nós somos obrigados a concluir que os Gregos obtiveram ambos o nome original e os atributos do Deus Sol Atom dos Egípcios.

Além disso, os Gregos não estavam familiarizados com a língua Egípcia durante o período da então-chamada filosofia Grega, que data do século VI a.C. e, como conseqüência, transliteraram palavras Egípcias para o Grego sem levar em conta seus derivados Coptas. As seguintes histórias homéricas verificam a prática dos Gregos na transliteração de palavras Egípcias e o plágio de suas lendas.

(a) De acordo com Homero, Proteus era uma Divindade Marítima alimentando suas focas na costa do Egito. Ele era dotado com o dom da profecia a qual era exercida somente sob compulsão. Proteus, porém, foi um Faraó Egípcio que sucedeu ao trono com a morte de Pheron, o filho de Sesostris. Proteus também foi adorado em Memphis. Os Gregos não só transliteraram o nome deste Rei Egípcio, mas também plagiaram sobre a lenda. (Heródoto II, 112).

b) Da mesma forma a história de Io, a Princesa Argiva, que foi transformada em uma novilha, e depois de longas andanças, chegou ao Egito, onde ela deu à luz a um Deus, e onde, ela mesma, foi adorada como a deusa Isis, aponta claramente para a introdução do culto de Ísis ou Athor, com o símbolo da novilha, em um período remoto em Argos. Aqui deve-se salientar que Io é o nome Copta para a Lua, e a mesma palavra foi preservada como o dialeto de Argos, sem

qualquer afinidade com qualquer raiz Grega. Era um hábito dos Gregos Helenizarem palavras Egípcias transliterando-as e adicionando-as ao vocabulário Grego.

(c) Esta prática de pegar emprestadas palavras de nações vizinhas continuou até os tempos do Novo Testamento. Em Atos dos Apóstolos do Novo Testamento Grego, Capítulo 13 e versículo 1, a palavra Níger (ou seja, homem preto) no nome de Simeão o Negro é uma palavra Romana ou Latina (niger, nigra, nigrum), que significa preto. Simeão, é claro, era um professor Egípcio ligado à Igreja em Roma.

O átomo da ciência é realmente o nome do Deus Sol Egípcio que chegou até os tempos modernos, através da então-chamada filosofia Grega, e carrega atributos idênticos, com o Deus Sol.

(Diodoro I, 29; John Kendrick, Ancient Egypt, vol. II, 5-52; Eust ad Dionys: Perieg: V).

N.B.

Deve ser lembrado que o que nós erroneamente chamamos de filosofia Grega, foi o início da ciência ou a investigação da natureza; e, conseqüentemente, não podemos separar a ciência moderna da filosofia Grega.

 

III. A Teologia Menfita Abre Grandes Possibilidades para a Pesquisa científica moderna.

 

A. Conceito Grego do Átomo; errôneo.

Os Gregos derivaram o significado do átomo de (i) (alpha), isto é, um prefixo negativo significando não; e (ii) (temnein), ou seja, o presente infinitivo ativo de (temno) cortar. Os dois derivativos juntos significando “aquilo que não pode ser cortado”. Durante séculos, o mundo tem sido enganado por este equívoco dos Gregos: um fato que, sem dúvida, tem impedido o progresso da pesquisa atômica por estudiosos Ocidentais, que têm acreditado na então-chamada origem Grega da filosofia ou ciência primitiva.

Hoje, no entanto, a concepção Grega do átomo não é mais sustentável, uma vez que a ciência moderna tem dividido com sucesso o átomo.

 

B. Grandes segredos científicos na Teologia Menfita, ainda a ser descobertos.

 Eu acredito que chegou o momento, no qual o homem será capaz de destrancar a maioria dos segredos da natureza até então escondidos e desconhecidos. Eu tenho mostrado que a Hipótese Nebular dos tempos modernos coincide com os ensinamentos da Teologia Menfita, na qual o Deus Sol Atom é dito ter criado outros oito Deuses, os quais, juntamente com o próprio, constituem a Enéade dos Egípcios, que corresponde aos nove principais planetas do ensino científico moderno.

Sabemos também que a partir do Caos Cósmico, ali surgiu das águas primordiais um par de deuses, ou seja, o Monte Primevo e Atom o Deus Sol, e que através do contato de Atom com o Monte, Ele recebeu poder para criar os outros oito planetas principais. Isto parece implicar que

(i) A energia atômica se origina a partir da água e da terra, uma vez que água H2O, e urânio, um ingrediente indispensável na energia atômica, são encontrados nas entranhas da terra. Note que ambos Atom e o Monte saíram das Águas primordiais.

(ii) Quatro pares de Deuses, representando princípios positivos e negativos ainda permanecem na água, na forma de sapos e cobras machos e fêmeas, e constituem quatro quintos dos segredos da criação, que o homem tem ainda de sondar.

(iii) Pesquisa científica bem sucedida nos princípios e segredos da natureza encontra-se no estudo da Teologia Menfita, cuja simbologia requer a chave de princípios mágicos para sua interpretação.
Com esta abordagem os nossos homens de ciência devem ser capazes de destrancar as portas dos segredos da natureza e tornarem-se os guardiões do conhecimento ilimitado.

Este é o legado do Continente Africano para as nações do mundo.
Ela [a África] lançou as bases culturais do progresso moderno e, portanto, ela e seu povo merecem a honra e louvor que durante séculos tem sido falsamente dados aos Gregos. E da mesma forma, é o propósito deste livro fazer desta revelação o início de uma reforma universal nas relações raciais, o que eu acredito seria o início da solução do problema do desassossego universal [universal unrest].

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PARTE II

 

 

 

 

CAPÍTULO IX

Reforma Social através da Nova Filosofia de Redenção Africana.

Agora que tem sido demonstrado que a filosofia e as artes e ciências foram legados à civilização pelo povo do Norte da África e não pelo povo da Grécia; o pêndulo do louvor e honra deve mudar do povo da Grécia para o povo do continente Africano, que são os herdeiros legítimos de tal louvor e honra.

Isso vai significar uma tremenda mudança na opinião pública mundial, e na atitude [pública mundial], para todos os povos e raças que aceitarem a nova filosofia de redenção Africana, ou seja, a verdade de que os Gregos não foram os autores da Filosofia Grega; mas as pessoas do Norte da África; mudaria sua opinião de uma de desrespeito para uma de respeito pelas pessoas Pretas em todo o mundo e as tratariam de acordo.

Isso também vai significar uma mudança mais importante na mentalidade das pessoas Pretas: uma mudança de um complexo de inferioridade, para a realização e consciência de sua igualdade com todos os outros grandes povos do mundo, que construíram grandes civilizações. Com esta mudança na mentalidade do povo Preto e Branco, grandes mudanças também são esperadas em suas respectivas atitudes em relação um ao outro, e na sociedade como um todo.

No drama da Filosofia Grega existem três atores, que desempenharam partes distintas, a saber, Alexandre o Grande, que por um ato de agressão invadiu o Egito em 333 a.C., saqueando e pilhando a Biblioteca Real de Alexandria e junto com seus companheiros levou um espólio de livros científicos, filosóficos e religiosos.

O Egito foi então roubado e anexado como parte do império de Alexandre; mas o plano de invasão incluiu muito mais do que a mera expansão territorial; pois ele preparou o caminho e o tornou possível para a captura da cultura do Continente Africano.

Isto nos conduz ao segundo ator, que é a Escola de Aristóteles cujos alunos se mudaram de Atenas para o Egito e converteram a biblioteca real, primeiro em um centro de pesquisas, posteriormente em uma Universidade e em terceiro lugar compilaram aquele vasto corpo de conhecimento científico que eles tinham adquirido com a pesquisa, juntamente com as instruções orais que estudantes Gregos receberam dos Sacerdotes Egípcios, naquilo que eles chamaram de história da Filosofia Grega.

Desta forma, os Gregos roubaram o legado do Continente Africano e chamaram-lhe de seu próprio. E como já foi apontado, o resultado dessa desonestidade tem sido a criação de uma opinião mundial errônea; de que o continente Africano não fez nenhuma contribuição para a civilização, porque seu povo é atrasado e pobre em inteligência e cultura.

Esta opinião errônea sobre as pessoas Pretas os tem prejudicado seriamente através dos séculos até os tempos modernos, em que parece ter chegado a um clímax na história das relações humanas.

E agora chegamos ao terceiro ator, e que é Roma Antiga, que através dos decretos de seus Imperadores Teodósio no século 4º d.C. e Justiniano, no século 6º d.C. aboliu os Mistérios do Continente Africano; que é o antigo sistema de cultura do mundo.

As mais elevadas doutrinas metafísicas daqueles Mistérios não podiam ser compreendidas; os poderes espirituais dos sacerdotes eram insuperáveis; a magia dos ritos e cerimônias preenchia as pessoas com admiração; O Egito era a terra santa do mundo antigo e os Mistérios eram a única, antiga e santa religião Católica, cujo poder era supremo. Este sublime sistema de cultura do povo Preto enchia Roma com inveja, e conseqüentemente ela legalizou o Cristianismo, o qual ela esteve perseguindo por longos cinco séculos, e o estabeleceu como uma religião de Estado e como um rival dos Mistérios, sua própria mãe.

Este é o motivo porque os Mistérios foram desprezados; este é o motivo porque outras religiões antigas dos povos Pretos são desprezadas; porque eles são todos descendentes dos Mistérios Africanos, os quais nunca foram claramente entendidos pelos Europeus, e conseqüentemente, provocaram seu prejuízo e condenação.  De acordo com o plano dos Imperadores Teodósio e Justiniano para exterminar e para sempre suprimir o sistema de cultura do continente Africano, a igreja Cristã estabeleceu a sua empresa missionária para lutar contra o que chamou de paganismo.

Conseqüentemente, missionários e educadores tem ido para o campo missionário com um complexo de superioridade, nascido da deseducação e desrespeito: um preconceito que tornou impossível para eles realizar as bênçãos que o empreendimento missionário poderia ter realizado. Por esta razão, o empreendimento missionário tem sido responsável por uma lesão positiva contra os povos Africanos, que consiste na caricatura perpétua da cultura Africana na literatura e exibições que provocam riso e desrespeito. Isso, então, é apenas um breve resumo dos papéis desempenhados pelas pessoas do drama da Filosofia Grega e os efeitos resultantes sobre o povo Preto. Este drama pode ser chamado de Causa Causarum da situação social dos povos de ascendência Africana, porque ele fez das raças Branca e Preta não apenas vítimas comuns de uma falsa tradição racial sobre o Continente Africano, mas também parceiros na solução do problema da reforma racial.

Eu acredito que uma reforma deste tipo é possível, se as melhores mentes de ambos os grupos raciais cooperarem na sua realização. Ambos os grupos foram vítimas comuns de deseducação decorrentes de uma falsa tradição sobre o Continente Africano e esta os levou a desenvolver atitudes de acordo com sua crença comum: os Brancos, um complexo de superioridade; e os Pretos, o correspondente complexo de inferioridade; e, se quisermos realizar uma reforma
em relações raciais é óbvio que ambos os grupos raciais devem combinar seus esforços no abandono e destruição desta mentalidade a qual tem mergulhado o povo Preto em sua grave situação social.

Isto, eu sugiro, deve ser feito por disseminação mundial da verdade, através de um sistema de reeducação, a fim de estimular e encorajar uma mudança na atitude das raças em relação uma à outra. Ao combinar seus esforços, ambas as raças devem, não apenas pregar e ensinar a verdade que o sistema de Mistério do Continente Africano deu ao mundo a filosofia e religião, e as artes e ciências, mas eles devem fazer com que todos os falsos elogios aos Gregos sejam removidos dos livros didáticos de nossas escolas e faculdades, porque esta é a prática que tem vendado os olhos do mundo, e que lançou as bases para as deploráveis relações raciais do mundo moderno.

(a) O nome de Pitágoras, por exemplo, deve ser excluído de nossos livros didáticos matemáticos: em Geometria, onde o teorema do quadrado da hipotenusa de um triângulo em ângulo reto é chamado de teorema de Pitágoras, porque isso não é verdade.

(b) Devemos apontar para o mundo a fraude em anexar à Sócrates a autoria do preceito ‘homem, conhece-te a ti mesmo’; e em anexar a  autoria das quatro virtudes cardeais à Platão; Uma vez que Sócrates obteve o preceito de auto-conhecimento dos templos Egípcios, onde este era usado como uma inscrição; e Platão reduziu as dez virtudes do Sistema de Mistério Norte Africano para quatro.

(c) também devemos provar ao mundo que as doutrinas dos então-chamados filósofos Gregos originaram-se a partir do antigo Sistema de Mistério do Norte da África.

Esta prova foi estabelecida nos capítulos cinco ao oito de ‘Legado Roubado’ [‘Stolen Legacy’] e, a fim de realizar a nossa cruzada mundial nós devemos recomendar [a obra] ‘Legado Roubado’ [‘Stolen Legacy’] para adoção e estudo nas escolas e faculdades de ambos os grupos raciais e em nossas fraternidades, irmandades e grupos inter-raciais, a fim de que jovens e velhos da nossa geração atual possam todos conhecer a verdade e ser capazes de passá-la adiante para as gerações futuras.

Este, eu acredito, seria um método muito útil pelo qual este processo de re-educação se tornaria universal e eficaz na criação de uma reforma racial muito necessária. As pessoas Brancas de nossa era moderna não podem ser consideradas como inteiramente responsável por condições sociais que são o resultado de falsa tradição racial. É isto o que faz das relações raciais um desafio para as melhores mentes de ambos os grupos raciais para combinar os seus esforços na sua solução.

Mas as nossas perturbadas relações raciais também têm outra causa. Esta eu diria que é tanto suplementar quanto intensiva; pois a falsa tradição sobre o atraso do Continente Africano, criada por Alexandre o Grande e a Escola de Aristóteles tem sido dramatizada por literatura e exposições missionárias, como a vontade de Imperadores Romanos e como uma fonte de risos e desrespeito. Não há dúvida de que essa política criou amargura e insatisfação nas mentes dos nativos, os quais foram obrigados a questionar a sinceridade dos missionários. Ao mesmo tempo, a empresa missionária ganha a simpatia e o apoio de um mundo deseducado [miseducated world], a fim de levar adiante o seu programa.

O que nós podemos fazer para erradicar este segundo e mais sutil mal: a dramatização de uma falsa tradição de modo a fazê-la aparecer como verdade?

Eu Sugiro que, uma vez que o missionário dramatiza falsa tradição porque ele próprio também acredita nela, devemos unir os nossos esforços, em primeiro lugar, em reeducá-lo para que ele possa conhecer a verdade e mudar o seu complexo de superioridade que é responsável pela sua política equivocada.

Sua re-educação não deve consistir apenas de um estudo aprofundado das idéias e argumentos contidos no meu livro “Legado Roubado” [“Stolen Legacy”]; mas ele também deve receber formação especializada no domínio da língua, costumes e ideais de Africanos, a fim de fazê-lo cultivar uma atitude de respeito pela cultura do Continente Africano, aparentemente o mais antigo espécime a ter sido desenvolvido pela humanidade; porque esse continente é o local de nascimento e o berço dos Antigos Mistérios.

Com um mundo iluminado quanto à verdade real sobre o lugar do Continente Africano na história da civilização, a falsa tradição e crença devem deixar de ser eficazes, o desrespeito e preconceito tenderão a desaparecer, e as relações raciais tenderão a ser normais e pacíficas.

Isso nos leva ao último problema, o problema da redenção Africana. Os objetivos de ‘Legado Roubado’ [‘Stolen Legacy’] não são apenas estimular uma reforma nas relações raciais e na pesquisa científica; mas também cultivar o orgulho nas próprias pessoas Pretas e oferecer-lhes uma Nova Filosofia de Redenção Africana como o Modus Operandi de alcançar a reforma racial.

Esta Nova Filosofia de Redenção consiste de uma simples proposição, da seguinte forma:

‘Os Gregos não foram os autores da filosofia Grega, mas sim o povo Preto da África do Norte, os Egípcios.’

Agora, a fim de explicar o valor desta proposição, três perguntas devem ser feitas e respondidas.

(a)  Enquanto uma proposição simples, qual é a sua importância?

Sua importância reside no fato de que ela é uma declaração de uma verdade importante, que é a exposição da desonestidade Grega.

(b)  Por que essa proposição é chamada uma filosofia?

Uma filosofia é uma crença aceita, e esta proposição é uma filosofia porque é oferecida como uma crença, digna de aceitação.

(c)  O Que é uma filosofia de redenção?

Uma filosofia de redenção não é meramente uma crença aceita; mas uma crença que é também vivida, a fim de aproveitar os benefícios do seu ensino.

Esta proposição vai se tornar uma filosofia de redenção para todas os Pretos, quando a aceitarem como uma crença e viverem de acordo com ela. Isto nos leva a uma pergunta final, e esta é como viver de acordo com essa filosofia de redenção? Em outras palavras, como o povo Preto deve trabalhar a sua própria salvação?

Desde o início os meus leitores e colegas de trabalho na solução de um problema comum, devem ser lembrados de que a nossa filosofia de redenção é um processo psicológico, envolvendo uma mudança de crença ou mentalidade a ser seguida por uma correspondente mudança no comportamento.

Ela realmente significa uma emancipação mental, em que o povo Preto será libertado da cadeia da falsidade tradicional, a qual durante séculos os tem encarcerado na prisão do complexo de inferioridade e humilhação e insulto mundial.

Esta emancipação mental ou redenção, deve-se lembrar, tem duas funções. Ela é geral, quando, por um lado, o fenômeno das nossas prejudiciais relações raciais é considerado como um problema geral necessitando de uma emancipação geral de ambas as raças a fim de efetuar uma solução. Neste sentido geral a emancipação transcende os limites e fronteiras de raça, e, portanto, inclui o mundo inteiro, Brancos e Pretos, uma vez que nós todos somos vítimas da mesma cadeia de falsidade tradicional, que tem encarcerado o mundo moderno.

Por outro lado, a emancipação ou redenção é específica, quando nos referimos aos efeitos do fenômeno das prejudiciais relações raciais sobre o povo Preto. É a liberdade de tais condições que constitui a função específica da emancipação ou redenção.

Nós divagamos um pouco a fim de explicar os termos filosofia e filosofia de redenção, acreditando ser necessário antes de prosseguir responder a seguinte questão: como viver de acordo com esta nova filosofia de Redenção? Como ela deve ser trabalhada?

Sendo libertos do complexo de inferioridade através de sua Nova Filosofia de Redenção, que é destinada a destruir a cadeia de falsa tradição a qual os tem encarcerado, o povo Preto deve encarar e interpretar o mundo de acordo com sua nova visão e filosofia.

Ao longo dos séculos até os nossos tempos modernos, condições mundiais foram influenciadas por dois fenômenos que afetaram as relações humanas.

(i) A entrega de falsos louvores aos Gregos: um costume que parece ser uma política educacional conduzida por instituições de ensino. Isto levou à falsa adoração de Sócrates, Platão e Aristóteles, como deuses intelectuais em todas as principais universidades do mundo, e em apoio a esta adoração intelectual, essas instituições também organizaram o que é conhecido como fraternidades e irmandades letradas Gregas, como os símbolos da superioridade do intelecto e cultura Gregos.

(ii) O segundo fenômeno é o empreendimento Missionário no qual a cultura do povo Preto tem sido caricaturada na literatura e exposições, em tais espécimes como para provocar desrespeito e riso. Não esqueçamos jamais que os Imperadores Romanos Teodósio e Justiniano foram responsáveis pela abolição dos Mistérios Egípcios que é o sistema de cultura do povo Preto, e também pelo estabelecimento do Cristianismo para a sua supressão perpétua.
Da mesma forma, nunca vamos esquecer enquanto estamos a rever este pedaço da história, que os Gregos chamaram os Egípcios de Hoi Aiguptoi o que significava pessoas Pretas.

Ao viver de acordo com a sua Nova Filosofia de Redenção, a vida do povo Preto terá que ser uma [vida] de oposição contra estes dois conjuntos de condições. Em primeiro lugar o povo Preto deve adotar uma atitude negativa em relação a este tipo de fenômeno, porque eles se tornaram plenamente conscientes de que esses fenômenos são o resultado de uma falsa tradição, e, portanto, também participam da natureza da mentira e falsidade.

Nesta atitude negativa, os Pretos do mundo devem evitar a falsa tradição e devem ensinar a verdade, que é a sua Nova Filosofia de Redenção. Isso deve ser feito em casa para as crianças; nas faculdades e escolas para os alunos; dos púlpitos e plataformas para o público; e nas fraternidades e irmandades para os jovens homens e mulheres. Esta Nova Filosofia de Redenção, sendo uma revelação da verdade na história da civilização do povo Preto, deve tornar-se uma parte necessária de sua educação, e deve ser ensinada para as gerações e séculos vindouros; a fim de enchê-los com inspiração e orgulho e libertá-los da servidão mental.

Em segundo lugar, nesta atitude negativa, o povo Preto deve demonstrar a sua descrença na falsa adoração do intelecto Grego. Isto deve ser feito nas seguintes três formas: —

(i) Eles devem interromper a prática de citar Sócrates, Platão e Aristóteles em seus discursos como modelos intelectuais; porque nós sabemos que sua filosofia foi roubada

(ii) Eles devem renunciar a adesão em todas as fraternidades e irmandades letradas Gregas e

(iii) Eles devem abolir todas as fraternidades e irmandades letradas Gregas de todas as faculdades negras, porque elas têm sido uma fonte de promoção do complexo de inferioridade e de educação do povo Preto contra si mesmo.

Chegamos agora à oposição ao segundo conjunto de fenômenos, as atividades missionárias em literatura e exposições difamatórias que provocam risos e desrespeito sobre o povo Preto.

Assim como no primeiro conjunto de fenômenos, assim é no segundo, o povo Preto deve adotar uma atitude negativa em sua tentativa de viver de acordo com a sua filosofia de redenção. Obviamente, eles estão perfeitamente conscientes de que as atividades dos missionários são o resultado de sua própria deseducação por meio de uma falsa tradição sobre o povo Preto; mas uma vez que o seu problema é também um de emancipação de certos males sociais, os Pretos sentem que eles têm direito a uma mudança na política Missionária. Por estas razões, eu sugiro que a atitude negativa do povo Preto deve consistir em primeiro lugar de um boicote da literatura e exposições missionárias e, em segundo lugar, de um protesto perpétuo contra estas formas de política missionária, até que uma mudança seja realizada.

Pois enquanto o empreendimento Missionário manter a sua política de militância contra a cultura Africana, o povo Preto será  desconsiderado. Isso é o mínimo que o povo Preto tem direito a: tratamento respeitoso, porque eles são os representantes da civilização mais antiga do mundo, a partir da qual todas as outras culturas tomaram emprestado. Eu tenho freqüentemente visto nas revistas paroquiais de algumas igrejas Européias, fotos com a  seguinte descrição: — Um Chefe Africano, vestido com um novo chapéu de seda, uma camisa longa, mas sem calças, um casaco e pés descalços; provavelmente para proporcionar entretenimento aos paroquianos e para excitar a sua compaixão. É contra isso que o povo Preto deve protestar e é assim que eles devem viver de acordo com a sua filosofia de redenção e trabalhá-la.

Em conclusão, lembremo-nos de que a posição infeliz da igreja moderna em ser associada com o drama da filosofia Grega é desculpável; porque sua função missionária tem sido devida aos errôneos mandatos e decretos de Príncipes e Imperadores seculares, que governaram a igreja, quando ela era apenas um departamento de Estado. Este pedaço da história eclesiástica deve ser bem conhecido para os primeiros ramos da igreja Cristã e, conseqüentemente, eles são os únicos a quem a nossa época iluminada espera para iniciar uma mudança na política missionária, a qual os libertaria do erro e da superstição das relações humanas.

Esta iniciativa dos vários ramos do Catolicismo deve ser seguida pelo Protestantismo, de modo que toda a Igreja de Cristo na terra deve ser unida nesta reforma racial, e levar para o campo missionário um evangelho prático de felicidade; que é a felicidade que deve começar enquanto estamos aqui na terra; um evangelho que está interessado no bem-estar geral das pessoas. Um evangelho que ignora os direitos sociais e econômicos dos nativos e enfatiza apenas a felicidade em um mundo desconhecido é unilateral, enganoso, e contrário aos princípios e práticas Cristãs.  Foi o Cristianismo primitivo que estabeleceu um diaconato para o propósito expresso de resolver os problemas econômicos de seus aderentes; para que eles pudessem começar em sua vida terrena a experimentar o que realmente significava a felicidade.

É evidente que os benefícios da religião se destinam a ser co-extensivos com as necessidades humanas e, a menos que a religião Cristã mude sua política missionária com respeito à cultura do povo Preto, será difícil para eles obter completa emancipação das injúrias sociais criadas pela Roma Antiga.

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APÊNDICE

O PROPÓSITO deste apêndice é apresentar uma breve análise e resumo dos argumentos, conclusões e inferências que se relacionam com o assunto que já foi tratado. Espera-se também que sirva ao objetivo secundário de simplificação.
ARGUMENTO I.  Filosofia Grega era Filosofia Egípcia Roubada.

Porque a história nos diz que

(i) Os Ensinamentos do Sistema de Mistério Egípcio viajaram do Egito para a ilha de Samos, e de Samos para Cróton e Eleia na Itália, e por último da Itália para Atenas na Grécia, por meio de Pitágoras e os Eleáticos e mais tarde os filósofos Jônicos. Assim, o Egito foi a verdadeira fonte dos Ensinamentos de Mistérios e, portanto, qualquer alegação de tal origem pelos antigos Gregos não somente é errônea, mas deve ter sido baseada em motivos desonestos.

(ii) A história também representa o início da vida e educação dos filósofos Gregos como um espaço em branco e sua cronologia como uma questão de especulação. Conseqüentemente, ela tem dado ao mundo a opinião de que os filósofos Gregos, com a exceção dos três Atenienses, podem nunca ter existido e podem nunca ter ensinado as doutrinas atribuídas a eles. Em outras palavras a História representa os filósofos Pré-Socráticos como questionáveis em existência e sob estas circunstâncias eles não puderam nem produzir filosofia nem reinvindicar a sua autoria, exceto por métodos questionáveis e desonestos.

(iii) A compilação da filosofia Grega parece ter sido a idéia de Aristóteles, mas o trabalho dos alunos de sua escola. O movimento não era autorizado pelo Governo Grego, que sempre odiou e perseguiu a filosofia, porque ela era Egípcia e estrangeira.
A organização, controle e operação dos Mistérios deram aos Egípcios o direito de propriedade pela filosofia, e, portanto, quaisquer reinvindicações por parte dos antigos Gregos pela filosofia devem ser consideradas como ilegais e desonestas.
ARGUMENTO II.

A então-chamada filosofia Grega era estranha para os Gregos.

Porque (i) o período da filosofia Grega (de Tales até Aristóteles) foi um período de guerras internas entre as próprias cidades-estado e guerras externas com seu inimigo comum, os Persas. Os Gregos foram vítimas de perpétuos conflitos internos e eterno medo da aniquilação por seu inimigo comum. Eles não tinham nenhum tempo que eles pudessem dedicar ao estudo da natureza, pois isso requeria as riquezas e bens das classes ociosas: mas eles eram muito pobres para se engajar em tal carreira. Esta é uma das razões por que os filósofos Gregos eram tão poucos e por que os Gregos não estavam familiarizados com filosofia.

(ii) Os Gregos não possuiam a habilidade nativa essencial para o desenvolvimento da filosofia. A morte de Aristóteles, o qual havia herdado uma grande quantidade de livros da biblioteca de Alexandria através de sua amizade com Alexandre o Grande, também foi seguida pela morte da filosofia Grega, a qual logo degenerou em um sistema de idéias emprestadas conhecido como ecletismo. Este sistema não continha nada de novo, apesar do grande tesouro de conhecimento que eles tinham obtido através da amizade de Alexandre com Aristóteles e sua conquista do Egito.

(iii)  Os Gregos rejeitaram e perseguiram a filosofia, devido ao fato de que ela vinha de uma fonte externa e estrangeira e continha idéias estranhas com as quais eles não estavam familiarizados. Este preconceito levou à política de perseguição. Daí Anaxágoras foi indiciado e escapou da prisão e fugiu para a Jônia em exílio. Sócrates foi executado; Platão fugiu para Megara para o auxílio de Euclides; e Aristóteles foi indiciado e fugiu para o exílio. Esta política dos Gregos não teria sentido algum se não indicasse que a filosofia era estranha para a mentalidade Grega.
ARGUMENTO III.

A Filosofia Grega foi o fruto do Sistema de Mistério Egípcio.

Porque tem sido encontrada total identidade existindo entre o Sistema de Mistério Egípcio e a filosofia Grega com a única exceção da idade na relação de pai para filho. O Sistema de Mistério Egípcio antecedeu o da Grécia por muitos milhares de anos. A seguir estão as circunstâncias e condições da identidade: —

(i) Total concordância entre a teoria da salvação Egípcia, e a finalidade da filosofia Grega, ou seja, fazer o homem tornar-se semelhante a Deus pela virtude e disciplinas educacionais.

(ii) total concordância das condições de iniciação em ambos os sistemas, ou seja, preparação (em estágios graduais de virtude) antes de cada iniciação.

(iii) Completa concordância em princípios e práticas.

(iv) A História nos diz que os restos do Antigo Grande Templo de Luxor tem sido rastreados para as margens do Rio Nilo, na antiga cidade de Tebas, a uma curta distância de Dendera, agora chamado Alto Egito. A História também nos diz que este Grande Templo foi construído pelo faraó Amenothis III que o iniciou, e Ramsés II, que o completou. No tempo da filosofia Grega, o Sistema de Mistério do Egito era o único sistema desse tipo  no mundo antigo, e, portanto, a sua Grande Loja era a única Grande Loja existente. Ela era a sede do governo, tendo organizado o mundo antigo em uma fraternidade universal ou católica, com jurisdição sobre todas as lojas menores e escolas onde quer que fossem. E quer o chamemos Os Mistérios ou filosofia Grega ou Maçonaria, o sistema era um só, e todos os ramos saíram dele e estavam subordinados a ele.

(v) A identidade entre os Mistérios Egípcios e a filosofia Grega também é estabelecida pelo fato de que quando os Imperadores Romanos Teodósio e Justiniano emitiram seus decretos abolindo os Mistérios Egípcios, o efeito foi o mesmo sobre as escolas filosóficas da Grécia, pois elas tiveram que ser fechadas. Coisas que são afetadas igualmente pela mesma causa são elas próprias iguais.

ARGUMENTO IV.  Os Egípcios educaram os Gregos.

Porque a história suporta os seguintes fatos: —

(i)  Os efeitos da conquista Persa sobre o Egito

(a) Remoção das restrições imigracionais contra os Gregos.

(b) Abertura do Egito para pesquisa Grega e

(c) incentivou os estudantes da Jônia e outros lugares a visitar o Egito para o propósito de sua educação.

(ii)  Os efeitos da conquista de Alexandre o Grande sobre o Egito

(a) Era o costume dos exércitos antigos, quando invadindo países, procurar tesouros em bibliotecas e templos. Assim acredita-se que Alexandre e seus amigos que o acompanhavam saquearam a Biblioteca de Alexandria e outras bibliotecas e ajudaram a si mesmos com livros. Acredita-se também que foi assim que Aristóteles conseguiu a vasta quantidade de livros supostamente atribuídos à sua autoria e como ele adquiriu exagerada fama.

(b) A Biblioteca de Alexandria foi assumida pelos Alunos da escola de Aristóteles e convertida em um centro de pesquisas e Universidade, para a educação dos Gregos que foram obrigados a usar Professores Egípcios, por conta de dificuldades lingüísticas e outras razões.

(c) Para além da pilhagem de bibliotecas e a conversão da Biblioteca de Alexandria em uma Universidade para a sua educação, os Gregos tinham outra maneira de adotar a cultura dos Egípcios. Os Ptolemaicos costumavam recrutar informações úteis dos Sumos Sacerdotes Egípcios, e somos informados de que Ptolomeu I Soter recrutou o Sumo Sacerdote Mâneton para escrever uma história da religião e filosofia dos Egípcios e isso foi feito e os volumes se tornaram os principais livros didáticos na Universidade de Alexandria.

(iii)  Os Egípcios foram os primeiros a civilizar os Gregos

A História nos diz que os Gregos receberam a influência da civilização a partir de três fontes:

colonizadores primeiro do Egito, em segundo lugar colonizadores da Fenícia e em terceiro lugar colonizadores da Trácia. A Hisória também nos diz que essas colônias estavam sob o governo de homens sábios que subjugaram a ferocidade da população ignorante, não apenas por meio de instituições civis, mas também pela forte corrente da religião e do medo dos Deuses. Estes colonizadores foram Cécrope do Egito, Cadmo da Fenícia e Orfeu da Trácia.

ARGUMENTO V.

As doutrinas dos filósofos Gregos são as doutrinas do Sistema de Mistério Egípcio.

A prova desta proposição é realmente um dos principais objetivos deste livro e, conseqüentemente, os capítulos cinco e seis foram dedicados a este propósito. Os ensinamentos Egípcios foram expressos em símbolos de vários tipos e, portanto, sua origem pode ser estabelecida por referência ao símbolo especial em questão. Nestes capítulos, portanto, foi feita menção não apenas dos nomes dos filósofos Gregos e as doutrinas que foram a eles atribuídas; mas também às referências necessárias aos diferentes tipos de simbologia, em prova de sua origem Egípcia. Estas foram dadas no Resumo das Conclusões da seguinte forma: —

1. Os primeiros filósofos Jônicos têm sido creditados com as doutrinas de que

(a) todas as coisas originaram-se a partir de água

(b) todas as coisas originaram-se do ilimitado ou caos primitivo e

(c) todas as coisas originaram-se a partir do ar.

Mas essas doutrinas não poderiam ter sido as dos filósofos Jônicos; uma vez que encontramos as mesmas idéias expressas no primeiro capítulo do Gênesis, onde nos é dito que, no começo o mundo estava em um estado de caos, sem forma e vazio (sem limites); e como o espírito de Deus (ar) moveu-se sobre as águas e separou-las da terra seca e [separou] a terra do céu; e como, passo a passo, coisas vivas surgiram das águas e como, finalmente, através do sopro de vida (ar) o homem veio à existência. Gênesis é o primeiro livro do Pentateuco, cuja data tem sido estimada para o Oitavo Século a.C.: uma época em que os primeiros filósofos Jônicos nem sequer existiam, os quais, portanto, não poderiam ter sido os autores destas doutrinas.
Da mesma forma, a autoria de Gênesis tem sido atribuída a Moisés, quem Philo nos diz, era um Sacerdote Egípcio, um Hierogrammata, e instruído em toda a sabedoria dos Egípcios. Mas a época em que Moisés viveu deve ser associada com o Êxodo dos Israelitas, o qual ele conduziu na 21ª dinastia Egípcia: 1100 a.C. no reinado de Bocchoris. Mas a estória da criação do Gênesis coincide com a estória da criação da Teologia Menfita dos Egípcios, a qual nos leva de volta para entre 4 e 5 mil a.C. Isto significa que as doutrinas dos primeiros Jônicos não surgiram nem em sua época (o Quinto Século a.C.), nem no tempo do Pentateuco (o Oitavo Século a.C.), nem ainda ao tempo de Moisés (o Décimo-Primeiro Século a.C.), mas ao tempo da Teologia Menfita (entre 4 e 5 mil a.C.) e, portanto, definitivamente apontam para origem Egípcia.

2. Os filósofos Eleáticos têm sido nomeados como

(i) Zenophanes, que era um satirista

(ii) Zeno, cujo tratamento de espaço e tempo levou a uma reductio ad absurdum e

(iii) Parmênides, o único que merece atenção. Ele tem sido creditado com as definições de Ser e Não-Ser, que ele expressa como “aquilo que é” e “aquilo que não é”. Em outras palavras, a natureza ou a realidade consiste de duas propriedades, ou seja, uma positiva e uma negativa. Mas Parmênides não introduziu nenhuma nova doutrina, quando ele definiu o princípio dos opostos. Este princípio foi utilizado por Pitágoras em sua teoria dos números; por Sócrates em sua prova da imortalidade da alma; por Platão em sua Teoria das Idéias e a distinção entre fenômeno e noumeno; e por Aristóteles em sua definição dos atributos do Ser. Em todos esses casos, tem sido demonstrado que a doutrina de opostos se originou a partir do Sistema de Mistério Egípcio, no âmbito do qual os Deuses eram representados como macho e fêmea, e os templos levavam pilares duplos na frente deles para indicar os princípios positivo e negativo da natureza.


3. Os posteriores filósofos Jônicos têm sido nomeados como

(i) Heráclito, que ensinou que o mundo foi produzido pelo fogo, através de um processo de transmutação; e que uma vez que todas as coisas se originam a partir do Fogo, então, o Fogo é o Logos.

(ii) Anaxágoras, que ensinou que a Mente ou Nous é a fonte da vida no Universo e

(iii) Demócrito, que ensinou que átomos são a base de todas as coisas materiais; que vida e morte são apenas mudanças trazidas pela variação na mistura de átomos, os quais não morrem porque são imortais. Agora, tomando estas doutrinas na ordem em que elas vêm, a sua origem Egípcia tem sido totalmente estabelecida.

(a) A doutrina do Fogo tem sido traçada para os Egípcios, cujo Sistema de Mistério era uma Filosofia do Fogo e os quais adoravam o Deus do Fogo em suas pirâmides. A palavra pirâmide é uma palavra Grega, cujo derivativo pyr significa fogo. Esta doutrina nos leva de volta à Era das pirâmides no Egito, 33 Séculos a.C., quando, evidentemente, os Gregos eram desconhecidos.

(b) Deve-se notar que a doutrina do Logos tem sido identificada por Heráclito com a doutrina do Fogo. Isto é como deveria ser, porque

(c) na doutrina dos Deuses criados, a qual tem sido atribuída a Platão, Atom o Deus do Sol ou do Fogo desempenha a função de Demiurgo na criação dos Deuses.

(d) Do mesmo modo, na doutrina do Motor Imóvel [Unmoved Mover] atribuída à Aristóteles, o Deus do Fogo Atom, enquanto imóvel e assentado sobre o Monte Primordial, cria os Deuses, ordenando-os a proceder de várias partes do seu próprio corpo. Desta forma, Atom também se tornou o Motor Imóvel. Isso deixa claro que o Logos de Heráclito é idêntico ao Demiurgo de Platão e ao Motor Imóvel de Aristóteles. A função de Atom como Demiurgo e o método de Sua criação são encontrados na Teologia Menfita dos Egípcios.

Aqui eu gostaria de sugerir que os estudantes que estão interessados em traçar a influência da filosofia Egípcia sobre o pensamento Cristão, devem ler esta parte do meu livro juntamente com o primeiro capítulo do Evangelho de São João. O problema da permanência e mudança também é traçado na história na criação da Teologia Menfita, na qual a matéria eterna é representada pelo caos, e muda pela formação gradual da ordem.

(e) A doutrina da Mente ou Nous, tem sido atribuída não apenas a Anaxágoras, mas também a Demócrito, que falou dela como sendo composta de átomos de fogo distribuídos por todo o universo; e Sócrates, que foi creditado com a premissa teleológica: que qualquer coisa que existe para um propósito útil é o trabalho de uma Inteligência. Esta doutrina tem sido traçada para o Sistema de Mistério Egípcio, no qual o Deus Osíris era representado por um olho aberto; significando não apenas onisciência, mas também onipotência. Todas as lojas Maçônicas carregam este símbolo com o mesmo significado hoje.

(f) A doutrina do átomo tem sido atribuída a Demócrito, que não define mas descreve suas propriedades. Ele é a base da vida; ele é imortal e não morre; e quando muitos deles são misturados em certos aspectos, o resultado é uma mudança radical. Estas propriedades coincidem com as propriedades do Atom o Deus Sol e o Demiurgo na criação, que criou outros Deuses a partir de várias partes de si mesmo. Ele foi a base da vida e o doador da vida. Mas Atom o Deus Sol ocorre na estória da criação da Teologia Menfita e mostra a origem Egípcia do átomo.

4.  O sistema de Pitágoras parece ter sido tão abrangente que quase todos os filósofos posteriores têm copiado idéias de seus ensinamentos. Interpretando a natureza sob a forma da matemática, Pitágoras é creditado com o ensino das seguintes doutrinas:

(a) As propriedades do Número incluem elementos opostos: pares e ímpares, finito e infinito, e positivo e negativo. Este princípio de opostos foi copiado por e usado nos ensinamentos de Heráclito, Parmênides, Demócrito, Sócrates, Platão e Aristóteles.

(b) A doutrina da Harmonia, definida como a união dos opostos. Esta idéia foi copiada por e usada nos ensinamentos de Heráclito, Sócrates, Platão e Aristóteles.

(c) O Fogo (central e periférico) foi ensinado como sendo base da criação. Essa doutrina também foi também usada por e nos ensinamentos de Heráclito, Anaxágoras, Demócrito, Sócrates e Platão.

(d) A imortalidade da alma e O Summum Bonum. Isto foi ensinado por Pitágoras, na forma de uma transmigração da alma. Ela também foi ensinada por Sócrates como o propósito da filosofia, através da qual a alma, alimentando-se da verdade congenial à sua natureza divina, era habilitada para escapar da roda do renascimento e atingir a consumação final da unidade com Deus. Todas as doutrinas de Pitágoras têm sido mostradas como sendo originadas a partir do Sistema de Mistério Egípcio. O Número possui elementos opostos e o princípio de opostos pertence ao Sistema de Mistério Egípcio no qual ele era representado por Deuses masculinos e femininos. A Harmonia sendo uma mistura de opostos, não precisa de mais referência, e o Fogo, do mesmo modo, nos leva de volta ao Sistema de mistério Egípcio que era uma Filosofia do Fogo e seus Iniciados, adoradores do Fogo. Finalmente, o objetivo da filosofia era a salvação da alma. Isto era realizado por meio de métodos de purificação oferecidos pelos Mistérios Egípcios, os quais elevavam o homem do nível mortal para o imortal. Isto era o Summum Bonum, o Maior Bem.

5.  Sócrates (A) Sua vida e (B) Suas doutrinas (C) Sua acusação, condenação e morte (D) Suas conversas de despedida.

A. Em sua vida, ele voluntariamente adotou sigilo e pobreza, a fim de que ele pudesse evitar a tentação das riquezas e ter a possibilidade de cultivar as virtudes exigidas pelos Mistérios.

B. Todas as suas doutrinas, da mesma forma, associam-no com os Mistérios Egípcios.

(i) Sua doutrina da Mente ou Nous como Inteligência, a qual subjaz à criação, era representada nos templos Egípcios, assim como nos templos Maçônicos modernos, pelo “Olho Aberto de Osiris”, indicando onisciência e onipotência.

(ii) Sua doutrina de auto-conhecimento: “Homem, conhece-te a ti mesmo” foi copiada diretamente ou indiretamente, de entre as inscrições que apareciam do lado de fora dos templos de Mistérios no Egito.

(iii) Suas doutrinas de opostos e Harmonia foram um testemunho do costume dos Mistérios de demonstrar o princípio de opostos na natureza através de pares de Deuses masculinos e femininos e também por pilares duplos na frente de templos.

(iv) Suas doutrinas de imortalidade, salvação da alma e Summum Bonum foram um resumo da teoria da salvação, como era ensinada pelos Mistérios. O próprio Sócrates explicou isso. O propósito da filosofia era a salvação da alma por um processo de purificação que levantava o homem do nível mortal e o elevava para o imortal. Isto era uma realização, isto era o Summum Bonum ou O Maior Bem.

C. Sua acusação, condenação e morte são circunstâncias que também mostram sua associação com os Mistérios. Ele foi acusado pela introdução de Deuses estrangeiros e pala corrupção da Juventude Ateniense, e foi condenado e morto. Os Deuses estrangeiros eram os Deuses dos Mistérios, e sua submissão ao martírio foi devido a, por um lado, ao preconceito das autoridades Atenienses, enquanto, por outro lado, à sua virtude de coragem, exigida pelos Mistérios.

D. Suas conversas de despedida também mostram a sua filiação com a grande Ordem Egípcia. Há dois relatos destas conversas: um por Críton e outro por Fédon. Críton descreve o comportamento fraternal de um bando de amigos fiéis e Neófitos que o visitavam diariamente enquanto ele estava na prisão à espera de sua execução. O objetivo destas visitas era garantir a fuga de um irmão; mas os seus esforços foram em vão, porque ele se recusou a ceder às suas súplicas. Fédon menciona que o tema da outra conversa era a imortalidade da alma, em que Sócrates esforçou-se para dar-lhes algumas provas através de sua aplicação dos princípios de opostos. Também nos é dito que, no final das conversas, e pouco antes de ele beber o veneno, Sócrates pediu a Críton para pagar por ele uma certa dívida que ele devia. Estas conversas revelam os seguintes fatos: —

(a) O amor fraternal dos Neófitos visitantes em sua tentativa de assegurar a fuga de seu irmão Sócrates.

(b) Uma aula final foi conduzida por Sócrates sobre a doutrina da imortalidade: a doutrina central dos Mistérios Egípcios e

(c) Um pedido final de Sócrates de ter uma dívida paga por ele e

(d) Estas conversas constituem os primeiros exemplares de literatura Maçônica. Todos os quatro fatos apontam para filiação no Sistema de Mistério Egípcio. Este era uma Fraternidade Universal e também requeria o cultivo do amor fraterno. Seu ensinamento central era a imortalidade da alma, e também exigia que todos os Iniciados praticassem as virtudes da justiça e honestidade e, portanto, pagassem suas dívidas.

E.  Acredita-se que Sócrates não consignou seus ensinamentos à escrita. Isto foi também em obediência ao sigilo dos Mistérios.

 

6. Platão

(A) Sua primeira infância e educação, como no caso de todos os outros filósofos são desconhecidos para a história, a qual o representa como fugindo de Atenas, após a morte de Sócrates e depois de doze anos durante os quais ele visitou Euclides em Megara, os Pitagóricos na Itália, Dionísio na Sicília e o Sistema de Mistério no Egito, ele retornou a Atenas e abriu uma Academia, onde ele ensinou durante 20 anos.

(B) Suas doutrinas, as quais estão espalhadas por uma vasta área da literatura consistindo de 36 diálogos, são disputadas por estudiosos modernos. Os alunos de Sócrates, especialmente Platão, são supostos de terem publicado os seus ensinamentos, e não se sabe quanto dessa vasta literatura pertence a Platão e quanto a Sócrates. As doutrinas de Platão foram todas rastreadas para origem Egípcia.

(i) A Teoria das Idéias, que ele ilustrou por referência aos fenômenos da natureza, é uma distinção entre as Idéias ou noumeno e suas cópias, os fenômenos; e entre o real e o irreal, pela aplicação do princípio dos opostos, o qual era manifestado pelo Sistema de Mistério Egípcio por Deuses masculinos e femininos e pares de pilares na frente de templos Egípcios.

(ii) A doutrina da Mente ou Nous tem sido também atribuída ao “Olho Aberto” utilizado em templos Egípcios e lojas Maçônicas modernas para simbolizar a onisciência e onipotência do Deus Egípcio Osíris.

(iii) A doutrina do Demiurgo e Deuses criados também tem sido rastreada para Atom, o Deus Sol, na estória da criação da Teologia Menfita dos Egípcios.

(iv) A doutrina do Summum Bonum ou O Maior Bem tem sido mostrada como sendo idêntica à teoria da salvação do Sistema de Mistério Egípcio. A salvação da alma era o propósito da filosofia, cujos métodos de purificação levantavam o indivíduo a partir do nível de um mortal e exaltavam-no para o nível de um Deus. Esta meta era o Summum Bonum ou O Maior Bem.

(v) A doutrina do Estado Ideal, cujos atributos têm sido comparados com os atributos da alma e da justiça que estão contidos na alegoria do condutor da carruagem e corcéis alados, aponta para origem Egípcia, porque a alegoria tem sido rastreada para o Drama do Julgamento do Livro Egípcio dos Mortos.

(vi) As doutrinas da virtude e sabedoria têm sido mostradas como tendo se originado a partir do Sistema de Mistério Egípcio, o qual requeria dez virtudes, a fim de subjugar os dez impedimentos corporais.

7. Aristóteles

1. A vida de Aristóteles é uma vida de discrepâncias e dúvidas.

(i) Embora como os outros filósofos, a história não saiba qualquer coisa sobre sua primeira infância e educação, ainda assim ela conta a estranha estória de que ele passou 20 anos como um aluno de Platão, que ele nunca foi para o Egito e que Alexandre o Grande deu-lhe o dinheiro para garantir o vasto número de livros que são ligados ao seu nome. Mas a história também nos diz que Platão era um filósofo e que Aristóteles era um cientista e, conseqüentemente, nós somos forçados a fazer a pergunta: por que iria um homem como Aristóteles desperdiçar 20 anos de sua vida com um professor que era incompetente para ensiná-lo? Estas circunstâncias têm levado à suspeita de que Aristóteles deve ter passado a maior parte desses 20 anos avançando sua educação no Egito e no acompanhamento de Alexandre o Grande em sua invasão do Egito, quando ele obteve a oportunidade para saquear a biblioteca de Alexandria e levar todos os livros que ele quisesse. A estória da história não faz muito sentido; mas, infelizmente, lança uma nuvem de trevas sobre a vida de Aristóteles.

(ii) Outra discrepância pode ser encontrada em conexão com três listas de livros, que dizem pertencer a ele, mas que diferem em fonte, em data e em quantidade,

(a) Sua própria lista, que deve receber a data em que ele viveu: o século 4º a.C. Esta contém o menor número de livros.

(b) Uma lista de Hermippus de Alexandria dois séculos mais tarde, ou seja, 200 a.C., contendo 400 livros e

(c) Uma lista de fontes Árabes, compilada em Alexandria, três séculos mais tarde, ou seja, do 1º Século d.C., contendo mil livros.

Somos obrigados a fazer as perguntas: Será que Aristóteles escreveu mil livros em seu tempo de vida? Como pôde a sua pequena lista aumentar após a sua morte para 400, após o decurso de dois séculos, e para mil, após o decurso de cinco séculos?

Estas circunstâncias tornam a autoria de Aristóteles muito duvidosa, pois é inacreditável que um único indivíduo pudesse escrever mil livros sobre os vários campos da ciência em um único tempo de vida.

2. As doutrinas de Aristóteles foram todas mostradas como tendo se originado do Sistema de Mistério Egípcio

(i) A doutrina do Ser, no âmbito metafísico tem sido explicada como a relação entre potência e ato, a qual atua de acordo com o princípio de opostos. Os Egípcios foram os primeiros cientistas a descobrir o princípio da dualidade na natureza e, assim, o representaram por Deuses masculinos e femininos e por pares de pilares na frente de seus templos. Esta é a fonte desta doutrina.

(ii) Na prova da existência de Deus, Aristóteles usou duas doutrinas,

(a) A teleologia, mostrando propósito e desígnio na natureza como o trabalho de uma Inteligência e

(b) o Motor Imóvel [the Unmoved Mover].

Ambas as doutrinas foram rastreadas para a estória da criação da Teologia Menfita dos Egípcios, onde é demonstrado que a criação moveu-se do caos à ordem e indicou o trabalho de uma inteligência; e também onde Atom, o Demiurgo e Logos, enquanto sentando-se imóvel sobre A Colina Primordial, projetou oito Deuses a partir de várias partes de seu corpo e, assim, tornou-se o Motor Imóvel.

(iii) A doutrina da origem do mundo, de acordo com Aristóteles, afirma que o mundo é eterno porque matéria, movimento e tempo são eternos. Esta mesma opinião foi expressa por Demócrito em 400 a.C. no ditado ex nihillo nihil fit (do nada, nada vem), indicando que a matéria é permanente e eterna. A mesma opinião foi rastreada para a estória da criação da Teologia Menfita dos Egípcios, em que o caos ou matéria primitiva é representado pelo Oceano Primevo Nun, a partir do qual surgiu a Colina Primordial [Primeval Hill]. Estes são supostos por terem sempre existido.

(iv) As doutrinas dos atributos da natureza, de acordo com Aristóteles, afirmam que a natureza consiste de movimento e repouso e que o movimento move-se do menos perfeito para o mais perfeito por uma lei definitiva.  Eu Suponho a lei da evolução. Este ensinamento, porém, não foi originado por Aristóteles, pois o problema da permanência e mudança do movimento e repouso não apenas foram investigadas pelos filósofos Eleáticos e posteriormente pelos Jônicos, mas pelos Egípcios, em cuja estória da criação, a Teologia Menfita, a natureza é mostrada como movendo do caos, por passos graduais, para a ordem. Certamente, a doutrina dos atributos da natureza veio dos Egípcios.

(v) A doutrina da alma, de acordo com Aristóteles, afirma que a alma é um princípio radical da vida, que é idêntico com o corpo, e possui cinco atributos, sendo sensível, racional, nutritivo, apetitivo e locomotivo. Outros filósofos tem definido a alma

(a) como material, composta de átomos de fogo

(b) como uma harmonia do corpo através de uma combinação de opostos, e

(c) como o sopro da vida na estória da criação do Gênesis.

A verdadeira fonte da doutrina da alma por Aristóteles foi entretanto rastreada para a filosofia da alma encontrada no Livro Egípcio dos Mortos. Lá encontramos a alma explicada como uma unidade de nove almas inseparáveis em uma, a Enéada, uma Divindade de Nove em Um [God Head of Nine in One], com corpos necessários. Nesta filosofia Egípcia, os atributos da alma do corpo físico, foram encontrados como coincidindo com aqueles descritos por Aristóteles, e, portanto, mostram a origem Egípcia da doutrina de Aristóteles, a qual se relaciona com um pequeno fragmento da filosofia Egípcia da alma.

ARGUMENTO VI.

A Educação dos Sacerdotes Egípcios e o Currículo do Sistema de Mistério mostram que o Egito era a fonte de Ensino Superior no mundo antigo, e não a Grécia.

A primeira idéia que temos do capítulo sete é o fato de que a Instituição de Ordens Santas [Holy Orders] originou-se a partir do Sistema de Mistério Egípcio, onde Sacerdotes Africanos eram organizados em várias Ordens e treinados de acordo com sua classificação. Isto fez do sacerdócio, os guardiões da aprendizagem até o alvorecer da era moderna e apontou para os Africanos como os primeiros professores em Ensino Superior.

A segunda idéia que temos é que as Sete Artes Liberais também se originaram a partir do Sistema de Mistério Egípcio, pois estes assuntos formavam a base da educação dos Sacerdotes, os quais, além disso, tinham de ser versados nos 42 Livros de Hermes e se especializar em Magia, Hieróglifos, linguagem e simbolismo matemático secretos.

A terceira idéia que temos é que o currículo do Sistema de Mistério Egípcio era coextensivo com as necessidades da maior civilização do mundo antigo. Seus livros didáticos consistiam de: —

(i) Os 42 Livros de Hermes.

(ii) O uso terapêutico das Sete Artes Liberais, para a cura da alma do homem.

(iii) As Ciências e Artes aplicadas, conforme revelado pelos monumentos, tais como a escultura, a pintura, o desenho, arquitetura, engenharia.

(iv) As Ciências sociais apropriadas para o mercado e comércio, tais como geografia, economia e construção naval.

ARGUMENTO VII.

A Teologia Menfita contém a teologia, filosofia e cosmologia dos Egípcios, e é, portanto, uma fonte autoritativa de origem doutrinal.

O Capítulo VIII tenta mostrar que a Teologia Menfita dos Egípcios é a fonte de

(i) filosofia Grega, mostrando que as separadas doutrinas de filósofos são partes dos ensinamentos contidos nela e que Ela é também a fonte de

(ii) hipóteses científicas modernas, mostrando que (a) a Hipótese Nebular e (b) a suposição de que existem nove planetas principais do sistema solar foram originadas a partir de Atom, o Deus do Sol ou Deus do Fogo Egípcio, que foi mostrado ser idêntico com o átomo da ciência moderna. É por causa desta grande revelação, ou seja, a identidade do Atom o Deus Sol dos Egípcios com o átomo da ciência moderna, que eu tenho recomendado a Teologia Menfita como um novo campo de investigação científica, e a magia, o método científico dos Mistérios, como a chave para a sua interpretação.

Minha segunda razão é o fato de que a Teologia Menfita é a primeira teoria Heliocêntrica do universo, e minha terceira razão é o fato de que a história da filosofia é a história da ciência.

IX.  A Nova Filosofia de Redenção Africana

O Capítulo IX lida com a Nova Filosofia de Redenção Africana, cujo objetivo é a redenção mental e social, através da conversão do mundo para a Nova Filosofia, de que o Povo Preto do Norte da África deu a filosofia ao mundo, e não os Gregos; e através da recusa não somente da adoração ao intelecto Grego, pois isso é um processo de deseducação [miseducation], mas também recusando a se submeter mais à política missionária. A Nova Filosofia de Redenção Africana é uma fuga necessária do povo Preto da sua grave situação social causada por uma tradição falsa sobre eles, a qual tem sido posta em movimento por (a) Alexandre o Grande (b) Aristóteles e sua escola e (c) os Imperadores Teodósio e Justiniano, cujos decretos aboliram os Mistérios Egípcios: o Maior Sistema Educacional e Eclesiástico que o mundo já conheceu, e estabeleceram o Cristianismo como seu perpétuo rival.

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NOTAS

CAPÍTULO I

(1)  Os Ensinamentos dos Egípcios.

Isto foi chamado de Sofia [Sophia] pelos Gregos e significava Ensino da Sabedoria [Wisdom Teaching]. Este incluía (a) Filosofia e as Artes e Ciências (b) religião e magia e (c) métodos secretos de comunicação tanto linguísticos quanto matemáticos. Leia O Stromata de Clemente de Alexandria, Bk. 6, p. 756 e 758; também Diodoro I, 80; também Ancient Mysteries por C. H. Vail, p. 22-23; O Stromata de Clemente de Alexandria, Bk. 5, c. 7 e 9.

(2)  O Peri Physeos

Este foi o nome dado a um dos primeiros livros sobre ciência para além dos manuscritos dos Egípcios. O nome significa “Concernente à natureza” [“Concerning nature”]. Leia Ancient Mysteries  por C. H. Vail, p. 16.
CAPÍTULO II

O período da filosofia Grega era inadequado para a produção de filósofos Gregos. Porque (a) a dominação Persa não apenas escravizou os Gregos mas manteve-los em um estado constante de medo (b) Ela também os mantinha ocupados na organização de Ligas em auto-defesa constante contra a agressão e (c) As cidades-Estado não podiam concordar entre si, e as guerras do Peloponeso os mantiveram em constante guerra uns com os outros. Leia Mediterranean World, de Sandford, c. 12, p. 203, 205; c. 13 e 15, p. 225, 255; Também c. 18, p. 317, 319; também The Tutorial History of Greece, c. 27, 28 e 29.
CAPÍTULO III

(1) O Summum Bonum.

Isso significa (a) O Maior Bem [The Greatest Good] (b) a elevação do homem a partir do nível de um mortal e o seu avanço para o nível de um Deus (c) a salvação da alma (d) o propósito da filosofia (e) o objetivo da teoria Egípcia de salvação. Leia Ancient Mysteries de C. H. Vail, p. 25.

(2)  A Grande Loja de Luxor [The Great Lodge of Luxor].

As ruínas da antiga Grande Loja de Luxor são encontradas hoje nas margens do Nilo, no Alto Egito, na antiga cidade de Tebas. Ela foi construída pelo faraó Amenothis III. Foi a única Grande Loja do mundo antigo. Ela tinha filiais ou lojas menores em todo o mundo antigo; na Europa, Ásia, África, América do Norte, América do Sul e, provavelmente, na Austrália. Estes foram alguns dos lugares: –
(a) Palestina no Mt. Carmelo (b) Síria no Mt. Hermon no Líbano (c) Babilônia (d) Média, perto do Mar Vermelho (e) Índia, às margens do Ganges (f) Birmânia (g) Atenas (h) Roma (i) Crotona (j) Rodes (k) Delfos (l) Mileto (m) Chipre (n) Corinto (o) Creta (p) América Central e do Sul, especialmente no Peru (q) Entre os Índios Americanos e entre os Maias, Incas e os Astecas do México.

Leia Encyclopaedia of Religion and Ethics por Jas. Hastings; Lives of Eminent Philosophers por Diógenes Laércio; e History of Philosophy por Thomas Stanley.

A descoberta das ruínas de Luxor nas margens do Nilo e a organização dos Mistérios Egípcios em uma Grande Loja com lojas menores em todo o mundo antigo são a prova de que o Egito foi o berço dos Mistérios e da Fraternidade Maçônica.

(3)  A reconstrução do templo de Delfos.

Este templo foi incendiado em 548 a.C. pelos Gregos, que sempre foram hostis para com os Mistérios Egípcios. Os Irmãos tentaram em primeiro lugar levantar fundos a partir dos Gregos nativos mas fracassaram em sua tentativa. Eles, então, decidiram abordar o Grão-Mestre Amasis Rei do Egito, quem, sem hesitar, doou três vezes mais do que era necessário para o propósito. Este ato do Rei Amasis mostra a universalidade da irmandade dos Mistérios Egípcios e da Maçonaria. Leia Mediterranean World, de Sandford, p. 135 e 139; também Ancient Egypt, de John Kendrick, Bk. II, p. 363.

(4)  A abolição da filosofia Grega juntamente com os Mistérios Egípcios.

Efeitos idênticos procedem de causas idênticas. Assim, os decretos de Teodósio no século 4º  d.C. e de Justiniano no século 6º d.C., que aboliram os Mistérios Egípcios, simultaneamente tiveram o mesmo efeito sobre a filosofia Grega, e provaram a identidade entre eles.

Leia The Ecclesiastical edicts of the Theodosian Code [Os Éditos Eclesiásticos do Código Teodosiano] por W. K. Boyd; também Mythology of Egypt por Max Muller, c. 13, p. 241-245; também Mediterranean World, por Sandford, p. 508, 548, 552-568.

(5)  A Estátua da Deusa Egípcia Isis com Seus Filho Horus nos braços.

Esta foi a primeira Madona e Criança [Madonna and Child] da história humana. Era uma Madona e Criança Pretas [Black Madonna and Child].

Leia Mythology of Egypt, de Max Muller, c. 13, p. 241-245; também Mediterranean World, de Sandford, p. 552-568.

Lembre-se que o nome ‘Egípcio’ [‘Egyptian’] é uma palavra Grega – Aiguptos –  que significa Preto, e que o homem primitivo visualizou Deus em termos de seus próprios atributos e isto incluia a cor.

(6)  Todos os grandes líderes religiosos, de Moisés a Cristo, eram Iniciados dos Mistérios Egípcios.

Esta é uma inferência a partir da natureza dos Mistérios Egípcios e do costume prevalente.

(a) O Sistema de Mistério Egípcio era a Única Santa Religião Católica da mais remota antiguidade.

(b) Ele foi a primeira e única Ordem Maçônica da Antiguidade, e, como tal,

(c) construiu a Grande Loja de Luxor no Egito e abrangia o mundo antigo com as suas lojas filiais.

(d) Ele foi a primeira Universidade da história e fez do conhecimento um segredo, de modo que todos os que desejavam tornar-se Sacerdotes e Mestres tinham de obter a sua formação a partir do Sistema de Mistério, quer fosse localmente em uma loja filial ou viajando para o Egito.

Sabemos que Moisés se tornou um Sacerdote Egípcio, um Hierogrammata, e que Cristo, depois de comparecer à loja no Monte Carmelo foi para o Egito para Iniciação Final, que se dava na Grande Pirâmide de Quéops. Outros líderes religiosos obtiveram a sua preparação a partir de lojas mais convenientes para eles.

(e) Isso explica por que todas as religiões, aparentemente diferentes, têm um núcleo comum de semelhança; crença em um Deus; crença na imortalidade e um código de ética.

Leia Ancient Mysteries, por C. H. Vail, p. 61; Mystical Life of Jesus, por H. Spencer Lewis; Esoteric Christianity, por Annie Besant, p. 107, 128-129; Philo; também leia a nota (2) do Capítulo III para lojas filiais do mundo antigo.
CAPÍTULO IV

(1)  A Gênese da Iluminação Grega.

No reinado do Rei Amasis, os Persas através de Cambises invadiram o Egito em 525 a.C. e, como resultado (a) As regulamentações de Imigração contra os Gregos foram removidas (b) Eles foram autorizados a se estabelecer em Naucratis e a fazer suas pesquisas
(c) Este contato permitiu aos Gregos começar a tomar emprestado a Cultura Egípcia e a se tornar iluminados (esclarecidos) [enlightened].

Leia Heródoto, Bk. II, p. 113; Plutarco, p. 380; Diogenes, Bk. IX 49; Ovid Fasti III 338.

(2)  Cheops e Cecrops.

Estes eram nomes Gregos para o Egípcio Khufu, que pertenceu à 4ª Dinastia dos Egípcios. Foi durante a Era das Pirâmides, e Quéops [Cheops] era também o nome da Grande Pirâmide onde Cristo recebeu Sua Iniciação Final nos Mistérios Egípcios.

Leia Critial History of Philosophy, de Brucker; também Mystical Life of Jesus, por H. Spencer Lewis.
CAPÍTULO V

(1)  O Diagrama das Quatro Qualidades e Quatro Elementos.

Esta é uma evidência importane de que os ensinamentos dos supostos primeiros filósofos Jônicos e de Heráclito se originaram a partir dos Mistérios Egípcios.

Leia o Diagrama [das Quatro Qualidades e Quatro Elementos]; e também Ancient Mysteries por C. H. Vail, p. 61; e the Creation Story of the Memphite Theology [a Estória da Criação da Teologia Menfita] por Frankfort; também Rosicrusian Digest, Maio de 1952, p. 175.

(2) O Teorema de Pitágoras.

Pitágoras viajou para o Egito e foi ensinado geometria pelos Sacerdotes Egípcios e levado a sacrificar aos Deuses, antes de lhe mostrarem a prova do teorema do quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo. Pitágoras não descobriu [originou] esta prova, e é enganoso [misleading] se citar o teorema como referência a ele [como ‘teorema de Pítágoras’].

Leia Heródoto, Bk. III, p. 124; Diogenes, Bk. VIII, p. 3; Plínio, N. H., 36, 9; Também Plutarco e Demétrio.
CAPÍTULO VI

(1)  A doutrina do auto-conhecimento: Homen Conhece-te a ti mesmo (Seauton gnothi).

Esta doutrina tem sido falsamente atribuída a Sócrates. Esta era uma inscrição que era colocada sobre os templos Egípcios, e Sócrates copiou-a, direta ou indiretamente.

Leia History of Philosophy, de Zeller, p. 105; Fire Philosophy, de S. Clymer; e Egyptian Mythology, de Max Muller.

(2)  A Conversa de Despedida de Sócrates com os seus alunos e amigos.

Essas conversas são significativas em relação aos seguintes aspectos:

(a) Socrates é identificado como um membro dos Mistérios Egípcios ou Ordem Maçônica.

(b) comportamento Maçônico é manifestado através destas conversas.

(c) Os livros contendo essas conversas; Críton, Fédon, Eutífron, Apologia e Timeu, de Platão, são os primeiros exemplares de literatura Maçônica para além dos escritos secretos dos Egípcios.

(d) Dos três filósofos Atenienses, Sócrates mantinha-se mais alto na hierarquia de um Maçom. Ele não tinha medo da morte, ele não publicou os conhecimentos transmitidos a ele, e ele era um homem honesto.

Leia Críton e Fédon de Platão.

(3)  A Teoria das Idéias de Platão.

Depois de os Sacerdotes Egípcios descobrirem o princípio fundamental de opostos como subjacente à vida no universo, eles aplicaram-no na sua interpretação dos fenômenos naturais. Consequentemente, este modo de interpretação tem-se refletido nos ensinamentos dos então-chamados filósofos Gregos que tinham obtido a sua educação a partir do Sistema Mistério Egípcio.

Leia as doutrinas de Parmênides, que no problema da existência distingue entre o Ser e não-Ser; [leia] também as [doutrinas] de Heráclito no problema do fluxo e mudança através do processo de transmutação; também as [doutrinas] de Sócrates na prova da imortalidade, e Platão em sua suposta Teoria das Idéias, na qual ele distinguia entre (a) o real e o irreal (b) a idéia de uma coisa e a própria coisa (c) o noumeno e os fenômenos. Em todos estes casos, o princípio de opostos tem sido utilizado como um método de interpretação. Este método é Egípcio, não Platônico.

(4)  A República de Platão: O Estado ideal

A autoria da República por Platão é contestada pelas seguintes razões: –

(a) Os atributos de um Estado Ideal são expressos na alegoria do cocheiro e os corcéis alados, a qual é dramatizada no Drama do Livro Egípcio dos Mortos e, portanto, comprova a sua origem Egípcia.

(b) O carro [carruagem] não era nem um padrão de cultura nem uma máquina de guerra dos Gregos no tempo de Platão. As guerras dos Gregos com os Persas e as guerras do Peloponeso foram todas marítimas.

(c) Nesta época os Egípcios eram especialistas na fabricação de carros [carruagens] e na criação de cavalos.  Gen., C. 45, v. 27; C. 47, v. 17; Deut., C. 17, v. 16; I Reis, c. 10, v. 28.

(d) Os historiadores Diógenes Laércio, Aristoxenus e Favorinus declararam que o assunto da República foi encontrado em as Controvérsias escrito por Protagoras (481–411) quando Platão era apenas um menino.

Leia Diógenes Laércio, p. 311 e 327; também O Livro Egípcio dos Mortos, c. 17; também a República III 415; V 478; e VI 490 sqq.

(5)  O Timeu de Platão.

A autoria do Timeu por Platão também é contestada pelas seguintes razões: –

(a) O historiador Diógenes Laércio, no Livro VIII, p. 399-401 declarou que quando Platão visitou Dionísio, na Sicília, ele pagou a Philolaus, um pitagórico, quarenta Minae Alexandrinos de prata por um livro, a partir do qual ele copiou todo o conteúdo do Timeu.

(b) O assunto do Timeu é eclético. Leia o Timeu.

(6)  A Magia é a chave para a interpretação da antiga religião e filosofia natural.

Através da aplicação do princípio: que as qualidades das entidades, humanas ou divinas, estão distribuídas ao longo das suas várias partes; e que o contato com essas entidades libera essas qualidades, muitos fenômenos religiosos e aqueles da ciência primitiva poderiam ser interpretados e compreendidos.

(a) A cura da mulher que tocou a orla do manto de Cristo, Marcos, C. 5, versículos 25-34.

(b) A cura de várias pessoas, que seguraram os lenços de São Paulo. Atos, C. 19, versículo 12.

(c) A fim de realizar a criação, Atom o Deus Sol assentou-se sobre Ptah, o Deus dos Deuses, a fim de absorver Suas qualidades de pensamento criativo, fala e onipotência. Este ato qualificou-O [Atom] como o Logos e o Demiurgo e Ele primeiro criou os Deuses e, finalmente, os mortais.

Leia a Teologia Menfita em Ancient Egyptian Religion, de Frankfort; e Golden Bough, do Dr. Frazer.

(7)  As dúvidas e discrepâncias na vida e atividades de Aristóteles.

É algo lamentável que a história tenha representado a vida e as atividades de Aristóteles de uma forma tão repugnante à razão, que o mundo tenha sido obrigado a duvidar de suas realizações e fama. A história nos diz que

(a) ele passou vinte anos como um aluno de Platão, que nós sabemos foi incompetente para ensiná-lo.

(b) A história nos diz que Alexandre lhe deu dinheiro para comprar o seu grande número de livros, mas os Gregos não tinham bibliotecas na época, e não era fácil se comprar livros que não estavam em circulação.

(c) A história também nos diz que três listas de livros que levam seu nome diferem uma da outra, em origem, data e quantidade.

(d) A terceira lista contém mil livros: uma quantidade que é uma impossibilidade física e mental como a produção de um único indivíduo em uma única vida.

(e) A história é omissa sobre as visitas de Aristóteles ao Egito, embora fosse o costume em seus dias os estudantes Gregos irem para o Egito com o propósito de sua educação.

Leia History of Philosophy, de Zeller, p. 172-173; Diogenes, Livro V, p. 449; History of Philosophy de B. D. Alexander, p. 92-93.

(8) O Motor Imóvel [Unmoved Mover]: Proton Kinoun Akineton

Uma doutrina atribuída a Aristóteles em sua tentativa de provar a existência de Deus. O Deus nesta doutrina era Atom, o Egípcio Deus do Sol, que na história da criação da Teologia Menfita, assentou-se sobre o Deus dos Deuses Ptah e, tendo absorvido as suas qualidades criativas, fala e onipotência, tornou-se o Logos e realizou a obra da criação, projetando Deuses a partir de várias partes do seu próprio corpo. Esta doutrina não se originou a partir de Aristóteles, mas tem sido rastreada para a história da criação da Teologia Menfita dos Egípcios.

Leia a Teologia Menfita em Ancient Egyptian Religion, de Frankfort, c. 20 e 23; também, p. 25, 26 e 35; History of Philosophy de William Turner, p. 141-143; B. D. Alexander, p. 102-103.
(9)  A doutrina da alma por Aristóteles

Esta doutrina tem sido considerada por ser apenas uma pequena parte da elaborada filosofia da alma encontrada no Livro Egípcio dos Mortos, que é a fonte original da suposta doutrina de Aristóteles.

Leia O Livro Egípcio dos Mortos, por Sir E. A. Budge, p. 29-64.
CAPÍTULO VII

O Currículo dos Mistérios Egípcios

Através do currículo dos Mistérios Egípcios sabe-se agora que o Continente Africano forneceu o seguinte legado para a civilização do mundo. Este é composto dos seguintes padrões de cultura: —

(1) Santas Ordens Católicas [Holy Catholic Orders], juntamente com um sacerdócio dividido em categorias de acordo com a formação.

(2) Santo Culto Católico [Holy Catholic Worship], consistindo de rituais, cerimônias, incluindo procissões e vestimentas apropriadas de sacerdotes.

(3) A Filosofia Grega e as Artes e Ciências, incluindo as Sete Artes Liberais, isto é, o Quadrivium e Trivium, que eram a formação fundamental dos Neófitos. Estas estavam incluídas nos quarenta-e-dois livros de Hermes.

(4) As ciências aplicadas que produziram as pirâmides, tumbas, bibliotecas, obeliscos e Esfinges, carros de guerra e navios, etc.

(5) As ciências sociais, apropriadas para a mais elevada civilização dos tempos antigos.

Leia O Stromata de Clemente de Alexandria, c. 6, p. 756, 758; também Diodoro I, 80. Leia também The Mechanical Triumphs of the Ancient Egyptians [Os Triunfos Mecânicos dos Antigos Egípcios] por F. M. Barber; History of Mathematics, por Florian Cajeri; History of Mathematics, por W. W. R. Ball.

CAPÍTULO VIII

A Teologia Menfita

(1)  Definição

A Teologia Menfita [Memphite Theology] é uma inscrição em uma pedra que contém a cosmologia, teologia e filosofia dos Egípcios.

Leia Ancient Egyptian Religion de Frankfort, c. 20 e 23; também Intellectual Adventure of Man de Frankfort.

Ela está localizada no Museu Britânico.

(2)  Importância

Sua importância reside no fato de que (a) esta é uma fonte autoritativa de Filosofia, Cosmologia e religião Egípcias (b) é a prova da origem Egípcia da filosofia Grega.

(3)  A Fonte do Conhecimento Científico Moderno

(a) Atom, o Egípcio Deus do Sol, que é o Logos de Heráclito, o Demiurgo de Platão e o Motor Imóvel de Aristóteles, cria oito outros Deuses, projetando-os a partir de seu próprio corpo, produzindo assim nove Deuses ou o Enéade [Ennead]. Isso é idêntico com a hipótese Nebular de Laplace, em que o Sol original cria oito outros planetas, jogando fora anéis de si mesmo, produzindo, assim, os nove planetas principais da crença científica moderna.

(b) Foi demonstrado nas páginas 146 e 147 deste livro, que o nome de Atom, o Egípcio Deus do Sol, é o mesmo nome usado para o átomo [atom] da ciência e também que os atributos de ambos são os mesmos.

Leia Intelectual Adventure of Man de Frankfort, p. 53;Kingship and the Gods de Frankfort, p. 182; também Heródoto II, 112; Diodoro I, 29.

(4)  Ela [a Teologia Menfita] oferece grandes possibilidades para a pesquisa científica moderna

O que a ciência sabe sobre (a) o número de planetas principais
(b) como estes planetas principais foram criados pelo Sol e
(c) os atributos do átomo, tem sido rastreado para a Cosmologia da Teologia Menfita, o que sugere que (d) a ciência conhece apenas 1/5 dos segredos da criação e, portanto, 4/5 desses segredos ainda permanecem para ser descobertos (e) consequentemente, A Teologia Menfita oferece grandes possibilidades para a pesquisa científica moderna.
CAPÍTULO IX

O Drama da Filosofia Grega

(1) Este é composto por três atores

(a) Alexandre, o Grande, que invadiu o Egito e saqueou a Biblioteca Real de Alexandria

(b) Aristóteles e os alunos de sua escola, que tomaram posse da Biblioteca Real e que, tendo primeiramente levado [roubado] grandes quantidades de livros científicos, posteriormente converteram-na em um Centro de pesquisas e Universidade.

(c) O governo Romano, que através dos decretos dos Imperadores Teodósio e Justiniano fechou os Mistérios Egípcios juntamente com suas escolas, a Universidade do Mundo Antigo e Sistema da Cultura Africana.

(2) O resultado disso foi

(a) a deturpação [misrepresentation] e opinião errônea de que o Continente e as pessoas Africanas são atrasados em cultura e não fizeram nenhuma contribuição para a civilização e

(b) o estabelecimento do Cristianismo como um rival contra os Mistérios ou Sistema Africano de Cultura, para perpetuar esta opinião errônea.

(3) Um outro resultado tem sido (a) a falsa adoração do intelecto Grego e (b) as atividades do empreendimento missionário através do qual a cultura do povo Preto é caricaturada tanto na literatura quanto em exposições.

(4) Um outro resultado tem sido (a) o sentimento geral entre os Pretos em todo o mundo de que eles estão em grande necessidade de liberdade de sua grave situação social e (b) A oferta por [feita pela obra] “Legado Roubado” [“Stolen Legacy”] de uma “Nova Filosofia de Redenção Africana”, a fim de atender a essa necessidade universal de “Reforma social”.

(5)  A natureza e métodos desta Nova Filosofia e Reforma Social

(a) A Nova Filosofia de Redenção Africana é simplesmente a proposição de que os “Gregos não foram os autores da filosofia Grega, mas sim o povo do Norte da África, os Egípcios”. Isto deve ser pregado e divulgado nos séculos vindouros.

(b) Os efeitos desta Nova Filosofia devem ser os seguintes: —

(1) Para mudar a mentalidade de ambos Brancos e Pretos e sua atitude em relação uns aos outros e trazer uma Reforma Social.

(2) Para estimular o povo Preto a abandonar sua falsa adoração do intelecto Grego, e a rejeitar a caricatura de sua cultura [feita] pela iniciativa Missionária, e a exigir uma mudança na política Missionária.

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Link para o Livro em pdf: >> Legado Roubado – George G M James.

 

 

 

 

 

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